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É impressão minha ou os nossos colegas do 31 da Armada deixaram de ser auditados? Um verdadeiro mistério. Nós por aqui estamos em 46º lugar, no grupo líder de blogs de actualidade política, sempre a subir. A resposta a quem de direito.
A vossa intenção era boa mas, para mim, sempre foi um dado adquirido, desde que Marcelo Rebelo de Sousa o anunciou publicamente, que esse vídeo não seria autorizado. É que, de há muito que a apregoada "tolerância democrática" conhece limites em determinados países da Europa. E a Alemanha, por muito que isso espante alguns, é disso exemplo. Veja-se, a título meramente simbólico, o que se passa no funcionamento do Parlamento Europeu onde uma criatura que dá pelo nome de Martin Schulz, alemão socialista, dirige as sessões de uma forma vergonhosa e facciosa como nunca naquela casa há memória de ter sucedido no passado. É, recorde-se, o mesmo que fez estas espantosas declarações que hoje aqui recupero. E que não venha ninguém com a história de que eu não gosto de alemães. Estudei entre eles desde a meninice e uso muitas das suas admiráveis técnicas de disciplina e de trabalho que tanta utilidade teriam em Portugal, assim as soubessemos aproveitar em nosso benefício. Quanto ao resto, para além de serem um povo trabalhador e empenhado, em sede de tolerância ainda têm muito para aprender. Falta-lhes precisamente aquilo que nos sobra: a capacidade de aceitação das diferenças e o saber conviver com diferentes culturas e povos que fizeram com que Portugal tenha sido grande no passado, como o Ultramar português foi exemplo cabal.
Alguém ofereça um manual de estatística ao Rodrigo.
Parece que há alguns seres bafejados pela mais superior das inteligências que não percebem que o problema não é Relvas ser licenciado ou não. O problema também não era Sócrates ser licenciado ou não. O problema é as aldrabices que se fazem para se ter uma licenciatura fictícia - a mais das vezes, especulo eu, em virtude do provincianismo das personagens em causa, que obviamente devem ter um sentimento de inferioridade qualquer e necessitam que lhes chamem "sôtores". Prestam-se a figuras como esta. Valem tanto quanto os abrantinos socráticos.
Hoje, pela primeira vez, apaguei um post que me incomodava - o que normalmente não faria. Tendo acontecido por uma vez uma situação semelhante, preferi manter o post e pedir desculpa ao visado, reconhecendo prontamente que tinha errado. Se naquele caso escrevi o post de livre e espontânea vontade, neste senti-me forçado a publicá-lo - uma conversa no Facebook - com o objectivo de tentar terminar de vez com a polémica que ao longo dos últimos dias se veio desenrolando entre mim e o Rodrigo Moita de Deus, Afonso Azevedo Neves e Jacinto Bettencourt, que hoje alcançou níveis verdadeiramente escusados. Agora que, julgo, já todos esfriámos um pouco a cabeça, achei por bem apagar o post. O Nuno Pombo tem muita razão no que escreve. Com o tempo, as coisas irrelevantes perdem significado.
Imagem roubada ao Ricardo Lima, que relembra ainda uma bela máxima proferida pelo actual Primeiro-Ministro: “Não aceitaremos chantagens de estabilidade, não aceitamos o clima emocional de que quem não está caladinho não é patriota.”
