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Por que razão a Secretaria de Estado da Cultura exige o regresso de alguém que alegadamente viola, de um modo consciente, os termos de um contrato? O governo não pode ser o padrinho de prevaricações, o promotor de oportunistas. A mensagem que Jorge Barreto Xavier atira para o ar lesa muito mais do que o Estado. Lesa os princípios deontológicos que devem orientar a vida de qualquer indivíduo. Não é a empresa Opart (ou o raio que o parta!) que deve conhecer a lei espanhola. É Pinamonti que deve saber ou não se está a cometer uma infracção, a fazer jogo duplo. Em vez de ser sacudido do Teatro Nacional de São Carlos, Barreto Xavier quer dar um prémio de desempenho a este gestor público - uma recompensa pela ambiguidade cultural e poligamia artística? Será Pinamonti o único consultor lírico do mundo? Ou haverá outros a dever quantias à Segurança Social? As artes e letras, pela subjectividade questionável da sua natureza, têm sido poupadas a regimes de auditoria mais apertados. Os portugueses merecem saber de que forma o seu dinheiro é gasto em encenações e dramas, revistas e óperas-bufa. Os bufos são mais que bem-vindos - se defenderem o interesse dos espectadores e a carteira dos contribuintes.