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Se eu fosse português sentir-me-ia traído pelo sistema judicial deste país. Temos mais uma prova de que a política fala mais alto do que os imperativos de justiça e equidade. Os socialistas, mesmo não sendo governo, conseguem desferir murros significativos. Conseguem apagar um longo rastilho que decerto daria voltas e mais voltas ao largo do Rato. Se as gravações vão ser destruídas é porque trazem água no bico. Portugal, eterniza, deste modo, a máxima de que é possível fintar a justiça - a ideia de que o poder político e os partidos controlam as instituições e violam o princípio da separação de poderes. Se eu fosse português sentir-me-ia intensamente desprotegido, à mercê daqueles que foram eleitos precisamente para salvaguardar os nossos direitos. Espero que alguém se tenha infiltrado no sistema e que disponibilize as gravações. Que uma torrente de informação privilegiada passe a ser do domínio público.
Segundo consta nos meios judiciais, o sr. Armando Vara poderá ter recebido 25.000 Euros em notas. Não será um lamentável engano? É que ainda há umas semanas, o prestimoso e eficiente gestor do BCP Millenium, garantiu ter recebido uma prenda em robalos. A questão a colocar é a seguinte: a quanto está o quilo da deliciosa especialidade? 25.000 Euros de peixinho, serão mais que suficientes para quotidianamente os cozinhar até ao fim da vida!
O Sindicato Nacional dos Técnicos de Emprego faz hoje chegar ao presidente do Instituto do Emprego uma interpelação sobre um caso revelado pelo DN. Em causa está o facto de os técnicos do IEFP terem de fazer uma prova escrita em que uma das leituras recomendadas é um texto de Sócrates.
E o regabofe, como muito bem lhe chama o Jorge Ferreira:
Armando Vara foi promovido na Caixa Geral de Depósitos (CGD) um mês e meio depois de ter abandonado os quadros do banco público para assumir a vice-presidência do Banco Comercial Portugal (BCP).
De acordo com informação oficial fornecida pela Caixa, "Armando Vara desvinculou-se da CGD no dia 15 de Janeiro de 2008". A acta da reunião da administração de 27 de Fevereiro, a que o PÚBLICO teve acesso, refere que, "na sequência da cessação de funções de administrador da CGD do dr. Armando António Martins Vara, quadro da instituição com a categoria de director, o conselho deliberou a sua promoção ao nível 18 e os seguintes ajustamentos remuneratórios: remuneração de base - 18 E ; II IT de 47 por cento; RC E RER no valor de 2000 euros e 3000 euros, respectivamente". Esta alteração terá um efeito positivo na reforma em montantes que dependem do momento e da forma em que acontecer.
No seguimento dessa informação, o PÚBLICO questionou a administração da Caixa no sentido de perceber a razão da referida promoção, um mês e meio depois da saída de Vara. A instituição esclareceu que, "como é prática comum do grupo, todos os administradores quadros da CGD, quando deixam de o ser, atingem o nível 18 em termos de graduação interna". Fonte oficial da instituição acrescentou ainda "que o Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos cumpriu, desta forma, o estabelecido internamente, agindo retroactivamente, numa das primeiras reuniões do conselho de administração, após alteração da estrutura governativa da instituição, como sempre é feito".
A mim só me ocorre uma palavra: FODASSE!