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Roteiro de viagens de Trump à Europa

por John Wolf, em 14.11.16

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A eleição de Trump abriu uma brecha no sistema político por onde alegadamente dizem entrar luz. Temos em mãos um roteiro de viagens que oferece caminhos alternativos, uns mais difíceis do que outros. Designemos as coisas de um modo correcto. A direita conservadora está no poder nos EUA, enquanto a Europa se encontra em processo de reconfiguração. Mas existem semelhanças e distinções flagrantes. A bandeira da imigração é um dos pilares indiscutíveis de sustentação das propostas políticas de um lado e de outro do lago. Ou seja, uma entidade excêntrica não estadual está a determinar as agendas domésticas. A campanha de Trump assentou na premissa de que a cada Estado deve corresponder um conceito de população estanque, não sujeito a negociações. Durante o período de instigação de paixões territoriais, o termo nação não foi convocado. Porque a nação americana não existe no sentido clássico, tradicional. Porque sugerir o debate do significado de nação seria reavaliar o ADN dos EUA. A América é a amálgama incerta. Os EUA são a perfeita expressão de volatilidade cultural, da chegada de forasteiros com expressão muito mais intensa do que a sua eventual partida. Todos observam com atenção a definição do programa de governação de Trump, usando enquanto bitola o programa de campanha eleitoral. Se o primeiro for uma fotocópia do segundo, sem tirar nem pôr, a direita europeia que se encontra na fila de espera do poder, deve replicar a disciplina ideológica, não cedendo em campanha perante as exigências de detractores políticos. Por seu turno, se houver maleabilidade ideológica de Trump, e cedências de discurso que coincidam com acção concreta, a direita europeia vê uma parte do seu tapete tirado por debaixo dos pés. Teremos a breve trecho uma amostra de posicionamento que pode servir de guia para ambições maiores. Em Dezembro a Áustria terá um processo eleitoral presidencial que eventualmente terá sofrido o desgaste e os efeitos de contágio da experiência americana. E em menos de um ano a Itália, a França, a Holanda e a Alemanha serão expostas a influências cumulativas que incluem o processo americano, assim como aquelas produzidas no próprio espaço da União Europeia (UE). Ou seja, o concerto de eleições europeias, embora dependente do tabuleiro americano, joga a sua própria partida endémica. A Europa, embora tenha ou possa vir a ter a tentação de responsabilizar os republicanos americanos e o povo dos EUA pelas alterações políticas em curso, terá de confrontar as várias nuances ideológicas que configuram a UE. A tarefa de Trump é relativamente mais fácil do que aquela que a alegada UE tem de enfrentar. A federação dos EUA é, para todos os efeitos, uma superficie soberana contínua. A UE é uma colecção de Estados soberanos que desejarão manter os seu respectivos perfis político-ideológicos. Em função dos resultados das eleições na Áustria ou em França, os Portugueses ou os Espanhóis quererão demonstrar inequivocamente que não são uma coisa nem outra, que são diferentes. Contudo, esse eventual distanciamento não significa necessariamente um afastamento ideológico. Significa que cada país-membro da União Europeia ainda quer ter a paternidade sobre os destinos do seu Estado. E isso pode significar um aceleramento do processo de desmontagem da UE ou um alinhamento ideológico questionável para dizer o mínimo.

publicado às 09:50


3 comentários

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De isa a 14.11.2016 às 17:30

Temos que prestar muita atenção ao que "sai da boca" dos políticos e jornalistas porque nem interessa o Partido a que pertencem (muitos, nem sei qual é e, nem me interessa), pois tudo se vai resumir aos que são a favor ou contra a Globalização e, isso sim, interessa muito mais. 


Na sociedade actual, como já estavam todos preparados e, na contagem decrescente, para um Governo Global, a ideologia partidária já não é o que era, agora, temos uma classe política que, em todos os Partidos, apareceram aqueles que só queriam posicionar-se para vir a ter, lá fora, longas carreiras ou obter futuros "tachos", bem remunerados e, outros, cada vez mais raros que ainda se preocupam, verdadeiramente, com o Futuro dos cidadãos e, ainda aqueles que, dariam uns excelentes governantes mas, fogem, a sete pés, do ninho das víboras lol
Quanto àquela esquerda que diz ser inimiga fidagal do capital e, alguns, até contra a globalização, aceitam os migrantes, tal como quer George Soros & Cª que, nos bastidores, através das Nações Unidas, teremos de receber 500 milhões até 2018 e, com a sua mente colectivista, de querer nivelar por baixo, até não haver mais nada, em cima, para poder redistribuir vai, assim, preparando o terreno, para a entrada dos credores. A esses, o 1% deve achá-los muito divertidos e doces, até deve chamar-lhes um figo, fazem o trabalhinho, de borla, sem serem precisas promessas de, futuros e dispendiosos, "tachos" lol


Especial atenção, para os que repetem as visitas ao Grupo Bilderberg, sejam políticos ou  jornalistas e, aí, tanto repete um Costa como um Rui que até são de Partidos diferentes.  
Porque pior que a hipocrisia e as mentiras, houve algo que passaram a considerar desnecessário e deixou de fazer parte do ADN da nossa sociedade e o exemplo veio, precisamente, de jornalistas e políticos, Honra deixou de existir , já nem sabem o que isso significa e, para acabar tudo num Governo Global, para essa "clientela", Honra passou a ser um pecado capital.


