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O Governo da República Portuguesa está cada vez mais encurralado. São vários agentes que mantêm refêm o executivo. O Bloco de Esquerda (BE) e o Partido Comunista Português (PCP) encostaram às cordas António Costa e as suas hostes. Não existe decisão governativa que não esteja condicionada pelo diktat de Catarina Martins ou pela bula de Jerónimo de Sousa. Mas a ameaça de "porrada" da Antral para a próxima Segunda-feira lisboeta levanta algumas questões fundamentais. A declaração do chefe dos taxistas deve ser entendida enquanto ameaça velada. O uso de força é, inequivocamente, uma prerrogativa jurídica do Estado, aliás consagrada constitucionalmente. Em nome da manutenção da ordem pública, um governo pode ter de fazer uso de instrumentos de coacção. Quando um grupo de cidadãos se organiza em torno da mensagem de violência, está efectivamente a assaltar a reserva de paz pública de uma nação - mas no meu entender, vai mais longe do que o tolerável: comete o crime de premeditação. Veremos se o Ministério da Administração Interna faz a leitura adequada desta situação e instrui as forças de segurança em conformidade. A Antral assemelha-se a outros grupos reivindicativos, com a nuance temporal de estar a anunciar um "atentado" antes do mesmo ocorrer. Nem menciono o impacto económico da perturbação que 6000 taxistas causam na vida de tantas empresas e trabalhadores portugueses. Este sector profissional não pode forçar a sua entrada na Assembleia da República. Esta classe laboral não pode ameaçar a integridade física e moral de um secretário de Estado, ou para todos os efeitos de qualquer cidadão. Não sei qual a filiação ideológica dos representantes dos "profissionais" dos táxis, mas cada vez mais se assemelha a falanges de inspiração extremista, que prosseguem os seus objectivos por via da intimidação e do músculo. O Governo da República Portuguesa está obrigado a defender a bela Democracia que tanto apregoa a torto e a direito. Mas António Costa encontra-se na China a vender falências a prospectores mercantis. A Uber que se deixe ficar quieta. São os outros que caírão - sozinhos.