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A miss qualquer coisa ainda nem sequer tomou posse do cargo e já chovem dizeres acerca do seu verdadeiro papel na política tailandesa. Como seria de esperar, o irmão Thaksin encarrega-se de tornar mais nítida a até agora vaga suposição de Yngluck tratar-se de um "animal de tiro" que puxa a artilharia pesada algures guardada num país do Golfo Pérsico. O pequeno Murdoch do Chao Phraya desmancha-se em opiniões, fala demasiadamente de nomes e fulaniza ao máximo o próximo governo, como se ele e só ele, fosse o essencial da vida naquele país. Além da sua cada vez mais amarelecida e popul(ista)arucha pessoa, nada mais importa. Imagine-se o que aconteceria, se na Tailândia não existisse um poder muito acima daquelas conflituosas rivalidades pessoais e de interesses? Mais precisamente, aquela instituição que Thaksin há um ano procurava destruir, instaurando a sua ditadura rapace, o seu "Estado Novo". Para já, o alijar da bomba relógio - os tais facas de mato para todo o serviço sujo - que os radicais-comunistas "reds" representam, será uma boa notícia, até porque os militares possuem uma capacidade de contemporização bastante limitada.
A coligação que agora chega ao poder, nem assim poderá ser considerada, se a analisarmos sob padrões ocidentais. Nem sequer dentro do Peua Thai existe aquela coesão que permita a qualquer líder, encarar com confiança a solidez da sua posição parlamentar. Ora, esta é uma verdade que naquele Reino todos conhecem e não seria surpreendente se dentro de meses Abhisit regressasse ao Palácio do Governo, desta vez apoiado pelo seu Partido Democrata e em coligação com uma substancial parte do grupo parlamentar do até agora PT. Tudo estando em aberto, as parcas da "revolução" investem no impedimento de Abhisit em prosseguir a sua carreira como chefe dos Democratas. Sabem que apesar de tudo quanto possa ser dito ou feito, ele é o elo forte e significa a decência de que a política partidária tailandesa desesperadamente necessita. O Dr. Chuan Leekpai sabe do que fala, quando recomenda a recondução de Abhisit Vejjajiva. Faz parte da tradição política siamesa, prestar obediência a um homem forte, sem que isso queira dizer na versão ocidental, um ditador. Thaksin não é um homem de mérito e por "acaso", Abhisit é-o: não é violento, não é corrupto, é culto e delicado. Isso significa fortaleza, daí o incómodo dos seus adversários. Nós também estamos de acordo.
A senhorita Yngluck conseguiu vencer eleitoralmente Abhisit Vejajiva, um homem formado em Eton. A famosa burra nomeada pelo irmão vigarista, ainda mal começou o processo de formação do seu "governo" e já saltam à vista as conhecidas clivagens próprias da absurda coligação de salteadores de empresas públicas, agiotas da finança, terroristas que há um ano transformaram Bangkok num inferno de explosões, pobres diabos cavadores nos arrozais e uma mão cheia de grupúsculos comunistóides de vários matizes. Claro está, todos eles claramente apoiados pelos salafrários ocidentais do costume, sôfregos pelo retorno às negociatas dos tempos do camarada Thaksin. Há ainda a registar uma espécie de versão 2 da sra. Jiang Ching do Bando dos Quatro, a tal Dª Thida - mulher do sinistro Dr. Weng, o candidato a Pol Pot local - mais ou menos conhecida por desvelos "pasionarios" e por aquilo que o The Nation diz, neste momento prestes a tornar-se num foco infeccioso para a "coligação".
Quanto à burra, um hilariante texto que contraria aquilo que qualquer criança do jardim de infância pode compreender através dos divertidos videos do youtube, diz que "foi uma estudante regular". Calcula-se o que isso por lá significa! O Nat que dela fala era seu professor e não pensemos sequer que o texto se dedique a esquadrinhar a sua vida académica, essa coisa desnecessária, pois aquilo que a televisão tem mostrado, é mais que suficiente para avaliarmos o gabarito da senhorita Yngluck. Temeroso das habilidades do sujeito a quem a burra está umbilicalmente ligada, o professor vai recomendando para o que der e vier, a sua atenção aos ensinamentos de Sua Majestade o rei Pumiphon Aduniadet.
Voltando ao currículo, o que o docente tem a registar, é a sua notoriedade por ser "alta e de pele clara", coisa que por aquelas paragens é uma sino-obsessão que não faz bater a bota com a perdigota, até porque a base eleitoral dos pretensos "reds", é oriunda das províncias mais "escuras e burras" - ver o gráfico ilustrativo - do país. Ficou demonstrado que a senhorita Yngluck participava em todos os anuais "concursos universitários (!) de boas maneiras", sendo também notável a sua "aptidão física" para "outras actividades". Estamos bastante curiosos quanto a este ponto. Aptidão física para quais actividades? Como cerejinha no topo do bolo curricular, o professor Nat declara urbi et orbi que a burrica carregava o "sinal de liderança" na escola, ou por outras palavras traduzidas para ocidental ler, foi uma espécie de chefe-majorette, como aquelas que vemos nos filmes rodados nos campos desportivos norte-americanos. Em suma, aqui está uma intelectual.
Uma nota de rodapé acaba o texto, afiançando ter sido Yngluck a tesoureira da classe. O nome de família indica que este deverá ser um polo de futuro interesse, sabendo-se das actividades lesivas do interesse público que o "tesoureiro nacional" Thaksin exerceu. Felizmente, a dita burra também era famosa por não ser uma "fanática de actividade". Um alívio.
Ou muito nos enganamos, ou a Tailândia tem "primeira-ministra" para os próximos seis meses. Para os padrões locais, uma eternidade.
Aconteceu o que há muito se previa. Os azuis e brancos do Partido Democrático, venceram as eleições locais na capital tailandesa, com uma enorme vantagem de votos e de mandatos. Em segundo lugar, o partido "vermelho" ficou-se pelos 15% dos sufráfios e por um número irrisório de assentos. Onde está a "maré vermelha", onde ficou a avalanche proletária e operária que queria construir um "Estado Novo tailandês", uma república ao estilo de outras mais a nordeste? Os seus lídimos apoiantes ocidentais, não tardarão muito em exigir novas eleições e até, sugerir irregularidades eleitorais. O dinheiro fala bem alto e esta gente não hesita na insistência. Podem até aprender com o exemplo de um Portugal de outros tempos, quando a miséria eleitoral do PRP, implicou a adopção de nova praxis, baseada na bomba, difamação e caceteirismo militante. Suspeita-se que dentro de pouco tempo, voltarão as barricadas e a tomada como refém, de uma ou outra cidade tailandesa.
"Os vermelhos do Peua Thai, ainda fortes em algumas zonas da capital, receberam com alguma estupefacção os resultados, pois ainda ontem acreditavam na possibilidade de ganhar nos grandes bairros operários dos arredores. Há ou não democracia na Tailândia ? Ou só há democracia quando se tomam de assalto as ruas, se incendeiam edifícios e se alvejam as forças da ordem ?"
Perdida a batalha nas ruas e pior ainda, aniquilada a escassa confiança de que beneficiava junto de algumas franjas urbanas, o debandado movimento red possui hoje dois recursos importantes.
