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Do leitor e comentador Rui Sousa:


«O que me preocupa neste momento é o total desprezo e tentativa de branqueamento que muitos elementos da direita estão a dar a esta manifestação. Eu próprio sou de direita. Votei no PSD nos três últimos actos eleitorais, fui um dos que elegeu Cavaco Silva para Presidente. Mas estou cada vez mais descontente com o rumo do País. Fui ontem à manifestação, encontrei dezenas de pessoas que são ou foram militantes do PSD e CDS e que conheço há vários anos. Pôr em causa um acto de cidadania por estarem menos de 180 mil e não 500 e tal mil pessoas, como alguns cronistas do Insurgente estão a fazer, é de uma demagogia atroz. Foi a primeira vez que estive numa manif. Fui pedir compreensão pelo futuro dos meus filhos. Já nem peço pelo meu, que ainda me vou desenrascando na vida. Não foi uma manif. do PCP, da CGTP ou do Bloco. Foi das pessoas que estão preocupadas com o futuro do País, e que gostam demasiado dele para o verem morrer a cada dia que passa.»

publicado às 12:42

Na mouche

por Samuel de Paiva Pires, em 03.03.13

Margarida Bentes Penedo, Duas palavrinhas mais agitadas:

 

«Que me desculpem os meus amigos d'O Insurgente, mas não me apetece deixar passar.

 

A propósito de um grupo de reformados que hoje, durante a manifestação, vestiam camisolas a dizer "Nós não somos responsáveis", Rui Carmo comenta:

 

"Obrigado. Foi também pela inimputabilidade e pelo constante que se lixem as gerações futuras que chegámos aqui."

 

Este post é vil. Até pelo fundo de verdade que contém (como é costume acontecer com as mentiras mais eficazes).

 

Eu gostava que o Rui Carmo me informasse onde estavam "os jovens" mais "responsáveis". Aqueles que protestaram contra as mordomias que foram oferecidas aos empregados da função pública. E contra a Expo 98, e o Euro 2004, e as passagens de ano praticamente administrativas. E as internets "gratuitas", e os Magalhães, e as "festas das cidades". E a Fundações constituidas para os besuntarem, a eles e aos pais deles, com as "culturas", e as exposições, os concertos rock, e os "ateliers" das mais variadas "artes" a fim de lhes comprarem os votos ou (na pior das hipóteses) a indiferença. E os "investimentos" e as políticas "expansionistas" de Cavaco, de Guterres, de Barroso, de Sócrates e de toda a espécie de criadores de "um homem novo". Que permitiu, aos pais e aos avós desses "responsáveis" jovens, pagarem-lhes as contas dos iPhones, dos campismos, dos jogos de vídeo, das patuscadas, dos "doutoramentos", e das várias "emancipações" que eles escolheram viver - numa ignorância tão escura que não lhes permitiu sequer darem-se conta da sua dimensão.

 

Os velhos não costumam estar apetrechados com saúde, vagar, e vitalidade para se organizar em manifestações. São por isso um alvo fácil para cobardes, que lhes inflingem dano sem se arrepiarem.

 

Os velhos também não costumam passar cartão às boçalidades irrelevantes que se escrevem na blogosfera.

 

Mas estou cá eu. Que sinto gozo em oferecer umas perspectivas a certo tipo de putos, charilas e malcriados, com vontade de apresentar serviço.

 

Guardo as tolerâncias para os meus adversários; afinal, eles é que têm de viver dentro daquelas convicções que considero enlouquecidas. E gasto o rigor nas pessoas "da minha área". Porque ser lúcido inclui a ponderação necessária para, quando se analisa um problema, tentar vê-lo de todos os ângulos. A começar pelo ângulo dos envolvidos. Caso contrário, sofre-se de uma maluqueira de módulo igual e outro sinal qualquer.»

publicado às 01:07

O maior inimigo do liberalismo são os supostos liberais

por Samuel de Paiva Pires, em 02.03.13

Os meus conhecidos e amigos liberais muito preocupados com o número de pessoas presente na manifestação parecem ter metido o individualismo metodológico e o individualismo político na gaveta. Simultaneamente, parecem também ter-se esquecido das naturais desconfianças da força dos números. Procuram dar ou retirar importância à manifestação consoante a quantidade, quando estamos em face de uma manifestação que tem a força da razão, e portanto importa mais a qualidade. O mesmo é dizer que a manifestação até poderia ter tido apenas uma pessoa, que esta não deixaria de ter razão em manifestar-se contra um governo incompetente, medíocre, mentiroso e teimoso, que nos está a empobrecer, a ter cada vez mais capacidade de intrusão nas nossas vidas e que se encontra completamente desprovido de autoridade moral e legitimidade. De resto, continuo a registar a inveja que certa direitalhada tem da capacidade de organização da esquerda. Como escrevi hoje, a hegemonia cultural e política desta é não só mérito seu, como demérito da direitalhada. Assim vão longe, meus caros, não tenham dúvidas.

