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Não vejo televisão. Embora continue a ser cobrada na conta da luz, não tenho sequer televisor. Quem vem a minha casa não será entretido com programas de cirurgia plástica invasivos e dramáticos, nem com a vida das Kardashian, nem com notícias das tragédias do mundo, nem com programas de culinária, nem com séries de serial killers. Pelo menos, não através de um televisor. Quem vem a minha casa, vem para comer, conversar, relaxar, folhear livros, ouvir música, ver filmes, ir à net. Claro que fará isso tudo através dos mais modernos gadgets e aparelhos, das superfícies mais planas, interactivas e brilhantes e com a mais alta resolução de imagem e som (sim, como devem imaginar, um dos meus filmes favoritos de sempre é o Relatório Minoritário e já agora, sabiam que Portugal é líder em Electrónica Transparente graças ao trabalho da investigadora Elvira Fortunato? Google it!)
A verdade é que a televisão deixou de servir os meus interesses: deixei de ter paciência para tanta imbecilidade e espectacularidade entregue, de forma imediata e sem filtros no meu cérebro; a televisão existe apenas para servir de veículo à publicidade. Ou seja: os "conteúdos" programáticos existem como forma de prender o espectador para que este sorrateiramente leve com mais este ou aquele anúncio, a fonte de receitas de um canal; a praga é tão invasiva que até o youtube já sofre dela! Quantas vezes não me passou pela cabeça o seguinte desejo: "Se eu pudesse fazer uma selecção dos programas que gosto e exibi-los às horas que me dessem jeito, sem publicidade, conseguiria ter um canal ao meu gosto!" E 1 canal apenas bastava, se pudesse ser à minha medida! Em vez disto, temos dezenas, centenas de canais, numa falsa ilusão de oferta, nos quais de vez em quando lá aparece um programa que agrada e que na maioria das vezes passa a horas que não dão jeito. Devo dizer que os canais por cabo para além de muito caros são medíocres por causa disto mesmo: 90% dos programas não vão de encontro às necessidades do assinante. E depois é ver todo o marketing que é montado para vender um serviço de cabo, ou seja, chega a ser deprimente o esforço "criativo" que as operadoras fazem para diferenciarem os serviços que, no fundo, são iguais; eu simpatizo com o gato fedorento mas aquela mini-seriezinha estapafúrdia que eles fazem para a o canal da PT é tão ridícula e desprovida de substância que me enerva. Ou seja: tem o efeito precisamente contrário ao que pretendem. Digamos que eu não sou assim *tão* básica.
Isto tudo para dizer que andamos a ver televisão em Portugal, da mesma forma que o fazíamos há 30-40 anos atrás. Se virmos bem, pouco ou nada mudou. Ok, os ecrãs são planos e têm excelente resolução e a tecnologia permite-nos fazer alguns truques: agendar a gravação de um programa, fazer pausa ou requisitar um filme. Mas isto são aspectos superficiais, é floreado. O essencial permanece inalterado: o espectador é um agente passivo e recebe a informação/programação que alguma alma iluminada escolheu. Para além disto, o quão interessante seria se realmente a televisão se tornasse uma janela para o mundo e não apenas uma janela para as traseiras do mundo, que é a sensação que tenho quando pressiono o ON. Estou condicionada a ver uma fracção muito pequenina do mundo. Se me perguntarem como idealizo a tv do futuro, posso dizer-vos que tenho material para um livro: tratando-se de idealizar/visionar o futuro a minha imaginação é prolífica (talvez fruto de crescer a devorar ficção científica!).
Há umas semanas trocava impressões com um amigo a propósito de uma notícia que referia que uma agência norte-americana estava a oferecer a possibilidade de viajar até Marte e que os bilhetes, apesar de muito caros, estavam a ter muita procura; dizia ele que não se importava nada de sair do nosso planeta, que está a ficar insuportável, e de por lá (por Marte) ficar. A minha perspectiva, mesmo com todas as contigências e dificuldades que o nosso tempo oferece, foi no entanto diferente: graças à tecnologia e à sua evolução exponencial, a vida no planeta terra está a começar a ficar realmente interessante; mesmo tendo consciência dos perigos que o mau uso da tecnologia acarreta, não arredo pé deste planeta nem que me ofereçam o bilhete!
Leitura complementar: "The iWatch is a TV by Apple - September 10th"
"Like many people, I enjoy guessing as to what technology is going to bring and what innovations will transform our lives. The quicker we all innovate, the quicker I will be to owning my life’s dream – that flying car (it better be in my lifetime!) In today’s world, things are so mundane and boring, so drip-fed to us commercially and unsystematically, that our dreams of the future are comparatively dull. An exception is Elon Musk who seems to be the one person in the world who’s challenging this approach and is not scared about taking on the auto industry with his electric Tesla’s and hovering rockets, not to mention the challenging foray of other ideas like a levitating hyperloop train in a vacuum tube."
"That said, I believe we are finally about to rejoice with a new product launch on September 10th, 2013, at the annual Apple conference which is famed for releasing new ideas. No, I’m not talking about the iPhone 5s… boring, the iPhone 5c… boring, or even the audacious iPhone Gold/Champagne Edition…. are you serious? Changing colours is hardly going forwards! What I am talking about is the Apple TV, the iTV, a physical TV with full software integration and one that is going to be called the iWatch. That’s right, it’s been staring us in the face for a long time, but intentionally, or unintentionally as the name has acted as a decoy.
It’s been long known that Steve Jobs wanted to invade our living rooms with a TV, but the fact that it’s taken such a long time to come to the light suggests there is some huge fundamental change on the cards. He’s famously quoted in his recent autobiography as saying, “I’d like to create an integrated television set that is completely easy to use.”
http://www.pixellounge.co.uk/2013/08/the-iwatch-is-a-tv-by-apple-revolution-revelation/
Disclaimer: A autora do post é um nadinha technology geek. ;)