O primeiro, consiste na tentativa já há muito ensaiada, de provocar divisões no seio da coligação liderada pelo Partido Democrático Tailandês. Afastando os elementos de maior confiança do primeiro-ministro, este ver-se-á privado de esteios essenciais à governação - entre eles o destemido ministro Kasit - e terá de enfrentar quebras na sua maioria parlamentar. Aí está a cartilha maoísta copiosamente ensaiada hoje no Nepal.
O segundo verifica-se interna e externamente e tem como principais protagonistas, os media que de fora chegam com as velhas ideias acerca do que deve ser uma democracia, mesmo se o Estado de Direito esteja em perigo por uma sublevação radical, violenta e com pesadas conotações totalitárias. Estreitamente ligada aos grupos mediáticos europeus e americanos - o chamado "mundo dos negócios"-, está uma parte activista da comunidade diplomática, principalmente aquela que sendo de segunda linha, não oferece a priori, um perigo de maior. No entanto, é exactamente esta, a que maiores oportunidades operacionais apresenta, manobrando sem cessar interna e exteriormente. Abhisit deverá ter em atenção que esta gente não desiste facilmente, pois voltará a uma reformulação do programa e já na reorganização de uma parte da oposição que se candidatar às eleições. O vil metal está em jogo e o resto apenas monta o cenário.
Abhisit realizou ontem uma conferência com "ansiosos" diplomatas e correspondentes estrangeiros estabelecidos em Bangkok. Não é com espanto que concluímos acerca do acintoso "cepticismo" com que o chefe do governo foi brindado por aquela gente, pois o sentimento da "superioridade branca" manifestou-se sempre no decorrer dos acontecimentos e na análise dos mesmos. De facto, entre eles se encontram alguns dos mais entusiastas apoiantes do movimento que durante tantas semanas fez perigar o país. Não há qualquer dúvida acerca deste facto indesmentível. Os péssimos e irrealistas relatórios enviados para a Europa, criaram uma errónea percepção dos acontecimentos e do que estava em jogo na Tailândia. Vencidos quando esperavam uma vitória fulminante, insistem agora em princípios inaceitáveis nos seus próprios países. Como se fosse possível qualquer governo ocidental sentar-se à mesa com líderes que iam provocando uma guerra civil, queriam derrubar o regime e levaram à devastação da capital?! Inaudito, mas para aquelas luminosas inteligências próprias de qualquer café de boulevard, a Tailândia é um destino turístico produtor de sedas, comezainas por uns tostões, capitosos prazeres carnais, piscinas, resorts de luxo e para alguns, uns rendosos negócios propiciados pelos círculos mafiosos onde uma certa diplomacia circula, em demanda de arredondamento de conta bancária. Os recentes acontecimentos na Índia, indicam já uma nova oportunidade de "revolução libertadora" teleguiada por Pequim. Os revolucionários de massage-parlour poderão deslocar-se hoje mesmo para o novo teatro de operações, decerto menos atraente, mas bastante plausível.
A grosseria de alguns jornalistas, chegou ao ponto destes continuarem a fazer vista grossa às evidências que todo o planeta já teve a oportunidade de assistir em video e pelo testemunho de muitas dezenas de entrevistas e de fotos comprometedoras. Para esta cáfila de mercenários chegados de Berlim, Paris, Haia ou Estocolmo - Lisboa limita-se ao copy paste, como se sabe -, trata-se agora de denegrir ao máximo a imagem de um governo vitorioso, mas que surge como extremamente moderado no seu indesmentível êxito. O problema é este mesmo, pois esperavam um sangrento crackdown, seguido por um golpe de Estado ao estilo de Pinochet e uma repressão generalizada que colmatasse o vergonhoso fracasso diplomático-informativo com que se viram confrontados. Nem uma única das suas previsões se confirmou. Nem uma!
Totalmente desconhecedores do que consiste uma nota preliminar e oficial entregue por um governo de um país independente, alguns dos presentes declararam-na como imprópria até para os discutíveis padrões da era soviética! De facto e em tom de advertência - estes "diplomatas" não sabem ler nas entrelinhas - o governo distribuiu-a no sentido de seriamente alertar os estrangeiros - entre os quais não se conta sequer um thai falante - acerca da má interpretação dos acontecimentos e da situação no país. Os ocidentais estão habituados a uma padronização ideológica de "lutas, contradições, desigualdades, movimentos populares e opressões", sem que consigam lobrigar no movimento vermelho, exactamente estes escolhos à democracia que dizem querer defender. A prepotência, o crime, o roubo, a chantagem, o ataque à Lei e às Instituições, nada são ou valem, se comparadas às velhas certezas aprendidas em leituras de notas de rodapé. O que importa é o saciar de mesquinhas e grotescas "virtudes fundamentais", adquiridas pelo ostentar de uma Kalashnikov que conduz o rebanho em direcção á vala comum. Resumidamente, é isto, o Ocidente.
Melhor faria o governo Abhisit, se em vez de indefinidamente contemporizar com palradores sem substância, usasse da sua paciência asiática para proceder a uma criteriosa análise de cada um dos representantes diplomáticos e mediáticos acreditados em Bangkok. Utlizando precisamente o espírito do "materialismo dialéctico" que é tão do agrado das duvidosas e parasitárias excelências, eliminaria as mais comprometidas com os acontecimentos, enquanto as outras, aquelas pertencentes a Estados com quem o país tem vultuosas trocas comerciais, seriam indirectamente repreendidas, pela não renovação de agreements diplomáticos a membros menores da vaidosa entourage. EM suma, um aviso compreendido nas capitais ocidentais. Isto significará uma pequena contrariedade para alguns interesses do petit-commerce do eixo Pataia-Patpong, mas não temos qualquer dúvida no efeito psicológico que tal exercício do princípio de persona non grata significará.
O Ocidente está num estado de pré-Guerra Fria com a China e alguns dos "diplomatas" europeus - felizmente, o embaixador de Portugal encontra-se acima de qualquer suspeita de conluio subversivo - melhor fariam em seguir o exemplo do seu homólogo americano acreditado em Bangkok, apoiando o regime aliado.
Com paciência asiática, Abhisit deveria analisar caso a caso e depois, numa assomo de rudeza ocidental, expulsar a escória. É o único caminho que os europeus conhecem: a porta da rua.
No ocidente, as televisões dos semi-iletrados e reservistas mentais que pensam tudo poder e em todos mandar, ignorarão as esmagadoras provas que hora a hora vão surgindo. Como bons "vencedores" antecipados, os executores das macabras tarefas e os seus apoiantes internos e externos, fizeram crer numa manifestação que jamais foi inocente, pacífica ou democrática.
Como avisámos ao longo de semanas, o planeamento foi metódico e implacável, copiando fielmente os pressupostos da tomada violenta do poder pela aparentemente contraditória aliança entre os mais radicais exploradores plutocratas e o comunismo orientado a partir do estrangeiro.
Indicação da destruição dos centros do poder do Estado nas províncias; directivas emanadas a partir do sinal que seria a imposição da ordem pública pelas forças armadas; ordem para o ataque generalizado aos edifícios públicos da capital, centros de negócios, bancos e propriedade privada em geral; apelo ao roubo e depredação generalizada; directiva para se proceder a uma política de terra queimada que destruísse o país.; plano de liquidação da ordem constitucional.