Mas limito-me a umas breves observações. Já o disse e volto a dizer: sinto-me um privilegiado por pessoas cuja dimensão é infinitamente superior à minha perderem tanto tempo comigo. Claro que já toda a gente percebeu que se trata da técnica abrantina de desviar o assunto, como se nos esquecêssemos que é o caso Miguel Relvas que realmente importa. Seja como for, o que vale é que já há muito adoptei a máxima de Gore Vidal de que "aquilo que penso dos outros é mais importante do que aquilo que eles pensam sobre mim". De há uns 10 anos a esta parte que cultivo uma, julgo eu, saudável virtude, a de não responder directamente a quem procure denegrir-me recorrendo a um nível de argumentação que, por não ser conforme à minha natureza, prefiro não alimentar. O exemplo vale mais que mil palavras. Os meus escritos e actos falam por mim, não preciso de fazer campanhas propagandísticas - limito-me a dizer o que penso, a "viver como penso e não a pensar como vivo", nas palavras de um mestre pensador português. De resto, coíbo-me de qualificar o argumento das credenciais anti-abrantes (a fazer lembrar, como o Carlos M. Fernandes me chamou a atenção, os argumentos dos anti-fascistas), observando apenas que a lógica, de facto, não é para todos, muito menos para os aprendizes de Maquiavel, e termino com uma citação de Samuel Johnson que me parece mais do que apropriada: "O patriotismo é o último refúgio de um canalha."
Afonso, no que diz respeito a mariquices e capacidades argumentativas, estamos conversados desde que tu e o Rodrigo amuaram por eu ter evidenciado as falhas gritantes do vosso patético vídeo para a Finlândia.
P.S. - Vamos continuar com esta competição criançola para ver quem tem o dito cujo maior? Sinto-me um privilegiado por gastarem as vossas energias e notáveis capacidades intelectuais e argumentativas com a minha pessoa mas ou montam uma central blogosférica abrantina a sério ou isto assim nem chega a ser minimamente desafiante e estimulante.
É curioso como um tipo sem paciência para a blogosfera vem aqui por acaso e constata que outros simplesmente não curam as suas obsessões antigas. Lamento desiludir, Afonso. Nem o Samuel precisa da minha defesa, nem eu estou disponível para entrar no seu jogo. Deixo-lhe, contudo, uma resposta única: parece que o blogue que fez a apologia do deputado Galamba contra as denúncias que fiz à identidade dos Abrantes, e às ligações desse deputado aos ditos, tinha interesses ocultos - já que ia dar guarida a novos Abrantes. Nada que não se tivesse percebido na altura.
Vá, continue lá a brincar no recreio, Afonso, que daqui não leva nada. A malta crescida tem mais o que fazer!
Folgo em ver que o Rodrigo está a aprender rapidamente. Entre as técnicas clássicas dos Abrantes ou dos spin doctors em geral, o Rodrigo aplicou três em apenas dois posts:
1 - Vitimização. Eu não presumi nada. Eu realizei um juízo de valor com base no que me é dado observar do teu comportamento, comparando atitudes/opiniões perante situações semelhantes, que têm resultados diferentes em função do partido que está no governo. E desta avaliação resultou a classificação de contorcionista e abrantes, sendo este último termo utilizado para designar spin doctors em geral, pelo menos por mim. A capacidade e possibilidade de crítica está no cerne de qualquer sociedade livre e democracia liberal saudável. Já vai sendo tempo de em Portugal deixarmos de ser umas virgens ofendidas e começarmos a saber lidar com as críticas que nos façam, sem vitimizações.
2 - Colocar palavras na boca/escrita dos interlocutores. Esta o Rodrigo já tinha tentado aplicar hoje. Nem eu nem o André dissemos que concordávamos com as medidas do ministro. Mostrámo-nos, isso sim, defensores da privatização da RTP e prometemos ser os primeiros a aplaudir se esta alguma vez ocorrer.
3 - Desviar o assunto - Aproveitando o ponto anterior, o Rodrigo introduziu outra temática que, se tem importância, não deixa de ser lateral em relação ao que está em questão: Miguel Relvas tentou chantagear uma jornalista, ameaçando-a com a publicação na Internet de dados da sua vida privada. Não preciso de caracterizar alguém que tem uma atitude destas, pois não?