Há muito tempo que alguns tentam abrir túneis "para a Luz"mas, com colheres de sopa, depois veio Nigel Farage com uma escavadeira, agora, espero que Trump queira e, mais importante, consiga, trazer não uma mas, várias Retroescavadeiras com todos os acessórios hidráulicos que incluam garras, brocas e demolidores para toda a espécie de buracos e trincheiras lol
Entre outras coisas, até ouvi chamar fascista ao Trump, ora, das duas uma, ou são uns ignorantes que não sabem História ou estão, no seu ofício, de servir a Agenda do 1%, das suas Corporações e Bancos Privados (BCE e FED) porque, os Grandes Ditadores, saíram de ideologias socialistas e comunistas.


Ontem, depois de ouvir tanto disparate na TV, até me estreei a comentar aqui:
http://31daarmada.blogs.sapo.pt/ou-isso-ou-entao-a-constatacao-de-que-6843269
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De Ricardo a 15.11.2016 às 10:36

Ainda se publicam artigos sensatos e realistas(por exemplo o de Nuno Garoupa,professor no Texas,que pode ser lido no meu blog),no entanto os "papagaios" do costume continuam aí(e pagos como se fossem grandes doutores)a papagear o discurso de sempre contra quem ousa desafiar o sistema(já ouvi e li alguns desses a criticar o sistema num dia e abençoar o mesmo sistema no dia seguinte,é vê-los todos os dias nos canais de tv e na rádio e nos jornais).E digo isto duvidando bastante nas capacidades(ou intenções) do Trump(e daqueles que serão seus pares no governo)para realmente reformar o sistema(já nem falo em eliminar o sistema de poder que se confunde com os próprios EUA).
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De isa a 15.11.2016 às 16:44

Sensatez, outra coisa que, progressivamente e metodicamente, tem vindo a ser destruída a nível global, bastou ver o histerismo de muitos dos que apoiavam Clinton, pareciam miúdos mimados a fazer birras quando não lhes fazem as vontades (literalmente), emocionalmente descontrolados, sem faltar choro, gritos e os gestos exagerados. Especialmente, uma determinada geração que não ficou assim por acaso, existem nos EUA, na Europa... Programados para serem seguidores e da ideia do... eu eu eu eu eu tenho direito a tudo, já e agora. Uma geração que nunca enfrentou dificuldades, daquelas bem grandes, facilmente seguirão quem lhes prometa utopias e, todos os seus ídolos de pés de barro podem dizer-lhes barbaridades porque, para quem não pensar com a sua própria cabeça, há muito espaço vazio para preencher. 


Naturalmente e, felizmente, ainda há os que fogem à regra, com muito trabalho e dedicação por parte da família, razão pela qual, ideologias socialistas, marxistas e "globalistas", querem ter todo o poder na educação dos jovens."The Organization is the only United Nations agency with a mandate to cover all aspects of education
Agency? To cover All Aspects of education? With a Mandate? 
Dado por Quem? Até arrepia, lembra qualquer coisa saída de uma, qualquer, grande Ditadura.
Quando foi da Brexit, ainda me lembro de ter ouvido alguns desses jovens, já com o "programa concluído" que até pensavam, ter mais direito a escolher do que os mais velhos porque o Futuro era deles. Para eles, os mais velhos devem ser os Pré-mortos que ainda não foram enterrados lol (É tão trágico que temos de rir para conservar a nossa sensatez e sanidade mental porque a culpa, definitivamente, não é deles)


Com ou sem Trump, seja ele "real" ou mais do mesmo, a próxima Grande crise financeira será inevitável, resta saber quando e onde vão deitar as culpas, no Trump, na Brexit, na desunião dos países europeus... mas, na verdade, qualquer sistema baseado em Fiat money, tem sempre os dias contados, ciclos confinados a um período de tempo e, o pior, "esticaram" demasiado a Ilusão de dinheiro que nunca acaba e de uma Dívida que pode crescer infinitamente.
Será aqui que se vai dar o confronto final e, o 1%, no meio do caos que, intencionalmente, ele próprio tem vindo a alimentar, uma "besta" que irá soltar, quando quiser e que nunca acontecerá por mero acaso porque, ao contrário daquilo que muita gente pensa, eles são poucos mas não são estúpidos e, com isso,  se Trump não for "real", avançarão e fecharão, finalmente, "os cadeados dos rebanhos", com uma nova moeda global (virtual) e a tão desejada New World Order. Os "tentáculos" são óbvios, controlam os Bancos Centrais (privados), as Nações Unidas que até já tomaram posse de todos os Oceanos e seus recursos, FMI e World Bank.
Com todas as dívidas a nível global, só falta cair na realidade e ver como as moedas, actualmente, fruto de tanto imprimir dinheiro no teclado, nem devem valer o papel onde estão impressas. Isto não é só, venham milhões e esperar que nunca aconteça nada e, se ainda não aconteceu, foi por conveniência da elite e, uns bodes expiatórios dão sempre jeito para, sacudir a água do capote e, novamente, poder enrolar as populações.
"The only thing necessary for the triumph of evil is for good men to do nothing."- Edmund Burke

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