Estas são as ordens directas, indesmentíveis e que o mundo inteiro poderá agora avaliar. Outros videos comprometedores serão dentro de poucos dias publicados, reduzindo a pó as elaboradas teses de observadores que durante mais de dois meses intencionalmente e em total má-fé, informaram erroneamente os seus governos, as instituições internacionais que abusivamente mal serviram e a imprensa estrangeira. Os stocks de armas e munições capturadas vão-se avolumando a cada hora que passa e mesmo antes de termos o conhecimento das traduções para inglês dos discursos de Thaksin, Saikua e dos outros cúmplices, já havíamos indicado que a origem da destruição teria sido bem organizada até ao pormenor.
Que tipo de provas precisam os idiotas úteis da Comissão Europeia e do Departamento de Estado USA, para reconsiderarem nas patéticas exigências de negociações com gente que no Ocidente seria de imediato condenada à prisão perpétua, ou nos casos americano, russo ou chinês, à pena capital?
O caso dos colaboracionistas estrangeiros decerto merecerá outro tipo de análise e tratamento. Exemplar, aconselhamos nós.
"Os vândalos fizeram da área um verdadeiro cenário lunar. Foi tudo arrasado, pilhado, calcado e partido com requintes de impotência e mau perder, como o incendiário que, não podendo mudar o mundo, se compraz com a terra-queimada. Tudo isto me fez lembrar Estaline em 1941 e Hitler em 1945: fazer o maior mal possível aos próprios concidadãos, desempregar o maior número possível de pessoas, destruir propriedades, pequenas e grandes companhias, lançar no desespero e na fome aqueles que não integravam as fileiras do bando totalitário. É necessário dizê-lo e repeti-lo: se aquela gente tivesse atingido os seus propósitos, teriam feito o mesmo a meia Banguecoque, pois agora que se realizam investigações em profundidade sabe-se que o mesmo destino estava reservado ao Wat Phra Kéw (o Templo do Buda Esmeralda) e o palácio real."
"Quem pagou tudo isto ? De onde veio tanto dinheiro para alimentar, vestir, arregimentar e pagar a milhares de mercenários e figurantes, quem comprou as centenas de armas de fogo, os milhares de granadas e munições que foram hoje finalmente apresentados aos adidos militares acreditados em Banguecoque ? Quem pagou os vinte geradores de electricidade, as sessenta carrinhas, as centenas de projectores, colunas de som, enfermarias, os milhares de toneladas de víveres e gasolina que ali se consumiram ao longo de dois meses ? Não acredito, como alguém sugeriu, que tal dinheiro viesse dos bolsos de "camponeses", pois que eses lá estavam eram pagos. Terá sido só o mecenático Thaksin, ou houve outros dinheiros, dinheiros de estados e governos, de fundações e ONG's ?
Sirivannavari Nariratana
Um observador internacional geralmente bem informado, garantia-me que no próprio dia da supressão do acampamento red, eclodiria um "golpe de Estado" que deporia o Primeiro-Ministro Abhisit, alçando o General Prayuth ao poder. Após ler o amável e-mail, não consegui crer no conteúdo do mesmo. Como seria possível as Forças Armadas cometerem um desvario destes, após uma tão brilhante vitória e quase sem baixas? Uma falta de atenção por parte dos observadores colocados em Bangkok.
A queda de Abhisit tem sido o constante móbil dos mais díspares grupos na cena subversiva que ia destruindo o Reino. Todas as técnicas foram tentadas, desde o fomentar - ou melhor, o desejo de tal - a divisão em todas as forças de segurança, ao alijar de todas as culpas para a responsabilidade das autoridades. Como se os terroristas ali tivessem estado legal e pacificamente! Como se não tivessem utilizado os escudos humanos, pagos ou reféns declarados. Como se não tivessem invadido um hospital público, numa acção apenas com precedentes na pior fase da II Guerra Mundial.
Sendo um moderado e educado homem da política, Abhisit parece ser indesejável precisamente por quem o devia apoiar a todo o transe. É o homem que compreende os europeus, sejam eles os que vivem nesta pequena península da Ásia ocidental, ou aqueles que se estabeleceram no Novo Mundo. Abhisit detesta o derrame de sangue, crê profundamente num sistema liberal e representativo e é incansável defensor da identidade nacional tailandesa. Pouco ou nada lhe poderão apontar. Porquê tanto despeito, tanta vontade em destruir aquele que durante muitos anos poderá ser o elemento essencial que faltava à democratização do país, segundo padrões bastante aproximados daqueles que vivemos? Muito estranho, este processo de liquidação.
Não houve um banho de sangue. Os reds renderam-se ou fugiram sem qualquer dignidade, mostrando aquilo que todos já sabíamos há meses. Os reds provocaram uma hecatombe sem precedentes e demonstraram ao mundo que o apodo de terroristas que o governo utiliza para designar os activistas, era e é verdadeiro. Não houve golpe de Estado e as Forças Armadas parecem estar firmes e coesas. A Casa Real esteve como sempre, à altura dos supremos interesses do Estado, sendo mesmo generosamente condescendente para com quem tentou provocar a sua queda (Seh Deng).
O último recurso? O Partido Thaksinista - cujo travesti dá pelo nome de Pueh Thai - propõe agora uma moção de censura que possibilite a queda do Primeiro-Ministro. Contando com "insanáveis divisões" na coligação governamental, apresenta esta cartada que impeça o exercício da justiça. Não têm emenda e sempre quero ver se os "observadores bem informados" deixarão ou não, de promover mais esta escapatória. Cá estarei à espera.
Entretanto, aqui vos deixo a foto da princesa Sirivannavara Nariratana, neta do Rei Bhumibol Adulyadej. Linda!
Após a impante barrigona do sr. estoriador Fernando Rosas ter roncado o infalível gorgulhoso discurso de apoio aos terroristas de Bangkok - lá estiveram no acampamento red os seus amigos brigadistas da UE - , chegou agora a vez dos seus "ex"-camaradas de outros tempos e da mesma luta. A União Europeia, coisa praticamente falida, ridícula, chupista-parasitária, inexistente e ineficaz, vem sublinhar ser "imprescindível" o "diálogo" e a "reconcliação" entre os tailandeses. Estamos totalmente de acordo com a reconcliação e o diálogo, mas a questão mais difícil de responder pelos "diplomáticos crânios", será a de saber com quem? Com aqueles que em Abril tomaram a iniciativa de sequestrar um país inteiro, impondo a lei da brutalidade nas ruas da capital? Aqueles que custasse o que custasse tentaram derrubar o regime amigo da Europa e dos EUA? Aqueles que quiseram instaurar uma ditadura refém do comunismo e dos grandes interesses plutocráticos, a nova Santa Aliança do século XXI? Aqueles que em poucas horas emularam o 11 de Setembro novaiorquino, arruinando vidas e a Baixa de Bangkok, causando insaráveis feridas no país?
A resposta deverá ser um rotundo não!
Responsabilizem-se por aquilo que fizeram. Entretanto e para grande ultraje dos pés-rapados do movimento red, os seus ex-dirigentes foram alojados em resorts à beira mar. Terá sido uma pressão da União Europeia, ansiosa por proteger os seus amigos?
