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Há poucas petições que valha a pena divulgar e assinar, mas esta é uma delas.

publicado às 12:14

Ainda o abastardamento da língua portuguesa

por Samuel de Paiva Pires, em 18.05.15

Isabel Soares:

 

"A língua não é um produto de um acto de vontade do ser humano. A língua é uma propriedade emergente de comunidades humanas que surge independentemente de qualquer actividade consciente dessas comunidades. Neste sentido, a língua é um fenómeno da natureza. A língua está ligada à mente humana, emerge dessa mente e molda-a de formas que provavelmente nunca conseguirão ser inteiramente compreendidas pelo ser humano.

(...)

A língua não é um produto utilitário e não pode ser tratada como tal. Embora possa parecer um lugar comum dizer isto, não consigo deixar de ver no acordo ortográfico uma consequência da preponderância na sociedade de formas de pensar tecnicistas e cientistas. Há que perceber que manipular um fenómeno natural complexo tem, em regra, consequências que ultrapassam em muito as pretendidas. É característico do pensamento cientista tentar reduzir todos os fenómenos complexos a questões simples, e tratá-los como tal."

publicado às 10:34

Obrigatório?

por Samuel de Paiva Pires, em 13.05.15

Diz-se por aí que a partir de hoje o desacordo ortográfico passa a ser obrigatório. Pergunto-me como raio é que algo que não pertence ao Estado, a língua, pode ser apropriado por este desta forma. A verdade é que não pode. E se não bastam os inúmeros movimentos opositores ao desacordês e a oposição de muitos, como o saudoso Vasco Graça Moura, bastará apenas que continuemos a escrever em português correcto e não liguemos a parvoíces que acabarão por decair naturalmente.

publicado às 13:51

A desgraça interminável do desacordo ortográfico

por Samuel de Paiva Pires, em 16.08.14

Tempos houve em que a generalidade dos ditos liberais indígenas sabia que a língua, como escrevi há pouco mais de dois anos, «é uma das instituições humanas originada e desenvolvida espontaneamente, i.e., através da interacção de milhões de indivíduos ao longo do tempo. A língua originou-se através da natural evolução humana e é por via das interacções que se registam numa comunidade ou sociedade que se vai modificando, de forma lenta, gradual e sem coação estatal.» O mesmo é dizer que a língua não é propriedade do Estado e muito menos deve ser redesenhada por este a seu bel-prazer.

 

Porventura esta dita liberal, sempre tão lesta a denunciar intervenções do Estado onde considera que este não deve intervir, parece ter-se esquecido disto, se é que alguma vez o soube. Não lhe causará qualquer impressão, como a muitos outros que são indiferentes ou até defendem o desacordo ortográfico, portanto, que o Senado brasileiro venha agora propor uma nova reforma ortográfica, sugerindo «a extinção da letra "h" no início das palavras e a troca de todas as expressões com "ch" pelo "x".» (via Delito de Opinião)

 

Por todas as razões e mais alguma este desacordo ortográfico já deveria ter sido declarado morto e enterrado. Infelizmente, a desgraça parece ainda não ter fim à vista.

publicado às 12:12

Por-tugal: um imenso hífen

por John Wolf, em 05.06.14

O mais grave da campanha da Olá é que foram muitos os responsáveis pela calinada. Existirá uma designação para aqueles que vêem hífens onde estes não existem? Não se esqueçam que foi um quadro superior que em última instância aprovou a campanha da Olá. Mas houve mais gente envolvida. Pelo menos um account, um copywriter, o director de uma agência de publicidade, um director de marketing, um director financeiro e um designer-gráfico. O trabalhinho passou por tanta gente e ninguém viu nada. Isto não abona a favor de ninguém. Assim vai Portugal - não vê, não viu, ou simplesmente não quer saber. Não sabe.

publicado às 15:43

Recentemente, Mendes Bota ficou a falar sozinho enquanto a Assembleia da República decidia prosseguir o já lendário esforço de vedar a qualquer discussão racional a questão do Acordo Ortográfico, que tem gerado fortíssimas expressões de descontentamento por parte dos mais diversos sectores da sociedade portuguesa. Permitam-me relembrar o que há pouco mais de dois anos escrevi sobre o Acordo Ortográfico:

 

