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" Não aceitaram os bons Portugueses para seu Rei Dom João de Castela, pois não queriam Portugal - que nossos Pais conquistaram lançada a lançada - escravizado ao poder das Espanhas. "
Versa António Corrêa d'Oliveira outro momento da nossa História, mas, tendo em vista o que vivemos, que os portugueses d'hoje tenham o mesmo sentir que os d'antanho!
Acabo de ouvir - de passagem, porque não me peçam para assistir a tanta imbecilidade! - uma amostra mais da decrepitude daquele a quem alguém convenceu ser o patriarca do Portugal " melhor " (???!!!!!). Não haver quem enfie naquela cabeça senil do Bochechas que foi ele quem deu o pontapé de saída no longo processo que viria, fatalmente, a culminar no desespero de que só agora se dá conta.
Durante muito tempo mantive a esperança, e votei nele, apesar das trapalhadas ( v.g. começar por repudiar o tratado de Maastritch, altura em que disse ser Cavaco merecedor de um estalo, para depois dar o dito por não dito, e, as usual, vergar-se ao vento que sopra ). Nos últimos tempos votei porque nele via o mal menor - agora já nem isso consigo descortinar, porque o tempo mostrou-me que todos os males são maiores. Estou, pois, na melhor das situações para compreender a perplexidade, desilusão e sentimento de terem sido traídos dos seus companheiros ( a quem gabo a paciência de ainda o continuarem a ser ).
Como vozes avisadas alertaram - e aqui destaque para o economista João Ferreira do Amaral, que sempre falou na megalomania de querermos adoptar a mesma moeda que a Alemanha ou a Finlândia, países com uma economia muito mais forte. Só quem quer tapar o sol com a peneira não enxerga que " O euro do Sul da Europa ( ... ) não tem o mesmo valor do euro de Berlim ".
Há dias dizia a Doutora Fátima Bonifácio estar convencida de que o filósofo/engenheiro-licenciado-ao-domingo-que-se-ofendeu-por-o-compararem a Relvas, veio com a ambição de ser o candidato presidencial de toda a esquerda. Não me suscita isso muita estranheza, habituados que estão os políticos ao rápido esquecimento das suas malfeitorias. E, aliás, pelo que se tem visto, esta Republiqueta merece-o.
Uma imagem muito impressiva e gritante de realidade do Portugal que foram construindo ao longo das últimas décadas. O povo ordenou? Não! o povo alheou-se do seu destino, e deixou que gente incompetente e corrupta decidisse por ele. Por isso, por essa alienação, esse mesmo povo, todos nós, temos culpa.
Eis o homem que melhor põe o nome aos bois. Serviço público televisivo, neste momento de desespero para tantos e tantos portugueses? É ele que o presta. Penso mesmo que estará a incomodar muitos interesses, que, pudessem eles, sem escândalo na opinião pública, o teriam abafado já.
Que os seus muitos alertas servissem para um maior comedimento desses manda-chuvas, habituados, porque a isso os habituámos, a toda e qualquer impunidade. E sempre reeleitos os políticos que abonam esses mesmos interesses pouco confessáveis.
Se o jornalista de serviço, ou o comentador oponente, lhe fizer estas perguntas, ( " como se consegue estudar em França com um empréstimo bancário? Porque pressionava os gestores públicos a lançarem obras quando já não havia dinheiro?... " ), até que vejo o estudante-de-filosofia-que-ajudou-decisivamente-a-enterrar-Portugal, mas contando que elas sejam feitas logo no primeiro " episódio ": assistir a mais do que isso, à inevitável venda de banha de cobra, seria uma tortura que ninguém merece.
Sobre os três D's anunciados em 1974 com toda a Pompa e Circunstância, é de todos sabido que a montanha pariu um rato famélico. Mas um quarto D era, não com menor bandeira, acenado: o de " desemigração ". Podemos mesmo adaptar a este quarto D uma frase muito em voga à época « nem mais um... »; Manuel Alegre era um dos " dianteiros da táctica ".