Um dos grandes males da política portuguesa é o culto do chefe nos partidos políticos, que normalmente implica um seguidismo acéfalo, tornando a política em futebolítica. Os partidos não são, ou não devem ser, claques de futebol. Para mim, acima deste clubismo estúpido estão os princípios e as políticas prosseguidas. Se estas, na essência, são as mesmas, erradas, quer esteja o PS, o PSD ou o CDS no poder, e se a única coisa que os distingue é aquilo a que acham por bem (ou mal) destinar o dinheiro dos outros, então criticarmos uns e defendermos outros quando adoptam exactamente o mesmo tipo de medidas e, pior, quando tomam atitudes moralmente reprováveis em moldes semelhantes, é verdadeiramente um acto hipócrita e revelador do pântano em que vivemos.
Como é óbvio, não posso adivinhar que estás num iPad (não sou Deus), ou que este não dá para fazer links. Sobre a privatização da RTP, há um ano que ando a ouvir/ler isso. Estou com o André: "Se se concretizar, serei o primeiro a elogiar o Governo – incluindo o ministro da comunicação social". Até lá, infelizmente a Maria João Marques tem muita razão. De intenções está o cemitério dos programas eleitorais cheio.
Entretanto, já percebeste que no post anterior acabaste por assumir os classificações realizadas? Correu mal a ironia, eu percebo. Precipitações, claro.
Claro que o Rodrigo tem razão (no quê?!). Tanta quanto a falta de etiqueta ao não linkar os respectivos blogs no meu nome e no do André. De resto, não fomos eu e o André que divulgámos dados pessoais do Rodrigo. Foi o próprio que colocou à vista de todos o que nós apenas classificámos. Mas se o Rodrigo diz que essas classificações são, na verdade, dados pessoais, então acaba de as confirmar e, como se vê, nós limitámo-nos a chamar as coisas pelos nomes. Porém, verdade seja dita, a classificação de Abrantes é injusta num aspecto: o Rodrigo dá a cara, não recorre ao anonimato. Ao menos isso.
O Rodrigo diz que eu digo que ele não é da minha direita. Passando ao lado do facto de eu não ter dito coisa do género, tendo apenas citado o Ricardo Lima, o Rodrigo até tem razão. Alguém faz o favor de lhe explicar que a social-democracia não é de direita?
Ler isto primeiro, e depois o André Azevedo Alves, Um verdadeiro espírito livre (2):
"O Rodrigo Moita de Deus sente-se, compreensivelmente, pressionado, mas da minha parte não tem nada a temer. Lido com blogues e bloggers há quase uma década. Se fosse pessoa para fazer o que o Rodrigo Moita de Deus teme, já todos – até o próprio o Rodrigo Moita de Deus – teriam dado por isso."
O Rodrigo diz que eu não gosto de discordâncias. Claro que ele não é obrigado a ler-nos e a perceber que neste blog, por exemplo, temos uma esquerdista feminista e europeísta e um conservador católico tradicionalista. Por acaso estou quase sempre em desacordo com eles. E não tenho por hábito amuar quando alguém de uma tribo de que faça parte discorda de mim (vídeo para a Finlândia, ring a bell?). Mas compreendo o fim da irreverência do Rodrigo. São "ossos do ofício".
* título roubado ao André Azevedo Alves.
André Azevedo Alves: «Máximas para um país onde não faltam rastejantes: Mudam-se os tempos, mudam-se os abrantes.»
*título roubado ao 31 da Armada
Leitura complementar: "Ser de esquerda é, como ser de direita..."; Lembrei-me dela hoje, Miguel Relvas; Um sítio mal frequentado, já dizia Eça; Bom dia, Portugal!; A direita hipócrita e Miguel Relvas; A Crónica Hipocrisia da Direita Instalada; Uma oportunidade para Passos Coelho; A improvável demissão de Miguel Relvas e a fragilização da posição de Pedro Passos Coelho; O caso Miguel Relvas e a crónica hipocrisia da direita instalada (num sítio mal frequentado) ; O caso Miguel Relvas e a opção pela auto-descredibilização; Passos Coelho em defesa de Miguel Relvas; A mediática telenovela de Miguel Relvas (3); Já os vi com mais pressa e com menos deferência pela ERC; Para diminuir o controle ilegítimo directo e indirecto sobre os meios de comunicação social; Pântano; Um verdadeiro espírito livre; Foi preciso mudar o governo mas (finalmente) chegaram lá; Já perceberam, agora, por quê?; A ocasião...; Os telefonemas de governantes para as redacções;
"A malta do 31 podia aprender umas coisas com os Abrantes. Com quase 1 ano de governo ainda parecem amadores."
