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D. Manuel Clemente, perito internacional em questões de natureza sexual, psicólogo familiar e terapeuta de grupo nas horas vagas, recomenda, a católicos recasados, como medida preliminar, o recenseamento erótico no sentido do repúdio da prática lúdica de ordem orgânico-genital. Por outras palavras, um homem que nunca provou o mel do amor libidinoso, o perfume que irradia humanidade e empatia, é um preservativo em si. O representante da Igreja Católica em Portugal é um contraceptivo andante e falante, um fiscal da génese que alimenta a fé, a paixão, esse mesmo pulsar que edifica famílias e fecunda sociedades com jorros infindáveis de esperança e a crença num futuro auspicioso. O fundamentalismo que tomou conta de certas falanges políticas e outros sistemas religiosos, parece ter inoculado este mesmo cardeal, que deixa de ser patriarca do que quer que seja. Mas Clemente é tão parecido com tantos outros. Não assina por inteiro o Index Librorum Prohibitorum Coital - deixa escorrer que se trata de uma extensão da vontade do Sumo Pontíficie - a parábola da ejaculação abstinente. Depois varrem para debaixo do tapete sepulcral as transgressões, as vidas devassadas por abusadores que se escondem atrás do manto da impunidade de Cristo, fora da lei, longe da ética, à vista de todos.