Face ao desmoronar de tão brilhante estratégia, teremos de perguntar ao triste poeta o que se propõe dizer e fazer agora, agora que já nem há país soberano para derramar...
é um aforismo muito adequado a alguém que, pensando-se capacitado para ser " o segundo figurão do Estado ", deveria ter aquele grau de perspicácia e lucidez ( tal como o terceiro, o quarto,... além, claro está, do primeiro ), que o habilitassem a ver que as coisas corriam mal há muito tempo. Dizer que alertou "em tempo e no lugar devido" terá sido sempre tarde, se esse alerta não foi feito há umas décadas já.
Quando cheguei ao face li uma notícia revoltante, de molde a apetecer juntar-me a qualquer manifestação de " indignadíssimos " - rezava que as pensões vitalícias dos ex-políticos seriam poupadas dos cortes ( fonte Diário de Notícias ). Fiquei estarrecida, e a confiança que tenho em Vítor Gaspar abalada por momentos. Parecia-me incrível, apesar de saber já que as surpresas podem vir de qualquer lado....Mas achei por bem tentar saber mais, e fui ler o Diário Económico. Fiquei mais sossegada, primeiro com as declarações do porta voz do CDS, João de Almeida, afirmando que tais subvenções " não podem ficar de fora desse esforço, que terá de ser no mínimo igual aos dos pensionistas", e depois com as do ministro das Finanças, de que " o Governo vai criar uma "contribuição solidária [para os antigos políticos] no montante equivalente ao dos cortes que vão ser aplicados" aos funcionários públicos e aos pensionistas. " É o mínimo! De outra forma, tudo o que dissesse daqui para a frente cairia no total descrédito.
escreveu Sá de Miranda.
Estamos numa época em que isso é coisa tão frequente que já nem nos damos ao trabalho de o dizer - tudo passou a ser possível; mas ontem, assistindo ao « A Torto e a Direito », espantou-me o espanto de Ferro Rodrigues, que recém chegado do exílio dourado junto da OCDE se disse " espantado " com o clima de hostilidade com que os portugueses ( para mal dos nossos pecados muito menos do que os que merece ) rodeiam Sócrates. O homem, lá em Paris, não lia jornais, não recebia telefonemas que o pusessem a par do que o seu chefe ia por cá aprontando?
Estava numa redoma de vidro, só pode!
Quando, há muitos anos já, cansativos porque não surge no horizonte a mínima chama ou clarão, temos de recorrer ao " mal menor ".É que apesar de nestes partidos [ que têm repartido entre si o destino nacional ] - PS, PSD, e CDS - haver gente com valor individual, sentido patriótico e capacidade política, o que acaba a dominar as campanhas e os aparelhos são os caciques dos negócios ou da militância, mais os inefáveis "filhos da casa", isto, é os oriundos das "juventudes", a ausência de uma real alternativa, de uma direita política, com uma agenda de princípios nacionais (quem defende a independência e a identidade da nação, mesmo num quadro institucional europeu?), atirou-nos para este rotativismo estéril, para esta bambochata de opereta.
Mais uma vez, e como é seu timbre, o Carlos procede aqui a uma análise lúcida e perspicaz do que se passa com a economia portuguesa; situação bem negra mas sempre dourada pelos responsáveis por termos a ela chegado.
Na Terça- feira, 23 de Novembro, Assunção Cristas
Porque já vimos que com estes não chegamos " lá ", e " cumprir Portugal " fica mais uma vez adiado; para as calendas gregas.
Alguns Portugueses de fibra começaram a fazê-lo, mas foram cruamente interrompidos. Merecêmo-lo, não nos queixemos.
( Ainda a tempo: para os que o acusam de não ter feito nada quando ministro das finanças - e não fez -, lembro o Grande Alexandre Herculano: " não me envergonho de corrigir os meus erros " )