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Numas tantas palavras, Viriato Soromenho Marques diz oessencial do que há a saber acerca de Ribeiro Telles.
Ribeiro Telles “continua a trabalhar com muita intensidade cívica a situação dramática que o país está a viver, sendo que o grande legado e a grande mensagem histórica de Ribeiro Telles para Portugal é de que a soberania de um país depende da sua capacidade de tratar o território com cuidado suficiente para que o possa suportar”.
Soromenho Marques tanto refere obras arquitectónicas de Ribeiro Telles quanto posições políticas do agora premiado quanto, por exemplo, à transformação das florestas em espaços de monocultura para fins industriais, ou na sua defesa do uso da tecnologia para manter as pessoas junto à terra.
No fundo, diz o professor, antes e depois de ter ocupado cargos políticos, Ribeiro Telles “defendeu sempre que o destino de Portugal em busca de um novo enquadramento estratégico na Europa dependia da nossa ligação ao território”. E hoje “estamos presos pelo estômago. Imagine-se a nossa capacidade negocial com a Alemanha se tivéssemos a capacidade de sustentar o país. O problema central [da crise actual] é a insustentabilidade de recursos”."
Soromenho Marques sintetiza aquilo que foi um projecto integrado, complexo e realizável: o programa do Partido Popular Monárquico. Podia ter ido mais longe e claramente indicado que o pressuposto quanto ao ordenamento do território - palavras vagas que para a maioria apenas conformam o discurso politicamente correcto -, implica a continuidade dos elos de uma cadeia ininterrupta. Referimo-nos à organização política do Estado, às liberdades, direitos, deveres e garantias conquistadas pela História que somos, enfim, a missão de quem participa no todo nacional. Mas essa já é uma página que a poucos interessará, pois cativos de certezas que os fracassos já seculares desmentem, nas jangadas persistem como orgulhosos náufragos. Como é normal no nosso país, um grande projecto arquitectónico ergue-se na sua complexidade de colunatas, ordens, balcões de aparato, cornijas e frontão com caprichada estatuária. Esquecem-se sempre das fundações e a grande obra torna-se instável, acabando por desmoronar.
A imagem, mostra como ficará uma parte do Largo do Rato, após a construção do horrível, monstruoso e ordinário edifício projectado para a zona compreendida entre o chafariz do palácio Palmela e a Av. Alexandre Herculano. É mais uma humilhação infligida à cidade de Lisboa que se vê completamente descaracterizada, com a criminosa complacência das autoridades responsáveis pela sua preservação. Corre na net uma petição online "Salvem o Largo do Rato" que urge apoiar.