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Desolador, o espectáculo esta manhã oferecido na inventada data nacional. Naquele terreno baldio, se excluirmos a apresentação das forças em uniforme de combate, tudo o mais foi de uma confrangedora miséria. Os oficiais de terra em fatinho cinza-rato, facilmente identificável com o dos antigos guardas nocturnos. Seguiam-se os da Força Aérea em similar vestimenta azul, bem própria para uma empresa de segurança de parques de estacionamento. Os terrestres e os aéreos de gravata, artefacto muito prático e de marcial balcão de atendimento. Salva-se a Marinha de colarinho fechado, mantendo a tradição e confundindo-se com as suas congéneres estrangeiras. Um alívio.
Uma reportagem miserável, cheia de choros orçamentais e onde a entrevistadora facilmente soltou a língua dos representantes dos três ramos das F.A. Desta forma, ficámos a saber que a FAP faz a vez do Instituto de Socorro a Náufragos e que o Exército não passa de um ramo dos Bombeiros. Chachál conversa enquanto os militares tentavam movimentar-se em modo de marcha, coisa absolutamente diferente daquilo que há precisamente quarenta e um anos se via desfilando na Avenida D. Luís I, em Lourenço Marques. Não é a mesma gente e nem de longe são as mesmas Forças Armadas.
Quanto à esperada bagunça promovida pelos mesmos de sempre e com o bem visível não-professor que comanda a Frenprof, apenas uma questão: existindo a plena liberdade de expressão e de reunião, não é este último direito devidamente regulado pela Lei que exige um aviso de concentração e consequente autorização? Pois não parece que os senhores da CGTP-PC se tenham minimamente ralado com essas ninharias burocráticas. Também não parece que alguns militares e polícias bem visíveis durante o ultraje, algo tivessem feito para repor a compostura.
Uma "parada" cheia de barraquinhas de plástico. Música inaudível (1), péssimos uniformes (2), más e muito descoordenadas marchas (3), gritaria infernal e conversa televisiva constante, eis o espectáculo que bem representa aquilo que a República Portuguesa é e jamais deixará de ser.
É claro que nenhuma das nossas excelsas autoridades quererá aprender algo com aquilo que rotineiramente se passa em Madrid. Não querem nem podem. Espanha é uma Monarquia e apesar de todas as dificuldades, contradições e quezílias, uma Monarquia sempre será uma Monarquia. Nada de confusões, até porque hoje, ao pronunciar a palavra ...republicanas, o Sr. Cavaco Silva ficou visivelmente indisposto. Nós também.
(1) Aprendam com os alemães
(2) Contratem um estilista militar chinês
(3) Contratem alguns instrutores do exército russo