Melhor fará o governo tailandês em prosseguir com os antigos laços bilaterais com países europeus com quem mantém relações de cordialidade e de interesse económico mútuo. A alegada União Europeia também inventou agora o conceito de "embaixada" em qualquer capital onde fareje uns milhões a sorver. Estas "embaixadas" nada mais são senão "estaminés" dirigidos por "amadores" recauchutados em "diplomatas" que outrora porventura terão sido "chefes de repartição" na tal "papeleira Torre de Babel", onde durante uns meses redigiram "preciosos relatórios" sobre um estrume cujo odor é conhecido. Enfim, estes "diplomatas a horas extraordinárias", são pagos a peso de ouro pelos contribuintes europeus, para em solarengos países aliados do Ocidente promoverem a sedícia, a intriga e finalmente, falhadas "revoluções". Na prática, em vez de "embaixadores", bem podáimos chamar-lhes "embeijadores", disso não passando.
Em suma, algálias de organismos mortos.
* NOTA: aos etarras acusados do atentado do aeroporto de Barajas - 2 vítimas mortais -, foram impostas penas cumulativas que condenam cada um dos autores a mais de 1.000 anos de prisão. Isto, num país da União Europeia. Aos outros, a dita União impõe "diálogos" e "reconciliações". A arrogância e neo-colonial prepotência branca, não tem limites.
Como avisámos em posts muito anteriores ao início das operações que conduziram à rendição dos sediciosos, estes tinham preparado minuciosamente a sua queda, consigo arrastando a cidade inteira. A lista de edifícios queimados apenas pode ser comparada aos que ruíram às mãos dos incendiários da Comuna de Paris. 17 bancos, 8 hotéis e centros comerciais, 8 propriedades privadas, cinemas, restaurantes, lojas de rua, lojas de conveniência, departamentos governamentais, uma estação de televisão. O saque generalizado e a vandalização de caixas multibanco, montras, cabinas telefónicas e mobiliário urbano, completam o quadro. Eis o balanço provisório e apenas na capital, uma vez que nas províncias do norte ocorreram actos semelhantes. Não é com duas ou três garrafas de petróleo que se incendeiam maciços edifícios de betão e vidro que estão bem protegidos com sistemas anti-fogos. Os grupos organizados que provocaram o caos, estavam há muito preparados para agir e possuíam os recursos necessários para tal. Não existe qualquer dúvida quanto a isso. Apenas para dar uma ideia da dimensão do Central World, diremos que a sua fachada tem muitas centenas de metros e o espaço interior é apenas comparável ao nosso Colombo. Gigantesco, ardeu durante muitas horas, as estruturas enfraqueceram, o betão rachou e deu-se a derrocada. Era até há uns anos, a sede do World Trade Center de Bangkok e tal como o seu congénere de Nova Iorque, acabou da mesma forma. O planeamento foi tão aturado, que estavam organizadas equipas que tiveram como missão, impedir a chegada dos bombeiros e de outros departamentos de combate à destruição, forças da ordem, etc. Snipers que provocavam o pânico, sabotagem terrorista, milícias guerrilheiras bem financiadas e armadas. Por quem? Já o dissemos ou pelo menos sugerimos e não nos enganámos.
É esta a dimensão do crime e agora urge proceder a uma rápida e profunda limpeza geral, doa a quem doer. Tailandeses e estrangeiros deverão ser punidos pelos actos por si organizados e executados de forma impiedosa e radical. Muitos milhares de vidas desfeitas pela ruína dos seus negócios, dezenas de milhar privados dos seus postos de trabalho, um colossal prejuízo para os contribuintes, uma cidade inteira mantida como receosa refém de energúmenos. O Estado declarou a vontade de participar no esforço da reconstrução e no auxílio daqueles que muito ou tudo perderam.
Os "observadores bem informados" falsa e premeditadamente declararam ser o movimento red, uma coligação de gente heteróclita mas apenas motivada pelo desejo de mais democracia. Desde o início afirmámos precisamente o contrário, conhecendo através de informações absolutamente fidedignas, a origem dos dirigentes de primeira fila e dos contactos que mantinham dentro e fora de portas. Sabendo-se os antecedentes e os apoiantes externos, não seria difícil prever a sequência dos acontecimentos, tal como se confirmaram aos olhos do mundo. Todos os requisitos da guerrilha urbana estavam bem presentes, desde os escudos humanos, concentração da logística perfeitamente organizada à maneira do Vietcong e controlo de espaços estratégicos, culminando com as consecutivas recusas em obedecer à Lei. No plano político, um discurso que não era traduzido para inglês, oferecia a maquiavélica dualidade própria do bolchevismo: as parangonas escritas na língua internacional, pediam justiça e democracia. O conteúdo das arengas em siamês era bem diferente, acicatando a violência, aumentando sempre as exigências, proferindo um chorrilho de ameaças que se confirmaram e apelando abertamente à queda das instituições. Esta é a esmagadora verdade pela qual muitos deverão ser responsabilizados.
O exército não avançou imediatamente, porque tinha informações acerca da hecatombe que se preparava, desde o sacrifício brutal de milhares de reféns tidos como escudos humanos, até à quantidade de armas e de explosivos armazenados em diversos pontos sob o controlo dos subversivos. As técnicas de agit-prop foram fielmente seguidas pelas agências de intoxicação, falando de divisionismo no campo da legalidade, nas forças armadas e na polícia. Nos derradeiros momentos de resistência, continuavam a insistir na criação de clivagens e até pretendiam um golpe de Estado, numa fase em que a vitória do governo era inevitável. Nada conseguiram e todos os argumentos eram totalmente falsos, como se viu.
No campo da informação a passar para a Europa e América, os discursos não eram traduzidos para inglês, pois se tal tivesse acontecido, a opinião das cadeias informativas teria sido forçosamente diferente, embora as fotos de Lenine, Estaline, Mao, Guevara e constantes referências ao malogrado czar Nicolau II, apontassem claramente a origem e percurso dos acontecimentos. Bem pelo contrário, quem sabia o que se passava, começou de imediato a desembarcar em Bangkok. Desordeiros profissionais provenientes da Alemanha, França, Holanda, Suécia, Inglaterra e outras potências do setentrião europeu, proficuamente ajudados por outros estrangeiros que no local propiciaram a necessária cobertura. Entre os "brigadistas", contavam-se os maoístas e os agora sempre inevitáveis trotsquistas, sendo estes, meros rótulos políticos que escondem uma realidade bem mais sinistra de um passado que não pode voltar.
Começou o recolher do armamento capturado aos terroristas
Recapitulando, tivemos actos de sabotagem claramente incentivados a partir do exterior - Thaksin ameaçou e cumpriu -, do interior - os discursos de Saikua e de Weng eram bons exemplos daquilo que estava para vir - e também de até agora misteriosas coberturas provenientes de sectores que decerto surgirão no cômputo final das responsabilidades. Num só dia, arderam os maiores centros comerciais da Ásia e naquela capital, isso equivale a Lisboa perder numa só noite e da mesma forma o Colombo, as Amoreiras, o Vasco da Gama, o Allegro Tejo, os Saldanha Residence e Atrium, praticamente todos os bancos da Baixa pombalina, etc. Quem pagará os prejuízos? Como será possível qualquer governo sentar-se à mesa das negociações com gente que antes do mais - sempre foi para nós o ponto fulcral - pretendia derrubar o regime? Uma ínfima minoria que tinha uma alternativa totalitária como projecto, que servia interesses estrangeiros e que no estrangeiro e por estrangeiros foi formada?