*título roubado ao 31 da Armada
Normalmente, em debates com pessoas minimamente inteligentes e racionais, deve-se evitar brandir a acusação de "demagogo". A mais das vezes, significa que quem o profere perdeu o debate, passando a tentar desqualificar intelectual e mentalmente o adversário. É por isso que faz já várias semanas que Manuel Castelo-Branco perdeu o debate sobre a privatização da RTP, quando deixou de ter argumentos para contrariar os dos Blasfemos. Recomenda-se ainda vivamente a leitura deste post inebriado de fundamentalismo demagógico do Tomás Belchior, que aqui deixo na íntegra:
Até estou disposto a admitir que a RTP não é só um esquema para oferecer empregos bem remunerados a uns milhares de pessoas. Mas uma coisa é certa: a RTP não é um grupo de comunicação social. É um braço político do(s) Governo(s) e é como braço político do(s) Governo(s) que tem de ser avaliada. É por isso que me faz alguma confusão ver o Manuel Castelo-Branco falar em “racionalizar” a RTP sem sequer aflorar essa questão.
A RTP tem uma única missão, arranjar votos, e duas formas de cumprir essa missão: indirectamente, através do “serviço público” (que muita gente defende mas que pouca gente vê) e do condicionamento do sector da comunicação social e, directamente, através de propaganda mais ou menos explícita. “Racionalizar a RTP” significa melhorar o rácio euro/voto do dinheiro que os contribuintes portugueses metem na empresa. Não significa, ao contrário do que o Manuel Castelo-Branco diz, combater o desperdício, arranjar estruturas mais produtivas ou definir estratégias empresariais racionais. Isso é o que os privados fazem. Isso é o que só os privados podem fazer. Logo, se é para avançar nesse sentido, mais vale passar-lhes a bola o mais rapidamente possível.
O problema é que, se a RTP cumprir a sua missão como empresa pública, funciona como uma espécie de subsídio à acção governativa. Um subsídio que os contribuintes são obrigados a pagar pelos governos cuja acção subsidiam. Não me parece uma situação particularmente higiénica. Como se isto não bastasse, ainda resta saber se os contribuintes ganham alguma coisa com esse subsídio, ou seja, se ao subsidiarem essa acção governativa subsidiam a qualidade da acção governativa ou apenas a sua quantidade (e, pelos vistos, o resultado líquido dos concorrentes da RTP).
Enquanto a RTP for pública, são estas as contas que têm de ser feitas. A RTP é mal gerida porque é pública e não é “racionalizável” enquanto se mantiver pública. Eu percebo que eventualmente não se possa falar desta questão abertamente mas talvez o facto de não se poder falar disto acabe por ser o melhor argumento para se tirar de uma vez por todas o Estado da comunicação social.
Ver o 31 da Armada a fazer o papel do Câmara Corporativa do novo governo é, no mínimo, curioso, para não dizer intelectualmente pobre, como o demonstram os posts dos últimos dias. Pobreza essa que fica ainda mais patente quando os argumentos dos novos spinners são consistentemente demonstrados como falaciosos em toda a linha pel'O Insurgente e Blasfémias. Não estavam assim tão longe da verdade no 31 quando alteraram o cabeçalho para Câmara Corporativa logo a seguir às eleições. Eu bem disse que íamos assistir a mudanças na blogosfera. Só não pensava que fossem tão sofríveis.