Não pretendo estender-me numa análise do género da que muitos têm feito, e bem, sobre as incoerências linguísticas do próprio acordo ou os errados critérios e interesses que o norteiam, como Pedro Mexia salientou num excelente artigo publicado no Expresso de 14 de Janeiro de 2012. E não o pretendo fazer porque, antes de mais, fazê-lo é aceitar a existência do próprio acordo. É aceitar que o estado é dono da língua. É aceitar que, sem que ninguém lhe tenha conferido esse mandato, o estado se pode arrogar a possibilidade de fazer o que quer com a língua. No caso em apreço, é aceitar que o estado pode convocar um grupo de alegados iluminados e permitir-lhes redesenhar a língua de milhões de pessoas a seu bel-prazer. Escapa a estes iluminados, provavelmente herdeiros da filosofia cartesiana que incorre no racionalismo construtivista – um ignóbil produto da modernidade que inspirou totalitarismos assentes no princípio de que é possível desenhar ou redesenhar uma sociedade complexa a partir de cima, ou seja, do aparelho estatal – uma coisa tão simples quanto isto: a língua é uma das instituições humanas originada e desenvolvida espontaneamente, i.e., através da interacção de milhões de indivíduos ao longo do tempo. A língua originou-se através da natural evolução humana e é por via das interacções que se registam numa comunidade ou sociedade que se vai modificando, de forma lenta, gradual e sem coação estatal. A língua não é produto nem pode ser apropriada por um aparelho cuja fundação é posterior ao momento de origem da língua da sociedade de onde aquele emana.

 

Por outro lado, no seguimento de uma ignóbil politiquice em que Hugo Soares foi, nas palavras de Isabel Moreira, o "idiota útil" de serviço, que acabou, naturalmente, no chumbo do Tribunal Constitucional ao referendo à co-adopção por casais do mesmo sexo, eis que, ontem, a Assembleia da República, numa votação renhida e com lamentáveis episódios protagonizados por várias bancadas, chumbou o projecto do PS a este respeito.

 

Estou, confesso, um pouco farto da discussão em torno desta temática, onde abundam lugares comuns e argumentos repetidos ad nauseam por ambas as partes em contenda. Se uns não hesitam em chamar outros de homofóbicos, outros logo disparam que então o que se trata é dos direitos dos homossexuais e não do superior interesse da criança - um conceito que, com esta discussão, se gastou pelo uso e começou a prostituir-se pelo abuso. Se uns não hesitam em clamar que os adversários são intolerantes, outros logo ripostam que ser tolerante, em democracia, é saber perder, quando, na realidade, tudo isto tem muito pouco de discussão racional e a vitória agora alcançada foi-o apenas pela razão da força e não pela força da razão. O mesmo é dizer que, na próxima legislatura, em que, muito provavelmente, o parlamento terá uma maioria de esquerda, os que agora clamam vitória terão, para serem coerentes, de aceitar perder perante a mesma razão da força. 

 

Ora, a verdade é que, como Michael Seufert oportunamente salientou em 17 de Maio de 2013, em declaração de voto concernente à votação na generalidade do projecto do PS: 

 

A existência, de facto, de casais monossexuais em que um dos cônjuges tem uma criança adoptiva é uma realidade que levanta problemas reais no caso da morte desse cônjuge. Sendo assim importa encontrar uma solução legislativa. Não deve ser possível que uma família, ainda que uma que normalmente não possa ter filhos, seja desfeita porque, morrendo o pai adoptivo, a criança não tem vínculo com o cônjuge.

 

Comungando desta visão que, em tempos, designei por realista - numa altura em que eu confundi a co-adopção com a adopção, sendo a favor da primeira e contra a segunda -, subscrevo inteiramente o que há uns meses escrevia a Ana Rodrigues Bidarra

 

Se o princípio conservador da prudência deve informar a posição que se tenha em relação à adopção por casais do mesmo sexo, já o princípio, igualmente conservador, de que devemos olhar para a realidade e lidar com esta, não caindo em esquemas utópicos ou em idealismos que não se verificam enquanto absoluto na vida social, parece-me de elementar importância no que à coadopção diz respeito. Trocando por miúdos, gostemos ou não, queiramos ou não, conheçamos ou não casos, a realidade é a de que existem casais em que um parceiro é pai biológico e o outro não o é e pretende constituir um vínculo de filiação de modo a poder prover à criança uma maior segurança no caso de algo acontecer ao pai biológico.  