Esta foi uma guerra importada e organizada à maneira de ideólogos e operacionais estranhos ao país. Acicatada por peritos na matéria - como os conhecemos! -, a infernal guerra de propaganda "anti-elitista", procurou durante meses ocultar o facto de o governo de Abhisit ter providenciado durante este mandato, um enorme levantamento de fundos destinados a projectos nas zonas do interior, precisamente aquelas que foram arruinadas pela política caciquista e de crédito ruinoso que Thaksin implementou. Foi este processo de reformas que deu origem ao autêntico golpe de Estado que agora terminou. De facto, os investimentos até agora feitos, são três vezes superiores àqueles que o messiânico foragido executou, sem que qualquer um dos agentes estrangeiros estabelecidos no país fizesse o menor esforço de esclarecimento da sua imprensa, opinião pública e pior ainda, dos seus governos. Isto foi um crime premeditado e não pode ser relevado por piedosas intenções de indiscriminado lavar da face a todos. A selecção das responsabilidades deve ser rigorosa, justa e sem contemplações. O contrário significaria um desastre para a credibilidade do país e a liquidação do regime mais liberal daquela parte do mundo.
Imaginemos imagens destas provenientes de Nova Iorque, Paris, Londres, Berlim, ou Lisboa. Que tipo de perdão será possível?.
Não há a mínima margem para recuar e condescender. Para a perfeita compreensão daquilo que esteve em causa, recomendamos a leitura deste importante artigo de Thanong, no The Nation, Bangkok. Impressionante.
Alguns links úteis, para a compreensão da dimensão da tragédia:
http://www.bangkokpost.com/news/politics/178617/a-nation-mourns
http://www.bangkokpost.com/news/politics/178627/provinces-hit-by-sporadic-violence
http://www.bangkokpost.com/opinion/opinion/178473/what-would-your-government-do-about-this
http://www.nationmultimedia.com/home/index.php
http://www.nationmultimedia.com/home/2010/05/21/politics/Chronology-30129881.html
Da noite para o dia, a fama da Siamesa Voadora
Nas revoluções ou ameaços disso, existem sempre umas figuras que no rescaldo dos momentos turbulentos, acabam por se tornar nos ícones do momento. Umas mais conhecidas, podem chamar-se Rosa Luxemburgo, Pasionaria, Ana Pauker ou Krupskaya, para sempre ficando no historial proletário de primeira fila. No entanto, este caso é bem diferente.
Fui hoje avisado de que esta senhora de provecta (?) idade, se tornou da noite dos incêndios para o dia da faxina, numa superstar. As televisões tailandesas foram alertadas para a sua omnipresença na BBC, CNN, Aljazeera, Sky News, Euronews, NBC, ABC e até, pasmem!, na tortelinesca RAI. Os canais nacionais decidiram-se por um visionar das reportagens que ao longo destes últimos dois anos se foram sucedendo no país. A ascensão dos "vermelhos" - cujo núcleo duro era mesmo vermelho e ao gosto do corte de bigode à Estaline -, foi acompanhada por marchas, comícios, manifestações de protesto ou de repúdio fosse pelo que fosse. Na tradição dos levantamentos "nacionais, proletários, populares e patrióticos das camadas escravizadas pela oligarquia terratenente em revolta imposta pelas contradições de classe" - lembram-se da conversa do PREC? -, havia que mobilizar gente de "forma espontânea". Agora conhece-se a verdade deste súbito ímpeto.
Esta quinta-feira, foi com gáudio que o país tomou conhecimento daquela que agora é chamada de "Siamesa Voadora", dada o suspeitado dom da ubiquidade de que parece beneficiar. Se a CNN lhe atribuiu noventa e cinco anos de idade - quase podia ter andado ao colo do nosso Afonso Costinha -, a BBC dava-lhe um desconto de vinte aninhos, carimbando-lhe o B.I. com setenta e cinco primaveras de monção. Logo a seguir, a péssima France24 dramatizava a coisa, pois especialista como deve ser em cremes de beleza, fillers de rugas, lévres contours, rimmel e outras coisas imprescindíveis à saúde pública, aumentou-lhe a idade para um escalão intermédio, fixando-a em oitenta e cinco anos, mesmo a tempo de assistir aos acontecimentos nipónicos na China pré-maoísta. Vasculhando as peças de reportagem e imagens repescadas nos jornais de referência da Europa e dos EUA, a "Siamesa Voadora" está em quase todos os comícios. Quase todos e mais alguns, se possível.
A risota foi geral e em todos os canais da televisão tailandesa. Num dia 23 de Abril, marcava presença na "sua" terra natal, Chiang Mai. A 24, já estava na outra terra natal, Phuket - uns mil e tal quilómetros mais a sul e como "mãe de uma família de pescadores desenredados" -, para a 25 participar num encontro com comes, bebes e futebol de elefantes, em Surin, mais uma localidade onde previsivelmente terá nascido. Ficou famosa, até em Krabi! É hoje de manhã uma habitante de Nong Kai, para logo ao fim da tarde já estar sentada na sua esteira de "camponesa semi-feudalizada" em Aiutáia. Surathani, Songhkla, Hat-Yai, Nakhon si Tamarat, Nakhon Ratchasima, ko Samui e até Chiang Rai, são outras manjedouras onde esta senhora terá visto a luz do dia. Não se admirem se depois de amanhã a surpreenderem a passear-se com "as massas operárias em rebelião contra a exploração capitalista de recorte oitocentista", admirando as largas avenidas de Bangkok, os Chedis dos templos à beira do Chao Phraya, ou a comer um som-tam num restaurantezinho de Pratunam. Ela vai, está em todas e anda há dois anos nesta roda-viva. Que fona! Pudera...
As más línguas já começaram a fazer insinuações com as habituais perfídias próprias da "burguesia exploradora, em aliança estratégica com as elites palatinas e possidentes". Imaginem que no meio de sonoras gargalhadas, os locutores vão comparando as datas das fotos e das reportagens televisionadas no "Ocidente bem-informado", concluindo que a cavalheira - decerto uma "ceifeira dos mais amplos campos de trigo (!) calcinados pelo Sol do nordeste do Issan" - deve andar muito de comboio e de autocarro, para cima e para baixo e de oeste para leste. Esta digníssima filha "de um povo oprimido que prefere morrer de pé e em luta pelos mais nobres ideais da humanidade humilhada pelas grilhetas impostas por milénios de escravidão", farta-se de flanar, quiçá a expensas de um outro "filho do povo esmagado, amigo dos seus amigos, homem são, bom pai de todos, Grande Pensador do porvir radioso das massas nacionais, populares, democráticas e patrióticas, sequiosas de justiça", ou seja, o pobrezinho - outra vítima - Thaksin Shinawatra.
