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Pessoas indignadas com o artigo do Adolfo Mesquita Nunes sobre o marxismo cultural e que vislumbram o declínio da civilização Ocidental já amanhã (um tema que é quase um fetiche de ocidentais diletantes) em resultado de exageros e delírios pós-modernistas (a acontecer, será pela demissão do Ocidente de líder da ordem internacional, pasme-se, graças à tal direita musculada de Trump, Bolsonaro, Farage, Orbán e afins, e pela ascensão de uma potência revisionista como a China, e estejam descansados que nessa altura vão poder preocupar-se com coisas sérias como o fim da democracia liberal e das liberdades que lhe são inerentes): levantem-se da cadeira, larguem a Internet, especialmente as vossas bolhas e câmaras de eco nas redes sociais, e vão ver que as teorias da conspiração que meteram na cabeça acabam por passar. Ou talvez não, porque já Karl Popper explicava a atracção de certas mentes por estas teorias, por serem incapazes de percepcionar a complexidade e o pluralismo da realidade social, especialmente de sociedades abertas, daí o seu pensamento de carácter maniqueísta ancorado em absolutos, que é, na verdade, contrário ao liberalismo, também ele tantas vezes proclamado morto, ainda que continue a ser a teoria mais adequada precisamente às sociedades Ocidentais, abertas e plurais, porque pautado pelo anti-dogmatismo que permeia o decálogo liberal de Bertrand Russell, porque se fundamenta na tradição, no racionalismo crítico e numa concepção evolucionista de mudança social e política, porque valoriza e respeita a existência de diferentes concepções de vida boa numa mesma sociedade, e porque, ao contrário do que muitos ditos liberais acreditam, assenta na moderação. Em todo o caso, com o tempo livre com que vão ficar por passarem menos tempo no Facebook, aproveitem e dêem uma vista de olhos neste livro, em que são abordados Raymond Aron, Isaiah Berlin, Norberto Bobbio e Michael Oakeshott enquanto expoentes da virtude da moderação - todos eles, como se sabe, perigosos marxistas culturais.
Já havia tido a ocasião de testemunhar a ortodoxia preconceituosa e irascível de Fernando Rosas há um bom par de anos na apresentação de uma obra escrita a quatro mãos, por si e pelo Prof. Mendo Castro Henriques (sim, despromovi o Rosas - não é professor, é sargento-môr) - "1910 a duas vozes" - na Livraria Buchholz em 2010 (estou ali de blazer claro, e já careca...). Sem o mínimo de fair-play intelectual e sem denotar vestígios de democraticidade e tolerância, Fernando Rosas arrasou a historiografia monárquica apresentada por Mendo Castro Henriques, insultando o co-autor do livro e humilhando o público vindo em paz. Penso que as palavras exactas foram: "recuso debater o que quer que seja para além da República". Portanto, o que agora sucede no que toca à homossexualidade de Adolfo Mesquita Nunes e as palavras proferidas, assenta que nem luvas ao carácter de alguém que não se inibe na demonstração do seu nível ético. Resta saber se a Comissão para a Igualdade de Género actuará juridicamente à luz de afirmações atentatórias à liberdade de orientação sexual, aliás consagrada na Constituição da República Portuguesa. Mas nem precisamos de ir por aí. Trata-se de algo diverso. Rosas já não tem força na verga intelectual para se digladiar com o avantajado Adolfo Mesquita Nunes. O Fernando Rosas tem-nos pendurados. E não falo de suspensórios.
O Gabinete de Estudos Gonçalo Begonha acaba de publicar "O CDS e a Democracia Cristã (1974-1992)", um artigo de leitura obrigatória, da autoria de Adolfo Mesquita Nunes, que passa em revista a história do CDS no período em análise e confronta algumas ideias genericamente aceites que não são tão lineares como alguns julgam, no que diz respeito aos pilares ideológicos do CDS.
Como sói dizer-se nestas ocasiões, desejo as maiores felicidades ao Adolfo Mesquita Nunes no exercício das novas funções para as quais foi investido. Com tanta mediocridade à solta, é bom de ver que ainda existem alguns resquícios de inteligência no Governo.
Muito interessante, o debate ontem moderado pelo Samuel na sede do CDS em Lisboa. Uma sala cheia de gente muito nova e atenta à amena discussão de ideias, onde os princípios fundadores do Partido ainda parecem adequados ao momento presente. Mais de três horas de exposição de opiniões em que se digladiaram Adolfo Mesquita Nunes e Pedro Pestana Bastos, intervindo o público com perguntas acerca do CDS e da situação que o país atravessa.
Lá fora, passou uma mini-manifestação de gente que em grande alarido berrava bloco de esquerda, bloco de esquerda! Há alguns dias, a fachada do CDS foi bombardeada com sacos plásticos cheios de tinta vermelha. Quem quiser confirmar o ataque apenas terá de se limitar a passar diante da sede e ver a obra dos "anarquistas", talvez aqueles que no 1º de Fevereiro de 2008, também berravam pelo Buíça em pleno Terreiro do Paço.
Imaginem esta jagunçada de volta aos seus áureos momento de 1975...
É já daqui a umas horas que terei o prazer de moderar um debate que, além de oportuno, se afigura como um grande momento de formação política. Sendo aberto ao público, podem confirmar presença no Facebook.
Podem confirmar presença no evento no Facebook.