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Com a sempre disfarçada satisfação, informava a RTP há uns momentos, que 30% da população russa ainda comemora o 7 de Novembro, ou seja a revolução que em São Petersburgo instaurou a ditadura de Lenine e dos seus próximos.
Dados os residuais resultados eleitorais do PC russo, não consigo imaginar os recursos existentes para a obtenção de uma cifra tão precisa. De facto todos nós podermos estranhar esse alegado apego ao acontecimento que inaugurou violentamente um regime que se alicerçou precisamente na selvática repressão e paranóica perseguição de populações inteiras. A herança do bolchevismo é bem visível nas milhares de valas comuns, centenas de campos de concentração e de extermínio. Sente-se o hálito gelado e pestífero do comunismo nalguns tristes simulacros remanescentes do episódio que humilhou nações, destruiu países e chacinou indiscriminadamente todos aqueles que aleatoriamente designou de inimigos. O comunismo não deixou um resquício - por mais ténue que seja - de prosperidade material, liberdade intelectual e conquista da igualdade. Não. Conseguiu pelo contrário, enquistar entre umas poucas mentes amorfas, preconceitos, certezas infundadas, falsificações da história e pior que tudo, a superstição. Tirania de recorte oriental, apenas pode ser olhada com nostalgia, por aqueles que dela tendo beneficiado à custa da exploração da imensa maioria, ainda sonham com um regresso aos tempos em que os incompetentes, a prepotência e a brutalidade eram a infalível trilogia em que assentou o seu poder.
*Na imagem: uma vala em Katyn