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O Orçamento do Estado (OE) de 2018 já está a arder. O governo encontrou um nome todo catita para ficcionar as contas e fingir que está tudo óptimo - cativações. Imaginem que têm os dentes a apodrecer, mas que ainda conseguem mastigar uma bela açorda, e em função desse repasto, decidem que afinal aquele investimento na placa dentária não vale a pena. De repente ficaram umas centenas de euros mais ricos. As contas lá de casa melhoraram. E os caninos e molares? - logo se vê. É mais ou menos assim que o Estado está a ser gerido. É quase definitivamente deste modo que governam. A derrapagem orçamental que aí vem, terá, no entanto, uma desculpa do tamanho do Pinhal de Leiria. Os incêndios florestais serão invocados sem piedade para espremer a simpatia de Bruxelas e uma interpretação excepcional do cumprimento ou não do OE. A falta de emoções de António Costa poderá agora ser transsexualizada directamente de São Bento para divisa política pura, para moelas deploráveis de troca. De um modo racional e mensurável, as tragédias florestais e a perda de vida humana, poderão ser cambiadas por argumentos no mercado político da União Europeia. Na lista de descalabros tudo poderá ser incluído. A saber, e a título de ilustração; as cabeças de gado bovino e caprino que sucumbiram na densa mata de fogo, a contaminação de cursos de água - decorrente da putrefação dos referidos animais; o impacto que se fará sentir no sector agrícola e florestal, a perda de empresas de base familiar e respectiva mão de obra, a sobrecarga do sistema de segurança social que terá de atender a pessoas em estado de carência e emergência, o peso sobre o sistema nacional de saúde que terá de cuidar dos queimados e outros feridos, mas também de um número insondável de pacientes que emergirão por degradação da qualidade do ar na proximidade das ocorrências ou em destinos mais afastados. Enfim, uma quantidade de alibis operacionais de natureza financeira e administrativa será sacada de uma espessa nuvem de consequências oportunas, mas mesmo com todas as cativações do mundo e todos os favores de Bruxelas as contas não baterão certo. Das duas uma; ou deixam a factura sair fora de controlo -"estou-me cagando para a dívida" ou assumem a iminência do descalabro à moda de 2011, e toca a aplicar ainda mais descaradamente efectivas medidas de austeridade que, em jargão geringonçal, terão outro nome mais adequado para não ferir a massa associativa de funcionários públicos que colocou no triatlo os três partidos de governação. Uma outra hipótese, mais remota porém, será o PCP ou BE acabarem de vez com esta fantasia cozinhada à La Carte dos interesses ideológicos dos partidos em causa. Esperemos para ver. E nem tem de ser sentado. Parece-me que tudo isto será rápido, mas a doer. Pacientes, paciência. Os portugueses, como sempre, são as vítimas.
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A crise de liderança do Partido Social Democrata (PSD) tem provocado mais alergias e urticárias no seio de outros partidos do que na própria casa da Rua de São Caetano à Lapa. Parece quase certo que o Derby social-democrata será disputado entre Santana Lopes e Rui Rio. Convém sublinhar o seguinte fenómeno separatista; Os mais contundentes sucessos de governação dos candidatos aconteceram na região norte - nas cidades da Figueira da Foz e do Porto. Numa lógica de bastiões e reservas estratégicas do PSD, faz algum sentido que assim seja, e tendo em conta o track-record de cada um dos adversários, se puxarem dos galões autárquicos para promoverem as suas causas, farão a vontade dos socialistas. Ainda recentemente, embora embriagado pelo oportunismo das eleições autárquicas, António Costa reforçou a sua dose ideológica de regionalismo e "autonomia" política dos concelhos desde que estes sejam do Partido Socialista (PS). Numa interpretação mais ampla, e à luz dos acontecimentos que decorrem na Catalunha, a bandeira do poder local pode ser um argumento subtil a ter em conta na gestão de um país. Quer Santana Lopes quer Rui Rio devem saber integrar as movimentações ideológicas excêntricas. Dirão muitos que o que acontece na Catalunha não interessa ao menino Jesus, mas não é bem assim. Quaisquer derrames não previstos, decorrentes da garraiada que opõe Madrid a Barcelona, terão impacto nos discursos políticos pan-europeus e nas contas europeias. A geringonça ficará indelevelmente colada ao ciclo económico favorável do turismo e ao dinheiro fácil do Banco Central Europeu. Numa lógica de modelos económicos que se esgotam e de alternância de vocalistas, o mais provável é o PSD agarrar o poder em Portugal quando este estiver na mó de baixo, a andar às voltas da nora de uma nova crise de excessos e devaneios orçamentais. Seja qual for o chefe da casa política do PSD, este deve alinhar ideias de um modo realista, mas desapaixonado. O PSD, não sendo governo, deve ter um papel de auditor interno, de agência de rating. Por outras palavras, deve fazer uso do capital de que dispõe. E o legado de que dispõe diz respeito à experiência na gestão de crises. Os outros, para serem coerentes com o seu currículo, continuarão a pintar um cenário cor-de-rosa, perfeito. O PSD deve levar em conta que as marés psicológicas são de duração limitada e que as escorregadelas financeiras dos governos marcam o início do seu fim. O PSD apenas deve ser paciente. A realidade falará por si. A ideologia acaba sempre por se trair e deixar ficar mal os crentes mais ferverosos. O PSD deve declarar a sua independência política das querelas típicas que polvilham o quadro governativo de Portugal. Se quiser sair por cima.
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