Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Sim, caríssimo Presidente, subscrevo também a ideia de um "compromisso de salvação nacional". Sempre defendi o dito compromisso. Aliás, já escrevi neste blogue a propósito da necessidade de as principais forças políticas nacionais pactuarem as reformas inadiáveis de que o país tanto carece. O que é novo, ou talvez não, é o destempo com que Cavaco proferiu a ideia de um "compromisso de salvação nacional". Destempo e atraso de dois anos, como disse, e bem, o Nuno. O Presidente da República tinha duas alternativas muito claras: ou aceitava o acordo gizado pelos dois partidos, assumindo o trato político alcançado pelas lideranças políticas da coligação, ou, em alternativa, recusava o arranjo governativo Passos/Portas, e dissolvia a Assembleia, convocando eleições. Cavaco optou pelo nim habitual. Nada disse, e nada esclareceu. Mais: a única coisa que Cavaco conseguiu com a declaração de ontem foi assustar ainda mais os portugueses e os tão demonizados mercados. É escusado dizer que, amanhã, os juros dispararão pela certa. A solução "Monti" não é, pelo menos, por agora, uma solução factível. Democraticamente falando, e por enquanto ainda estamos nesse modo, desprezar o voto dos portugueses e a opinião dos partidos políticos representados na Assembleia é, em última análise, buscar o precipício da falência sem remédio. A agitação política em que Portugal foi mergulhado nas últimas semanas exigia um chefe de Estado à altura das circunstâncias. Não o temos, e, pelos vistos, não o teremos, para mal dos nossos gigantescos pecadilhos. O crash está cada vez mais próximo. Fujam!
Cavaco esperou até ao dia de hoje para, mais uma vez, adicionar instabilidade à instabilidade política já existente. Por outras palavras, o nosso Presidente não é, nunca foi, e nunca será talhado para o cargo que exerce. Portugueses, obviamente demitam-no!