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Raras vezes estive numa conferência tão interessante e com um debate tão elevado como aquele a que se assistiu ontem na 1.ª Conferência do Liberalismo Clássico. Da minha parte, permiti-me assinalar as convergências entre liberalismo, conservadorismo e socialismo, reflectindo sobre os Old Whighs Burke e Hayek, com pitadas de Oakeshott, Gray e Scruton, procurando mostrar como o indivíduo é um produto da tradição, como o mercado incorpora a moralidade desta e como chegámos a uma atmosfera moderna que é altamente destrutiva das tradições intelectuais e morais europeias. Deixei recomendações para os conservadores não caírem na armadilha de tentar capturar o estado para impor uma perspectiva conservadora às burocracias, e os liberais na da falsa dicotomia entre religião e política. Porque tomos assumimos, como assinalou José Adelino Maltez, "uma concepção do mundo e da vida anti-construtivista, anti-revolucionária e anti-estadista, segundo a qual não é a história que faz o homem, mas o homem que faz a história, mesmo sem saber que história vai fazendo" em que "Um liberal tradicional, aqui e agora, no Portugal de Gaspar, não é pela direita que quer conservar o que está, nem pela esquerda que quer conservar o que estava. É do centro excêntrico, porque, como diria Garrett, o jardineiro, vintista, setembrista e regenerador histórico, Portugal já não é o que foi nem pode voltar a ser o que era. O que vai ser é do querer de Deus, do sonho dos homens e da obra que eles fizerem. Isto é, da acção dos homens concretos, contra os planeamentistas da troika e os decisões do eixo. Os liberais apenas podem ser conservadores do que deve ser, dos homens livres num país livre."
Organizada em conjunto pela Causa Liberal e Instituto Ludwig von Mises Portugal, a 1.ª Conferência do Liberalismo Clássico terá lugar em Coimbra a 26 de Novembro no Hotel Tivoli. Inscrições devem ser feitas através do e-mail geral@causaliberal.net e têm um custo de 10€ (jantar convívio, opcional, acrece 24€). Aqui fica o programa:
PROGRAMA
14h00 – Recepção dos participantes.
14h30 – Intervenção de Lourenço Vales: Liberalismo: A abordagem consequencialista vs deontológica.
15h00 – Intervenção de Ricardo Campelo de Magalhães: Como lucrar por ser liberal.
15h30 – Intervenção de Carlos Novais: O Keynesianismo e a crise.
16h00 – 1.º Painel: Liberalismos: entre o conservadorismo e o socialismo.
Apresentação: Professor José Manuel Moreira;
Intervenções: Luís Aguiar Santos e Samuel de Paiva Pires.
17h00 – Intervalo.
17h30 – Intervenção de Filipe Teles: Praxeologia e Liderança Política.
18h00 – Intervenção de André Azevedo Alves: A Escola de Salamanca e as origens ibéricas do liberalismo clássico.
18h30 – Intervenção de Luís Aguiar Santos: Perspectiva histórica do liberalismo português – Séculos XIX e XX.
19h00 – 2.º Painel: Liberalismo e os partidos políticos.
Moderador: João Miranda;
Intervenções: Professor José Adelino Maltez, Michael Seufert e Ricardo Campelo de Magalhães.
20h00 – Encerramento dos trabalhos.