Se qualquer um dos canais da televisão portuguesa - sempre tão presentes em reportagens de inaugurações de tascas chiques à la saison- quisesse brilhar entre os conglomerados internacionais da informação, bem podia descobrir a "Siamesa Voadora", transportando-a para Lisboa e fazendo render o peixe em futuras campanhas eleitorais. Pouco importará se a virmos um dia sentada no Altis, celebrando a vitória PS numas autárquicas. Natural de Carregueiras de Cima, não poderá falar, porque está afónica de tanto saudar o sucesso dos seus libertadores correligionários. No dia seguinte, talvez a possam enviar como encarte ao Pontal, festivamente celebrando a liderança PSD. Num plano mais consentâneo com o politicamente correcto, vê-la-emos num pequeno grupo à porta da sua casa em Rio de Mouro, enquadrando um sr. Louçã indignado pela ..."esbulhadora política de rendas sociais do governo a soldo dos GRAAAAANDES interesses banqueiros oligárquicos".
Este verdadeiro escudo humano*, uma vítima** paga pela política caciquista, transformou-se sem que nisso jamais tivesse pensado, numa Bunny thaksinista, quase numa Playmate do "movimento internacionalista".
Sob o céu plúmbeo da monção que agora começa, ressoa uma ribombante trovoada de risos em Bangkok. É o chamado "tai satai" - pronúncia local -, ou seja, o Thai style. Sanuk-sanuk, sabai-sabai e ainda melhor, same-same but... different!
* Não participou nos saques nem nas acções incendiárias. Continuou sentada na sua esteira, comendo um apetitoso kao-pad kai. É uma inocente.
** Não foi apenas alvo do interesse da CNN, BBC, Euronews, France24, etc. Até o Miguel a fotografou. A imagem foi tirada do COMBUSTÕES.
Kap Ban! (para casa!)
"Pergunto-me por que razão aqui não há jornalistas ocidentais fazendo-lhes perguntas. Simplesmente, porque as respostas não interessam. O que interessa é mentir, deformar, exagerar, retorcer. Coisas das centrais de intoxicação."
Leia a rendição no COMBUSTÕES.
Traduzindo a capa da publicação Poder Vermelho (Abril de 2010, em plena sublevação):
A Revolução russa - Os anti-monárquicos no início do século XX - A História não nos perdoará se não tomarmos o poder neste momento
Durante semanas avisámos quanto aos verdadeiros perigos que se apresentavam por detrás do movimento dos "reds": uma estranha coligação de elementos de conglomerados do grande capital financeiro e industrial e de líderes que antes de tudo, seguem as premissas da organização maoísta do Estado e da população. A actual R.P. da China apresenta uma síntese destes pressupostos aparentemente inconciliáveis, mas o percurso dos últimos trinta anos, confima plenamente o que parecia ser uma suposição. Poder totalitário do PC sobre o Estado, economia, forças armadas, polícia e população. O enquadramento da mão de obra que outrora mobilizada para Grandes Saltos em Frente, Batalhas contra os Pardais e a Revolução Cultural, serve agora os desígnios da aliança globalizadora pelo lucro, a concentrar nas mãos de uma ínfima minoria que pretende conduzir a política mundial. Farmacêuticas, indústria alimentar e dos transgénicos, interesses mineiros e florestais, o crédito bancário, a política da subcontratação que está a liquidar o Ocidente como força activa e o controlo das fontes de matérias primas, eis o objectivo.
Todos os passos programáticos gizados pelo maoísmo, estão presentes nestes acontecimentos de Bangkok. Preparação de uma base camponesa através da dependência que Thaksin criou através do crédito, desarticulação das instituições de segurança social, de educação e de saúde do Estado central nas províncias e tão importante como as demais, a organização armada miliciana que protege e apoia os caciques locais. O movimento encontra a facilidade de apoio em alguns países da zona e se o Vietname consistiu numa base de preparação ideológica e de treino de quadros, o Laos, com a sua população de etnia semelhante à da província do Issan, permite uma permanente assistência de grupos armados e perfeitamente treinados nas técnicas de guerrilha rural e urbana. O dinheiro não falta e torna-se uma ilusão pensarmos que a rigidez doutrinária comunista se compadece com percalços tácticos como o aberto conluio com os interesses industriais e financeiros. Antes pelo contrário!
O descarado ataque à Monarquia, deve-se fundamentalmente à percepção do papel aglutinador que a Coroa significa. Na Ásia oriental, a figura paternal do dirigente da nação - mesmo que no caso tailandês se revista do Estado de Direito e esteja submetida ao figurino constitucional -, sintetiza o sentimento de pertença a um todo, remetendo-nos para analogias já muito distantes da forma de organização das mentes que foi própria da Europa de outros tempos. Rama IX não é um déspota à imagem de Mao, Ho Chi Min, Kim il Sung, ou Kim jong Il. O papel do monarca garante a tradição de independência do país, assim como a unidade dos diversos grupos étnicos que o compõem, alicerçando-se no princípio tradicional de Rei-Budismo-Povo. Este dirigente que paira sobre a política do dia a dia e as naturais lutas de interesses económicos e de partidos, representa um obstáculo intransponível para qualquer projecto totalitário. Para a sociedade urbana, esclarecida, educada e integrada na nova economia a que a tecnologia empresta as ferramentas do progresso, a Coroa impede as veleidades concentracionistas de aventureiros que como Thaksin, perdem facilmente a identidade nacional, sempre em proveito do transnacional grupo de interesses globais. Esta é a verdade e um dos passos essenciais, consiste no descrédito mediático da própria Tailândia, mobilizando internacionalmente conhecidos grupos activistas ocidentais, os media patrocinados por grupos económicos que tão bem conhecemos, ONG's subsidiadas de forma obscura, etc.
Fora das grandes cidades, a Coroa é também o elo essencial que liga as regiões distantes e mais deprimidas, às promessas de um progresso material que inevitavelmente terá de chegar a médio prazo. Os projectos de desenvolvimento rural, a protecção do ambiente, a preservação e o desenvolvimento dos afazeres tradicionais das remotas localidades e a educação básica extensiva, visam proteger as profundas raízes culturais que dão à Tailândia uma imediata identificação cultural, reconhecida em todo o mundo. Assim, para a liquidação das forças que resistem a uma globalização que imprescindivelmente começa por ser regional - a Grande Ásia oriental, como os japoneses lhe chamaram nos anos 30 -, a Coroa deveria desaparecer como elemento fundamental na estrutura do Estado e do poder.
Sob a camada vermelha à superfície - a mobilizadora de massas ignaras mas potencialmente combativas e facilmente mobilizáveis pelo dinheiro fácil -, temos então o núcleo duro que almeja o poder totalitário, com a criação do Partido único, do Estado Novo Tailandês e a erradicação de todas as instituições políticas e culturais que permitiram a consolidação do país como unidade territorial e nacional. Neste caso de luta pela hegemonia, a plutocracia encontrou no maoísmo, um precioso utensílio de concentração de sinergias que possibilitem o cumprimento do programa. A China dos conglomerados industriais, da concentração de capital, da errante mão de obra abundante, da luta à escala global pela posse de matérias primas e que com tanto sucesso tem arruinado a indústria e o Trabalho do ocidente, é o exemplo da viabilidade deste esquema.