 

E mais, como também a Ana escreveu

 

Independentemente da opinião que cada um possa ter sobre que matérias são referendáveis ou não, certo é que, em primeiro lugar, efectivamente temos uma democracia representativa e, em segundo lugar, qualquer democracia liberal digna desta qualificação não referenda direitos humanos nem direitos de minorias, como é o caso das pessoas em causa num processo de coadopção.

 

Perante tudo isto, torna-se oportuno questionar como é que se pode qualificar um regime alegadamente demoliberal em que um governo e um parlamento, para além de crerem que se pode fazer evoluir a língua por decreto, fazem ouvidos moucos perante a sociedade civil que se insurge contra uma aberração que dá pelo nome de Acordo Ortográfico, e em que o mesmo parlamento deixa uma minoria desprotegida, nomeadamente crianças que vivem em famílias homoparentais e que apenas têm um vínculo legal a um dos indivíduos? 

 

Permitam-me deixar, de forma deselegante, uma pista, citando a minha própria tese de mestrado (p. 91):

 

É neste contexto que os partidos políticos se tornam meras máquinas ao serviço de interesses organizados, sem que a acção política seja guiada por princípios gerais ou ideais em relação aos quais haja um acordo substancial na sociedade. Segundo Hayek, exceptuando os partidos comunistas que defendem programaticamente uma utopia, os partidos com vocação de poder nas democracias contemporâneas têm programas políticos praticamente iguais, sendo as suas acções também muito semelhantes. A acção destes partidos é guiada para a "utilização do poder para impor alguma estrutura particular à sociedade, i.e., alguma forma de socialismo, em vez de criar as condições para que a sociedade possa evoluir gradualmente as formações melhoradas."1

 

O resultado final desta perversão é um "agregado de medidas que não só ninguém quer, como não poderia ser aprovado como um todo por qualquer mente racional porque é inerentemente contraditório."2 Acresce a isto a paradoxal descredibilização do ideal democrático em função do alargamento da aplicação do mesmo a um número crescente de áreas sociais3, a ideia de que todos os processos de decisão democrática são inerentemente bons em si mesmos e não são sujeitos a crítica, ainda que produzam resultados de que ninguém gosta4, e o já referido levantamento das restrições à acção governativa fundamentadas na eleição democrática5, levantamento que é ainda reforçado pela constante aplicação de políticas em nome da justiça social. É desta forma que chegamos a um estado de coisas em que parece que, de acordo com Hayek, "onde quer que as instituições democráticas deixaram de ser restringidas pela tradição do estado de direito, elas levaram não só a uma 'democracia totalitária' mas em devido tempo até a uma 'ditadura plebiscitária'."6



1 - F. A. Hayek, Hayek, Law, Legislation and Liberty: A new statement of the liberal principles of justice and political economy, Vol. 3: The Political Order of a Free People, Londres, Routledge, 1982, p. 14.

2 - Ibid., p. 6.

3 - André Azevedo Alves, Ordem, Liberdade e Estado: Uma Reflexão Crítica sobre a Filosofia Política em Hayek e Buchanan, Senhora da Hora, Edições Praedicare, 2006, p. 113.

4 - F. A. Hayek, Hayek, Law, Legislation and Liberty, Vol. 3: The Political Order of a Free People, op. cit., pp. 1-2.

5 - Ibid., p. 3.

6 - Ibid., p. 4.

publicado às 16:10

Quem dá a cara merece ser elogiado

por Pedro Quartin Graça, em 28.02.14

Podia estar acomodado, calado e insensível. Prestígio internacional não lhe falta. Tampouco experiência em grandes combates. Hoje deu corajosamente a cara por mais um. Aquele que marcou, de forma triste, a sua vida parlamentar de mais de 24 anos, sempre eleito e reeleito pela população portuguesa, e pelo Algarve em particular. Na hora em que muitos, de forma cobarde, se esconderam debaixo da tradicional disciplina da voto, José Mendes Bota soube interpretar o sentir de um Povo que rejeita uma escolha política que não sufragou e com que não concorda e tudo fez para que a mesma não tivesse lugar. Merece o nosso aplauso pela luta sem fim que protagonizou juntamente com todos quantos se erguem de forma firme contra o Acordo. Um abraço José. E obrigado.