publicado às 23:29

A restauração da monarquia na manifestação

por Samuel de Paiva Pires, em 02.03.13

Às 18h10h, na SIC N, um manifestante no Porto, com uma bonita bandeira azul e branca, afirma perante as câmaras que a república é a grande responsável pelo estado a que chegámos, e que a recuperação do país passa pela restauração da monarquia.

publicado às 18:12

Vistas curtas

por Samuel de Paiva Pires, em 02.03.13

Há um argumento que vejo utilizado recorrentemente que me causa um certo espanto. Afirmam alguns que mandar a troika lixar-se seria condenar todo o país a uma desgraça, pretendendo passar a mensagem que só isso serviria para desqualificar qualquer tipo de manifestação, pelo que teremos de aceitar o que o governo tem feito. Desculpa-se a mediocridade e a incompetência deste governo, como se isto não pudesse ser de outra forma, mesmo sob uma intervenção externa.

 

Até quem organiza esta manifestação, tal como as anteriores onde o slogan foi utilizado, sabe perfeitamente que este é demagógico e que não podemos simplesmente mandar lixar a troika. Mas não deixa de saber interpretar e canalizar um descontentamento generalizado que o sistema político se esforça por ignorar.

 

Muitos dos que criticam o slogan aproveitam também para gozar com os manifestantes, a esmagadora maioria pessoas desempregadas e/ou que se vêem financeiramente asfixiadas por uma enorme carga fiscal. O mais das vezes fazem-no porque a maioria das pessoas nas manifestações são de esquerda, e quem as organiza é também de esquerda. Têm, os tais críticos, uma visão redutora, dicotómica, das coisas. Opõem-se aos manifestantes por discordâncias ideológicas, não percebem que existe um solo comum de revolta quando o descontentamento faz-se sentir de uma forma generalizada e não respeita fronteiras ideológicas e classes sociais e profissionais. 

 

Ademais, para evitar um mal maior – a desgraça que aconteceria se mandássemos a troika embora – acabam a aceitar, e muitas vezes a defender, o mal menor, isto é, um governo que desde o início desrespeitou completamente a proporção entre o corte de despesas (2/3) e o aumento de receitas (1/3) preconizada no memorando de entendimento com a troika, que continua a alimentar uma gigantesca rede de interesses clientelares e a expropriar todos os portugueses do seu direito de propriedade sobre os frutos do seu trabalho para lá de um limite razoável e aceitável para que possa, por exemplo, financiar bancos falidos e instituições e empresas por onde circulam os amigalhaços.

 

Em resumo, perante aqueles que não deixam de tentar lutar contra quem, com requintes de sadismo e autismo, já para não falar na sofrível retórica amadora, nos vai condenando a um empobrecimento estrutural de proporções injustas, acabam a desculpar, a aceitar e, muitas vezes, a defender um governo incompetente que, como escreveu Alberto Gonçalves, tem "aura liberal, hábitos socialistas e processos napolitanos."

 

Estou a falar, como é óbvio, da direitalhada e de muitos liberais. São estes os principais responsáveis pela hegemonia da esquerda no debate público - não é tanto mérito desta como demérito daqueles. Não passamos disto, infelizmente. 

publicado às 16:40

Banda sonora para a manifestação de hoje

por Samuel de Paiva Pires, em 02.03.13

Hoje não vou à manifestação. Mas deixo uma sugestão de banda sonora, para deixarmos de enjoar a Grândola, que assenta tão bem a todos os arquitectos da nossa desgraça, deste governo ao anterior e a todos os outros cujos membros colocaram os seus interesses pessoais e dos seus partidos à frente dos interesses nacionais, trazendo-nos à ignóbil situação de protectorado em que nos encontramos. É que talvez seja bem pior que a crise financeira a crise intelectual, moral e política que infecta e corrói a democracia e o debate público.



publicado às 13:13

2 de Março: Equipa A vs Equipa B

por John Wolf, em 01.03.13

Amanhã, Sábado dia 2 de Março de 2013, disputa-se um encontro entre uma equipa B e uma equipa A - o governo de Portugal e a população Portuguesa. Respectivamente.

publicado às 17:16






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