Desta vez, o Reino da Tailândia, o grande Sião, não caiu. O bunker está cercado e à distância de alguns passos. Hoje parecem ter sido derrotados, mas não nos iludamos. Voltarão num futuro mais ou menos distante, melhor organizados, financiados, com outro tipo de armamento e mais violentos que nunca. Esta é uma luta que transcende aspectos meramente locais.
Para que se compreenda facilmente o que está em jogo, recomenda-se a atenta leitura deste artigo.
Não houve qualquer massacre, nem actos de brutalidade sobre os bandoleiros capturados. As perdas foram mínimas e a eficiência, absoluta. Aqueles escudos humanos que temiam pelas suas vidas, foram protegidos, alimentados, tratados e acarinhados pelos soldados de Rama IX. Defendendo o seu Trono, o monarca defendeu as liberdades do Reino e do Povo. Chegou a vez da reconstrução, reforma e imprescindível justiça. Quem é criminoso, não pode ficar impune.
"Não, isto não foi por acaso. Aconteceu, foi decidido e instigado. Foi, até, interpretado como o início de uma nova era. Tudo, claro, em nome da democracia polvilhada por mentiras, como uma ferida nauseabunda coberta por panos de cânfora. Nas fachadas devastadas do coração de Banguecoque está inscrito a fogo o ódio contra a civilização, a propriedade, a empresa, o mérito de quem corre riscos, dá emprego, liberta-se pelo trabalho. Os bárbaros que quiseram matar a monarquia - símbolo da perpetuidade - e a democracia - símbolo da responsabilidade de cidadania - esconderam até ao momento derradeiro a sua verdadeira face."
Leia mais A Q U I
Destruição, eis a obra dos plutocratas-maoístas: fotos no Daily News
Atenção à má informação: CNN, France24 e para já, a clássicamente cretina Euronews. Dominadas pelos do costume, humilhados pela derrota em BKK. Da televisão portuguesa, nem sequer valerá perdermos o tempo a proceder a qualquer tipo de considerações. Lixo RTP, ausência SIC e vacuidade telenovelista na TVI. Uma pobreza confrangedora.
E para variarmos e lermos algo de credível, vamos ao COMBUSTÕES, também com fotos inéditas.
"Ao apresentarem-se às autoridades, os vermelhos deixaram atrás de si um rasto de fogo e fumo, mas pensei que tais focos se limitassem a automóveis, cabinas telefónicas, caixas de electricidade e comunicações e pouco mais. O tiroteio que ainda se fazia ouvir inibiu-me de entrar na artéria que leva a Rachaprasong. Um jornalista israelita, enviado especial do Jerusalem Post, disse-me que aquele fumo não era proveniente de pneus, mas de edifícios. Ainda vacilei, pois a enormidade da possibilidade ultrapassava o que ontem palidamente já entrevira. Os comunistas, pensava, só perderiam com tal enormidade e pagariam para sempre o ónus do odioso. Um verdadeiro suicídio político foi, afinal, o que resultou da decisão vermelha em pegar fogo àqueles edifícios que eram o orgulho da população da capital, até ontem tida como uma grande metrópole comercial."
"O ar está cheio de papéis em rodopio, o cheiro a madeira queimada é sufocante, a cortina de fumo vai dançando ao sabor dos caprichos do vento. O sentimento que me invade é indefinido, pois a vitória fulminante e quase sem mortos do exército foi manchada por um odioso acto de vingança que só vem selar o juízo que aqui fizera em tempos sobre esta gente dementada e este movimento totalitário e primitivo que quase destruíu o país: trata-se, sem tirar, de lumpen. Espero apenas que a mão da justiça caia, implacável e cerce, sobre os responsáveis desta organização criminosa e que no momento da aplicação da lei não haja a mínima hesitação na punição e danação daqueles que o dirigiram."
"O altifalante do exército trata-os por irmãos e irmãs, diz-lhes que vão seguir de imediato de volta para as suas casas, que não temam o governo, que procurem uma das tendas de pronto-socorro caso tenham algum problema de saúde. Estou convencido que muitos destes desgraçados pensavam que iriam ser abatidos ou acorrentados, mas quando se dissipa o medo reunem-se com os amigos e familiares e ali ficam em sossego aguardando transporte."
Leia a reportagem da Rendição Incondicional no COMBUSTÕES
A obra de destruição perpetrada pelos plutocrato-maoístas do mafioso Thaksin
Um artigo a não perder, AQUI
"There is one final element that must be mentioned. Most are not even aware of it. But there is, in the western mindset, a deeply ingrained sense of the moral superiority of western culture which carries with it the idea that a third world country must by its very nature be ruled by despots, oppress peasants, and kill and torture people. Most westerners become very insulted when this is pointed out to them because our deepest prejudices are always those of which we are least aware. I believe that there is a streak of this crypto-racism in some of the reportage we are seeing in the west. It is because of this that Baghdad, Yangon, and Bangkok are being treated as the same thing. We all look alike."
"Some of the foreign press are painting the endgame as the Alamo, but it is not. It is a lot closer to Jonestown or Waco."
"O desnorte, a inexistência de uma cadeia de comando, o prazer de dar largas ao proibitivo parece ter tomado conta das milicias vermelhas. Ontem queimaram, saquearam e vandalizaram tudo a que puderam lançar mãos. Escombros de automóveis e motorizadas, caixas multibanco roubadas, cabinas telefónicas despedaçadas, eis o que ficou de uma noite de destruição. As imagens, não vá alguém dizer que foram inventadas, são cabal expressão da instalação do poder nu nos bairros controlados pelos vermelhos."
Leia o texto e veja as fotos exclusivas no COMBUSTÕES
Perdidos no terreno, os "reds" tentam ganhar a sua guerrilha nos media. Auxiliados pelos brancos trombeteiros da desgraça alheia que pululam em todo o tipo de organismos parasitários - ONG's, Comissões, Comités, Gabinetes de Estudo, Missões e representações dos mais variados interesses onde o dinheiro quer, pode e manda - têm conseguido fazer passar a mensagem. Pobres crianças indefesas, velhotas esparramadas pelo duro chão de asfalto, mulheres grávidas sem assistência médica, falta de água e de condições mínimas de higiene, eis o quadro confrangedor e capaz de despoletar movimentos de "solidariedade", "acções directas" e outros recursos que os extremistas europeus tão bem conhecem e sabem manipular. É o constante elogio dos carrascos e o elevar às alturas, estas lideranças implacáveis que contradizem todos os grandes princípios da civilização ocidental. É o paradoxo ditado por uma profunda e maldosa estupidez, aliada aos interesses materiais e egoísmo dos colaboracionistas.
Começam a chegar fotografias que mostram uma realidade que para cúmulo, é muito mais sinistra. As imagens apenas provam que o governo do Partido Democrático da Tailândia está a falar a verdade. Os velhos, as mulheres e as crianças de tenra idade, estão a ser usados como escudos humanos, enquanto pré-púberes são enviados com missões incendiárias, visando destruir os bairros periféricos ao acampamento e distrair a atenção das autoridades, criando mais caos. Isto é terrorismo, gostem ou não gostem os pançudos senhores que da Europa chegam para "aconselhar" as receitas falidas há mais de três décadas.