 

Declaração de voto do Deputado Mendes Bota a propósito da votação dos Projectos de Resolução nºs 890/XII/3ª (Ribeiro e Castro e outros) que “recomenda ao Governo a criação urgente de um Grupo de Trabalho sobre a Aplicação do Acordo Ortográfico”),965/XII/3ª (PCP) que “recomenda a criação do Instituto Português da Língua, a renegociação das bases e termos do Acordo Ortográfico ou a desvinculação de Portugal desse Acordo) e 966/XII/3ª (BE) que “recomenda a revisão do Acordo Ortográfico”


Plenário da Assembleia da República, 28 de Fevereiro de 2014


"TENHO 24 ANOS DE ACTIVIDADE PARLAMENTAR – E HOJE, É PROVAVELMENTE O DIA MAIS TRISTE DESSE PERCURSO, EM QUE SENTI À EVIDÊNCIA A IMPOTÊNCIA DO DEPUTADO INDIVIDUALMENTE CONSIDERADO.
ESTA FOI UMA OPORTUNIDADE PERDIDA PARA COLOCAR UM TRAVÃO, UMA SUSPENSÃO PARA PENSAR, NUM PROCESSO QUE ESTÁ A CONDUZIR À DESTRUIÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA, E A SEMEAR O CAOS ORTOGRÁFICO JUNTO DO POVO PORTUGUÊS.
ESTE É UM PROCESSO EIVADO DE INCONSTITUCIONALIDADES ORGÂNICAS E FORMAIS.
HOUVE UM PRESSUPOSTO QUE NÃO SE VERIFICOU: AO CONTRÁRIO DO QUE SE JULGAVA, ESTE ACORDO NÃO UNIFICA ORTOGRAFICAMENTE A LÍNGUA PORTUGUESA, ANTES PELO CONTRÁRIO. A QUESTÃO DAS CONSOANTES MUDAS, A QUESTÃO DOS HÍFENES, O CRITÉRIO DAS FACULTATIVIDADES, O CRITÉRIO DA PRONÚNCIA, E A FORMA COMO FUNCIONAM OS INSTRUMENTOS DO VOP E DO LINCE, DESTROEM PELA BASE O PRESSUPOSTO INICIAL. DESUNIFICA-SE EM VEZ DE UNIR.
POLITICAMENTE, PORTUGAL CORRE O RISCO ABSURDO DE CHEGAR AO INÍCIO DE 2016 E SER O ÚNICO PAÍS A APLICAR OBRIGATORIAMENTE UMA ORTOGRAFIA QUE NEM SEQUER ERA A SUA.
ESTE É UM ACORDO FEITO À MARGEM DOS POVOS A QUE SE DESTINA,QUE NÃO FOI PEDIDO, NEM É DESEJADO, SEJA EM DILI, EM LUANDA, EM LISBOA OU EM S. PAULO.
NEM É NECESSÁRIO. A LÍNGUA INGLESA TEM 20 VARIANTES, E NUNCA PRECISOU DE UM TRATADO. TAMPOUCO O FRANCÊS, QUE TEM 15 VARIANTES. COMO DISSE ADRIANO MOREIRA: “A LÍNGUA NÃO OBEDECE AOS TRATADOS. NÃO SE DÃO ORDENS À LÍNGUA”.
FIZ TUDO O QUE ESTAVA AO MEU ALCANCE PARA QUE O MEU GRUPO PARLAMENTAR TIVESSE UMA POSIÇÃO DIFERENTE, PROPUS UM PROJECTO DE RESOLUÇÃO CLARAMENTE NO SENTIDO DA SUSPENSÃO DA APLICAÇÃO DO ACORDO ORTOGRÁFICO, MAS A DECISÃO FOI OUTRA – TENHO QUE RESPEITAR ESTA DECISÃO, MAS ESSE RESPEITO NÃO ME OBRIGA AO SILÊNCIO, ESTOU NUM PARTIDO DEMOCRÁTICO.
SEGUIU-SE EM PORTUGAL A ESTRATÉGIA DO FACTO CONSUMADO – PERDÃO! EU DISSE “FACTO”? ERRADO! É A ESTRATÉGIA DO “FATO” CONSUMADO, POIS TENHO UM “LINCE”ÀS COSTAS, QUAL PATRULHEIRO DAS PALAVRAS, QUE NÃO ME DEIXA FALAR EM BOM PORTUGUÊS.
A SOLUÇÃO HOJE AQUI APROVADA É O MÍNIMO DOS MÍNIMOS DOS MÍNIMOS, É UMA SOLUÇÃO FRACA, NÃO VINCULATIVA, E QUE NADA FARÁ PARA INVERTER O RUMO TRAÇADO POR ESTE ESTRANHO CONSENSO POLÍTICO RENDIDO ÀS CONVENIÊNCIAS ECONÓMICAS, DIPLOMÁTICAS E OPERACIONAIS.
UM DEPUTADO DO PARTIDO SOCIALISTA FEZ HÁ DIAS CIRCULAR UM EMAIL ACUSANDO-ME DE ESTAR EQUIVOCADO. SOU UM SER HUMANO, E ADMITO QUE TAMBÉM ERRO, E TAMBÉM ME EQUIVOCO.
MAS, QUANDO OLHO À MINHA VOLTA E VEJO TANTAS PERSONALIDADES DA VIDA LITERÁRIA, CULTURAL, POLÍTICA, COM AS QUAIS PARTILHO A MESMA OPINIÃO, DE REJEIÇÃO DA APLICAÇÃO DESTE ACORDO ORTOGRÁFICO:
LOBO ANTUNES E AGUSTINA; ANTÓNIO BARRETO; PAULO RANGEL E FRANCISCO ASSIS;
MANUEL ALEGRE E BARBOSA DE MELO; ADRIANO MOREIRA E FREITAS DO AMARAL;
MARIA TERESA HORTA E JOSÉ MANUEL MENDES; MIGUEL SOUSA TAVARES E VASCO GRAÇA MOURA; PACHECO PEREIRA E NUNO MELO.
E IMENSOS LINGUISTAS COMO:
ANTÓNIO EMILIANO OU MARIA REGINA ROCHA;
E OS IMENSOS MILHARES DE SUBSCRITORES DA PETIÇÃO QUE HOJE VEIO À TONA DO DEBATE PARLAMENTAR, NÃO CREIO ESTAR EQUIVOCADO NA REJEIÇÃO DESTE ACORDO ORTOGRÁFICO. MAS, SE ESTIVER, ESTOU MUITO BEM ACOMPANHADO."

