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Neste mês de Agosto de 1983 vou com o pai e a Alice visitar a XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura, a acontecer em Lisboa, com o tema « Os Descobrimentos Portugueses e o Renascimento Europeu ».
Depois de termos ido ver outros pólos ( Convento da Madre de Deus, Casa dos Bicos...), era a vez de visitarmos o Museu Nacional de Arte Antiga. Numa das salas, cujas paredes estavam cobertas por grandes tapeçarias, disse a guia tratar-se das Tapeçarias de Pastrana, que narravam os feitos de D. Afonso V em Arzila, e serem aquelas umas cópias perfeitas das originais encontradas em Pastrana ( Castela ), cópias essas que tinham ido para ali, para a exposição, mas que normalmente as poderíamos encontrar no Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães.
Troquei um olhar com a minha irmã, como se nos disséssemos - viemos aqui encontrar uma coisa que não sabíamos estar mesmo ao nosso lado...
E lembro este episódio, numa altura em que tenho entre mãos o fac-simile de um exemplar da Revista da Faculdade de Letras, de Lisboa, que discorre sobre «Portugal e as Tapeçarias Flamengas ». Aí se relata a troca de argumentos entre Reinaldo dos Santos, um dos Fundadores da Academia de Belas- Artes de Lisboa, e Afonso de Dornelas, que fundou o Instituto Português de Heráldica, sobre a origem das tapeçarias, e o porquê de terem sido encontradas em Espanha...
Conclui o artigo que " Parece não existirem ainda conclusões definitivas e irrefutáveis acerca das Tapeçarias. Contudo, ninguém duvida hoje em dia do seu grande valor artístico e histórico ".