Vejam as fotos da vergonha aqui, no Daily Mail
"Não ouço vozes, nem mesmo o ressonar daqueles que pela primeira vez em dois meses adormeceram sem a a gritaria do comício que os manteve em permanente vigília. O dédalo de ruelas do templo e do bairro popular que se encontra nas suas traseiras está calmo, terrivelmente calmo, pois sendo Banguecoque uma metrópole cheia de ruídos, hoje não se ouve um carro, uma voz, nem mesmo o latido de cães. Pela primeira vez em dois anos e meio de Tailândia, ouço o ressoar dos meus passos."
Leia mais no COMBUSTÕES
Aparentemente na fase final, a luta nas ruas vai evoluir para outra muito mais radical e feroz em comparação àquela a que temos assistido. Passar-se-á nos jornais e televisões de todo o mundo e neste campo de batalha, o governo tailandês não vai contar com qualquer trégua. Os intencionalmente mal-infomados círculos "bem informados", são velhos conhecedores de campanhas agit-prop de manipulação da notícia a disponibilizar. Dão a preferência a cenas pungentes, plenas de drama e como é evidente, a receita ficará perfeita, se conseguirem encontrar os essenciais ângulos visuais onde os camuflados e as metralhadoras do Estado, defrontam ..."pobres civis indefesos e apenas armados com fisgas, pneus a arder" e pouco mais. É este o novo patamar da "defesa elástica", principalmente quando todos os líderes moderados abandonaram o campo, deixando-o como pasto dos mais radicais. Habituada a uma intoxicação de décadas, a desinteressada opinião pública ocidental não raciocina, sorvendo qualquer mensagem fast-food disponibilizada hora a hora. Assim, a única questão que se coloca, pode ser esta: se os rangers vestidos de negro apenas utilizam armas rudimentares, a que se deverá a hesitação e cautela dos soldados do exército regular? Bem protegidos com capacetes, coletes à prova de bala e perneiras blindadas, o que receiam?
Na sequência dos acontecimentos de 10 de Abril, publicámos algumas fotos que também correram um mundo, que entretanto delas parece estar esquecido. De fonte fidedigna - o meu velho amigo Chokchai -, fui informado da confirmação da existência de uma grande quantidade de armas automáticas e também, do inacreditável número de grandes botijas de propano, empilhadas em lugares estratégicos do já reduzido perímetro thaksinista. Viu ainda homens encapuzados debaixo de vastos estendais de lona, protegendo-se da visão dos snipers do exército. Granadas de mão, pistolas e ..."umas coisas que parecem espingardas com uma pinha no fim do cano" - de certeza RPG's - estavam amontoadas ao lado de caixotes de madeira. O Chokchai é muito moreno e embora seja de Aiutáia, passa perfeitamente por natural da província do Issan e assim, circula livremente pelo campo, sendo um tipo "de confiança".
Neste momento e ainda no campo internacional, Thaksin optou por outra manobra dilatória que lhe garanta um mínimo de visibilidade e mais importante ainda, o derradeiro ensaio para uma sobrevivência política cada vez mais improvável. A "sua" pantagruélica conta bancária que se foi amontoando às custas dos contribuintes e de bens que outrora pertenceram ao Estado, exige este supremo esforço. Apelou à intervenção da ONU!
Em desespero de causa, recorre precisamente a um obsceno artifício que enfurecerá a generalidade da população, inclusivamente muitos daqueles que outrora o apoiaram por diversas razões. Os tailandeses não suportam qualquer tipo de interferência externa e ainda é com mágua que recordam os esbulhos sofridos às mãos das sôfregas potências coloniais. Obrigados a ceder o Laos, uma parte do Camboja, territórios que hoje fazem parte da Birmânia e o norte da actual Malásia, jamais se esqueceram da humilhação e da ameaça de perda da independência. A intervenção externa é um assunto tabu e disso os estrangeiros - principalmente os ocidentais - se deviam recordar sempre que estabelecem qualquer tipo de relacionamento com um siamês.
Inacreditavelmente, Thaksin apela à ONU, como se se tratasse de um chefe de um Estado invadido e ocupado por uma potência inimiga. Quando era primeiro-ministro e a pretexto de uma política de repressão ao narcotráfico, Thaksin mandou executar extrajudicialmente mais de 2.500 suspeitos, o que motivou uma rápida intervenção das Nações Unidas. Respondeu ao organismo internacional de forma arrogante, declarando que "a ONU não é o meu pai!"
Ajudado por uma reduzida parte de uma comunidade internacional dos gabinetes de interesses, Thaksin deita mão a todos os recursos disponíveis e comete outro clamoroso erro, ousando contratar uma empresa "branca" de advogados sediada na Holanda, a Amsterdam & Peroff.
O Bangkok Post, que durante tanto tempo contemporizou com as posições "vermelhas", responde de forma brutal à provocação que tem laivos de lesa-pátria:
"As for Thaksin’s call for all the feuding parties to step back and to seek to begin a new, genuine and sincere dialogue, that sounds reasonable and acceptable. But his call for UN intervention is unnecessary and unacceptable.
Why bother with the UN when Thaksin himself is a key to help solve the conflict and put an end to the bloodshed.
He is revered by the red-shirt leaders, the red-shirt protesters and the mob on the streets who have been causing mayhem in the past few days in Bon Kai, Sala Daeng, Witthayu, Din Daeng, Ratchaprarop and Victory Monument.
Why can’t Thaksin just instruct the red-shirt leaders to end the protest and allow the protesters to return home instead of asking for the UN’s help? It is an open secret that the leaders are still answerable to him and often consult him.
If Thaksin genuinely and sincerely wants to see an end to the senseless violence and restoration of peace and order in his own motherland - a country he used to say he dearly loves - what he should do now is not only demand the troops cease-fire, but order his own men immediately end the protest at Ratchaprasong.
Also, he should urge the street mob, who are mostly red-shirt supporters, to cease their mayhem and return home.
The government would certainly respond in kind, and a genuine dialogue could proceed."
Respaldado pelos conhecidíssimos revolucionários de five stars lounge, Thaksin pode contar com o desprezo daqueles a quem diz pertencer. Ou melhor, precisamente aqueles que durante anos comprou e a outros que quis comprar, arrastando-os para uma desnecessária aventura de já previsíveis consequências.
Ao contrário daquilo que a imprensa ocidental algaliada aos centros "informativos" do costume quer fazer crer, os reds estão bem armados e activamente empenhados no tiroteio. Eis uma prova acabada de chegar. Este filme mostra o tipo de armamento disponível, ao qual se acrescentam espingardas automáticas, pistolas de 7,69mm, AK-47 e uma enorme quantidade de cocktails Molotov e botijas de propano que servirão para armadilhar as zonas de acesso. É este o cenário. Quem tinha dúvidas, pode então perdê-las de vez. A extrema cautela do exército, tem assim uma explicação. Não está a combater contra lançadores de garrafas e fisgas. Uma guerra urbana, teria outro tipo de consequências bem mais gravosas, se as autoridades não tivessem em conta as baixas que poderiam decorrer de um combate sem quartel. O avanço tem sido cauteloso e cirúrgico.
Lançador de granadas M-79