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Catarina Martins está alinhada com Donald Trump. Segundo a bloquista, o perdão fiscal apenas faz sentido quando há empresas em dificuldades. Pois. Foi exactamente isso que o candidato presidencial americano invocou e soube aproveitar. Se não fossem ideólogas do Bloco de Esquerda não teríamos empresas falidas a chupar o dinheiro de contribuintes. Mas Martins lança chamas minguadas sobre o seu posicionamento ético em relação ao perdão da dívida da GALP. Diz a dirigente: “O Bloco de Esquerda nunca foi favorável a estes perdões fiscais e não mudou de ideias”. São afirmações desta natureza lacónica que me dão cabo dos nervos. Estes perdões? Ah. Já percebi. A empresa capitalista de petróleos de Portugal e além-mar deve falir primeiro e depois submeter um requerimento de perdão de dívida fiscal. Como podem ver, estas interpretações de salão criam dilemas bicudos. Se a menina fosse cheia de princípios traçava uma linha clara e intransigente. Cravava em mármore: não concedemos perdões fiscais - ponto final. O problema do seu juízo de discriminação fiscal é estabelecer um precedente perigoso. A Catarina Martins defende o perdão contributivo do prevaricador pequeno, mas abomina o perdão fiscal de empresas multinacionais exploradoras dos trabalhadores? É isso? Porque se fôr isso, Catarina Martins está do lado de Hillary Clinton e não de Trump, e isso é uma infâmia. Os Clinton são amigos de Wall Street, das corporações, dos pacotes de recompensa avultados, enfim, subscrevem um imenso cabaz de favores. Quanto ao orçamento, que em breve estará a discussão, podem tirar do vinho para pôr na sopa.