 

 

publicado às 16:36

Uma decisão de lesa Pátria

por Pedro Quartin Graça, em 28.02.14

(DES)ACORDO ORTOGRÁFICO - A votação de hoje na Assembleia da República da resolução apresentada por deputados do PSD/CDS-PP sobre a aplicação do Acordo Ortográfico terá sido o compromisso possível por parte da meia dúzia de deputados destas formações políticas com sentido de Estado mas o que está em causa é a decisão genérica do PSD, do PS e do CDS sobre o assunto, a qual devia envergonhar os representantes do povo português.
O grau de irresponsabilização e de irresponsabilidade dos deputados do "arco de governação" face ao que está em causa não deixará de ter consequências no futuro. Uma vez mais um enorme e profundo afastamento dos representantes do povo versus o sentir da população portuguesa!

publicado às 16:26

Imprescindível Ver

por Fernando Melro dos Santos, em 20.06.13

publicado às 17:51

A verdadeira expressão da decadência portuguesa

por Samuel de Paiva Pires, em 11.06.13

Depois de, no Dia de Portugal, Dilma Rousseff e Passos Coelho terem reafirmado a entrada em vigor do Aborto Ortográfico, apetece-me recuperar este meu post

 

A verdadeira decadência portuguesa não se expressa realmente na crise económica e financeira. Esta tem volta a dar, e mais pelas variáveis externas que internas, obedecendo ao tom de sempre da política externa portuguesa. Se há algo que incorpora em si todas as características de decadência da nação, com tudo o que lhe subjaz de irracional, coercivo e errado, é o Acordo Ortográfico. Infelizmente, temo que este já não tenha volta a dar, o que é sintomático da apatia dos portugueses e da ignorância e arrogância dos desgovernantes. Como escreve Pacheco Pereira"A única força que sustenta o Acordo é a mesma que condenou o país a esta crise profunda: inércia." Como quase tudo em Portugal, foi feito com os pés e é empurrado com a barriga. E trata-se, na verdade, de algo que nunca deveria ter sido feito e que um governo que fosse realmente liberal já teria rasgado e deitado fora. 

