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Sabemos que os britânicos são eurocépticos e isso dever-se-á a múltiplos factores, um dos quais, a Commonwealth, não será insignificante. Aqui está algo que Portugal devia ter em conta e ainda ontem, ouvimos Ramos Horta dispor-se a concertar esforços com outros países da CPLP, procurando ajudar Portugal a escapar à humilhante usura a que o regime nos remeteu.
Na velha aliada, há quem não esteja desatento e o tema parece merecer o interesse dos leitores. Estamos acostumados a pensar que a invocação da "velha aliança", consiste num estéril e unilateral exercício de retórica saudosista, mas afinal não é isso o que muitos britânicos pensam. Atendam à enorme quantidade de comentários e até, às originais sugestões apresentadas, tendentes a uma reaproximação luso-britância.
"Portugal is our oldest and truest friend in Europe, and has ranged itself alongside us in quarrel after quarrel. We were prepared, through the centuries, to support our allies against pressure from Madrid and Paris. If we will not now support them against pressure from Brussels and Frankfurt, who will?"
Ao contrário do que sucedeu quando o seu trisavô Eduardo VII visitou Portugal, o Príncipe de Gales não tem à sua espera, alguém com a envergadura de um D. Carlos I ou de uma Rainha Dª Amélia. Chegou a Portugal acompanhado da Duquesa da Cornualha, no âmbito das regulares visitas de Estado, próprias de dois países que conservam - e que assim continue - a mais antiga aliança celebrada entre potências.
Que os residentes do Palácio de Belém tenham em conta a excepcionalidade desta visita. O Príncipe de Gales não é "um qualquer" daqueles "primus inter pares" que regularmente convivem em cimeiras recheadas de gargalhadas, palitar dentes, tagarelices a pedirem "porque no te callas?", cotoveladas, gaffes protocolares e outras tantas facécias a que estamos habituados. Além de representar a Grã-Bretanha, é um homem do século XXI, completamente oposto aos modismos e mexericos da politiquisse de batidores.
Há pouco mais de cem anos, D. Carlos I costumava advertir os seus Presidentes do Conselho, acerca da directriz da nossa política externa: "podemos estar de mal com todo o mundo, menos com o Brasil e a Inglaterra". Pelos vistos, as coisas pouco mudaram e apenas teremos a acrescentar os EUA e os PALOP. Assim sendo, esta semana a nossa diplomacia faz o pleno.
Que Carlos e Camila sejam bem-vindos a Portugal.