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Obra organizada por Paulo Neves da Silva.
Criador - "O criador é uma espécie de monstro em que há o homem e o outro; quem desanima, quem se abate, quem chora, é o homem: o outro, se é grande, até os desesperos utiliza. O essencial é que nunca o homem traia o artista, que a troco de uma felicidade que tanta gente tem se perca a obra que ninguém mais poderia realizar" (p. 21).
Felicidade - "Só por costume social deveremos desejar a alguém que seja feliz; às vezes por aquela piedade da fraqueza que leva a tomar crianças ao colo; só se deve desejar a alguém que se cumpra: e o cumprir-se inclui a desgraça e a sua superação" (p. 29).
Amor-próprio - "O que é preciso para uma pessoa gostar dela própria é que ela faça o favor de fazer quanto a si tudo o que é preciso fazer para a partir de determinada altura se esquecer completamente daquilo que é ou daquilo que precisa. Se a pessoa não fez consigo tudo quanto achava que seria necessário fazer para se esquecer de si mesmo, está errada. Então deve ser egoísta até esse ponto. A pessoa só deve poder deixar de ser egoísta quando olhar para o espelho e nunca vir a cara própria, e ver qualquer outra coisa no dito espelho, em vez de si própria. Enquanto se vir a si própria, está errada e precisa de ser egoísta" (p.76).