publicado às 15:36

"Retifique-se"

por Samuel de Paiva Pires, em 27.02.13

Recebi um e-mail de um centro de estudos de uma universidade portuguesa cujo campo do assunto principia com a palavra "Retificação". Perante o absurdo e aberrante abortismo ortográfico, os seus defensores e os que o adoptam, começa cada vez mais a apetecer tomar emprestada a expressão que Francisco José Viegas utilizou para indicar o que mandaria os fiscais das facturas fazer caso o importunassem. Talvez então alguém se preocupasse em tratar de uma "retificação", seja lá isso o que for.

publicado às 23:39

O primo brasileiro do bispo Januário

por João Quaresma, em 06.01.13

(Penhorado ao Bic Laranja)

 

Por razões que provavelmente só Pedro Nunes poderia explicar, as responsabilidades invertem-se quando se atravessa o Atlântico. Pergunto-me qual seria a reacção se a Justiça portuguesa arrestasse um avião brasileiro por motivo de um conflito laboral de funcionários portugueses da embaixada brasileira em Lisboa (semanas depois de o governo brasileiro desistir da venda, por uma ninharia, da sua companhia aérea de bandeira a um empresário luso-franco-holandês com passaporte paraguaio). Guerra?

publicado às 05:10

Aborto acordográfico

por João Pinto Bastos, em 02.01.13

O descalabro moral deste doce delíquio ocidental que dá pelo nome de Portugal revela-se em toda a sua majestade na desvergonha absoluta que é o facto de o país manter um acordo ortográfico que noutras latitudes, mais tropicais e abençoadas por Deus, já foi suspenso. Enquanto a "Presidenta" ouve e adia, as elites portuguesas procrastinam com deleite e gozo. A cultura em Portugal, na acepção dos protectores do politicamente correcto, serve somente para manifestações graffiteiras voluptuosas pagas, de preferência, com dinheiros públicos. Língua, tradição e costumes, jamais, como diria o outro, posto que isso é para reaccionários enjaulados na prisão do tempo passado. O futuro pertence aos espetadores da língua.

publicado às 23:00

"Orgulhosamente sós"! e agora Portugal?

por Pedro Quartin Graça, em 28.12.12


DECRETO Nº 7.875, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012


Altera o Decreto nº 6.583, de 29 de setembro de 2008, que promulga o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.


A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição,


D E C R E T A :


Art. 1º
O Decreto nº 6.583, de 29 de setembro de 2008, passa a vigorar com as seguintes alterações:

 

"Art. 2º
...................................................................................
Parágrafo único. A implementação do Acordo obedecerá ao período de transição de 1o de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2015, durante o qual coexistirão a norma ortográfica atualmente em vigor e a nova norma estabelecida." (NR)

 

Art. 2º
Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

 

Brasília, 27 de dezembro de 2012; 191º da Independência e 124º da República.

 

DILMA ROUSSEFF

 

Ruy Nunes Pinto Nogueira


Já é oficial: o Brasil adiou para 1 de janeiro de 2016 a aplicação obrigatória do novo acordo ortográfico, de acordo com o decreto publicado no "Diário Oficial da União".

E a pergunta a fazer por cá é a mesma do passado. E agora Portugal? Continuamos sempre "mais papistas do que o Papa?". Como justificar a aplicação de algo que não está, definitivamente, em vigor, e que a esmagadora maioria do Portugueses não quer, sequer, que venha a vigorar? Tanto, mas tanto, disparate fizeram que ficámos mesmo "orgulhosamente sós"!!!

publicado às 15:06

Estado Sentido, de novo, em missão de serviço público

por Pedro Quartin Graça, em 09.12.12

Publicar e partilhar intensamente nos murais e perfis das redes sociais.

publicado às 12:22

Mete, e mete muito bem!

por Pedro Quartin Graça, em 07.12.12

 

publicado às 15:43

Brasil rasga Acordo Ortográfico!

por Pedro Quartin Graça, em 07.12.12

A vigência obrigatória do novo acordo ortográfico será adiada, segundo o senador Cyro Miranda que afirma que presidente Dilma Rousseff irá adiar a vigência obrigatória do novo acordo ortográfico para 2015. O senador é a favor da elaboração de um novo acordo.

