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A Sílvia Alberto esforça-se por demonstrar que tem "respeito" pelos pescadores. É uma atitude do género; "até gosto de peixe, mas não gramo o cheiro, não lhe toco. Por isso peço à Amélia da praça para amanhar o Robalo...com respeito, por favor". Que caldeirada é esta? Se a intenção era fazer "render o peixe", enganáram-se com estas postas, pescadas da televisão, das redes apertadas onde as celebridades são capturadas. E há calinadas pelo meio - "Não conseguia viver na Alemanha porque não tem mar" - a Alemanha não tem mar? E foram os pescadores que chegaram à Índia? Mas há requinte em tudo isto. São pormenores que nos distraem das bocas formadas à meia-volta. São fait-divers enrolados pela passadeira vermelha, quase ofensivos para a já mui sofrida indústria pesqueira. Será a Sílvia Alberto a nova embaixadora do Carapau? As palavras que profere são anzóis que servem para pescar peixinhos da horta. O resto são detalhes de design que não escapam ao meu olho de linguado, de linguareiro. O sinal de beleza da face, imagem de marca da Marilyn Monroe, encontra conforto na repetição. No cardume de pontos colados no uniforme da menina. Eu sei que estamos todos desesperados, mas não valia a pena um ensopado de esguia tão aguado, tão carente de nutrientes.