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Não é novidade alguma, pois já aqui - e noutros posts - tínhamos dito algo acerca deste assunto. As Forças Armadas deveriam obrigar a chamada "sociedade civil", o regime, a prescindir da gestão de alguns activos considerados estratégicos, colocando-os sob controlo especial. O país deve possuir uma indústria de Defesa. Qual é a dúvida? Sendo a construção naval - que engloba produtos militares - de interesse estratégico para o país, há que dar-lhe um novo rumo.
Foi assim, às escondidas, a entrega do Figueira da Foz à Armada. O regime morre de susto sempre que se trata de substituir qualquer tipo de equipamento militar, mesmo que este represente mais emprego, a garantia da defesa do potencial económico da zona marítima sob nossa soberania, a modernização de vários sectores da nossa indústria e claro está, perspectivas de dinamização das nossas exportações. O projecto mirrou por falta de vontade política, contingências orçamentais - descurando-se a praticamente garantida exportação para países da CPLP e outros- e sobretudo, pelo medo da chantagem que acicata corridinhos escadarias acima. A falta de visão desta gente, roça a abjecção.
Temos uma casta mandante sumamente estúpida e cobarde, encolhendo-se diante da perspectiva de um qualquer artigozinho estampado num jornal "de referência" dos da mesma laia.
O problema seria resolúvel, se as Forças Armadas deixassem de se sujeitar a este tipo de humilhações. Em Espanha, o lançamento ao mar de qualquer navio da Armada Real, é dia de festa com membros da casa reinante presentes e todo o cerimonial próprio destas ocasiões.
Portugal é uma república. Infelizmente é o que temos e sofremos, também devido à escandalosa abstenção das Forças Armadas.
Assim se retomam velhos ciclos: a pirataria, que tantos julgavam coisa do passado, aí está, com outros meios mas com propósitos iguais. E Portugal, que no passado tanto combateu com assinalável sucesso naquela mesma região, envia o navio-almirante de uma importante operação naval da NATO. Há coisas que nunca mudam definitivamente.
Sugestão: e já que falamos em piratas, a Cinemateca Nacional exibe por estas alturas um ciclo de filmes de piratas, sempre às 22.30 na Esplanada. Quem estiver em Lisboa e puder ir tem aqui um bom entretenimento, bastante aconselhável a apreciadores do gênero.
Foi ontem lançado ao mar o primeiro dos dois submarinos Trident da nossa Armada, fabricados na Alemanha. Após a algazarra dos tempos eleitorais que antecederam a actual maioria, estava piamente convencido de que a autoria da encomenda e compra pertencera ao governo de Durão Barroso /Paulo Portas. Afinal, o trato foi feito em plena época Guterres (1998) e anteontem - o seu a seu dono -, o primeiro dos submersíveis foi lançado à água, em fase de acabamento. A madrinha é Alda Taborda Gama, filha do saudoso dirigente da Nova Monarquia, Dr. João Taborda. Numa cerimónia com o inconfundível e já esquecido ambiente de um certo passado, Jaime Gama e a mulher lá representaram o Estado. Tenho Jaime Gama em conta como um homem de bem e patriota. Seria interessante conhecer o seu pensamento acerca da controvérsia U-Boote que encheu resmas de jornais nos anos transactos.
Apesar de todas as explicações profusamente dadas pelas entidades competentes do sector, custa-me a crer na verdadeira necessidade desta aquisição, pois o preço e a funcionalidade dos submarinos é muito discutível. Conhecendo os casos em que as nossas Forças Armadas Portuguesas periodicamente se envolvem - intervenções na Guiné ou Timor, por exemplo -, não teria sido melhor - e mais económico - produzir o tal navio polivalente, capaz de conseguir a projecção de forças terrestres e aéreas? A propósito, quanto terá custado ao reino vizinho a construção dos porta-aviões Príncipe de Asturias e do novo Juan Carlos I? Comparemos ...
Quando da aquisição - ou melhor, refundação - da Armada Portuguesa nos anos trinta, o regime adquiriu unidades funcionais e outras - os avisos - para "mostrar bandeira" nas colónias. Foi uma escolha acertada e dentro das capacidades financeiras do país.
A aquisição de fragatas à Holanda - caras e usadas - deixa-nos uma sensação amarga do conhecido e nacional método de encontrar soluções paliativas. Sou um leigo na matéria, é verdade, mas dado o tipo de relacionamento histórico que temos com aquele país, é com verdadeira repulsa que encaro qualquer compra naquela parte baixa da Europa. Sei bem quem são, o que dizem e pior, o que de nós pensam os batavos. Lembro-me bem deles em Moçambique e na África do Sul. Más companhias.