O senador Cyro Miranda, (PSDB-GO), disse na última terça-feira, que o novo acordo ortográfico da língua portuguesa deverá ter vigência obrigatória somente a partir de 31 de dezembro de 2015. Segundo informações da Agência Brasil de notícias, o acordo, assinado em 2008 por sete países da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), pretende simplificar as regras ortográficas e aumentar o prestígio social da língua no cenário internacional e passaria a valer a partir de 1º de janeiro de 2013 no Brasil. Entretanto, de acordo com o senador, a presidente da República, Dilma Rousseff, declarou que irá emitir um decreto adiando a data.

Cyro Miranda afirma que havia entrado com uma proposta de resolução para o adiamento, mas que a presidente a dispensou, uma vez que o processo de aprovação desse tipo de norma é mais demorado.
Miranda acredita que o ideal seria adiar a vigência para 2018 e sugere também que seria necessária a elaboração de outro acordo, que conte com a colaboração de mais sectores da sociedade. Para ele, o novo acordo foi mal feito e deixou os professores de fora do processo. “Precisamos rever tudo [...] Temos que aprovar um formato com lógica. [O novo acordo] tem tanta excepção que os professores não sabem o que vão ensinar”, apontou.
O senador disse ainda que o governo indicou que vai sugerir aos outros países que adiem a vigência do novo acordo para que todos possam trabalhar na total reformulação. Segundo ele, em Portugal o acordo só passa a valer a partir de 31 de dezembro de 2015. Em Cabo Verde a vigência do acordo está prevista apenas para 2016.

O que espera agora Portugal para também o mandar "para as urtigas"?


publicado às 12:52

A minha pátria é a língua portuguesa

por Samuel de Paiva Pires, em 03.12.12

Parece que o Prós e Contras é sobre quanto vale a língua portuguesa. Claro que este "quanto" remete logo para uma perspectiva económica, pelo que convidaram economistas e empresários para o painel. Um destes, que desconheço, acaba de afirmar, sem se rir e sem que lhe façam qualquer reparo, que "não se pode misturar a língua com a cultura". Duvido que falem do absurdo acordo ortográfico, que vai avançando com a conivência do suposto governo mais liberal de sempre. Entregues a incultos putativos plutocratas e a amadores e deslumbrados anti-patriotas que têm como desígnio empobrecer economica e intelectualmente a nação, e atendendo ao avanço do referido absurdo, eu dou já a resposta à questão: vale um tostão furado.

publicado às 22:48

Referendar o Desacordo Ortográfico

por Samuel de Paiva Pires, em 13.11.12

Assine a petição aqui. Como escreve José Pacheco Pereira, «Democratizava a discussão do Acordo, que mexe em matérias que têm a ver com a nossa identidade e com sua percepção colectiva, e desbloqueava a inércia que vai permitindo que um Acordo que ninguém deseja faça um caminho perverso pela indiferença de uns e a revolta de outros. E como é uma matéria de consciência e identidade, justifica-se.» 

publicado às 16:02

A verdadeira expressão da decadência portuguesa

por Samuel de Paiva Pires, em 29.09.12

A verdadeira decadência portuguesa não se expressa realmente na crise económica e financeira. Esta tem volta a dar, e mais pelas variáveis externas que internas, obedecendo ao tom de sempre da política externa portuguesa. Se há algo que incorpora em si todas as características de decadência da nação, com tudo o que lhe subjaz de irracional, coercivo e errado, é o Acordo Ortográfico. Infelizmente, temo que este já não tenha volta a dar, o que é sintomático da apatia dos portugueses e da ignorância e arrogância dos desgovernantes. Como escreve Pacheco Pereira, "A única força que sustenta o Acordo é a mesma que condenou o país a esta crise profunda: inércia." Como quase tudo em Portugal, foi feito com os pés e é empurrado com a barriga. E trata-se, na verdade, de algo que nunca deveria ter sido feito e que um governo que fosse realmente liberal já teria rasgado e deitado fora. 

publicado às 16:02






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