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Não sei que figura de estilo devemos escolher para explicar o significado da expressão "última avaliação da Troika". Não sei se se trata de um pleonasmo, de um eufemismo ou de uma sátira mais próxima da tragédia do que da comédia. A Troika pode ir embora, mas as avaliações são eternas. Os mercados que não arredam pé nem dormem, continuarão a exercer pressão sobre a economia nacional. Para todos os efeitos, Portugal ficará sob observação durante um período muito prolongado - décadas. De nada serve fazer publicidade à partida dos "malfeitores" estrangeiros se os "benfeitores" nacionais tardam em realizar as reformas estruturais apontadas como estando em falta pela entidade que assentou arraial em Portugal. No entanto, a estadia da Troika é coisa boa para o governo. Os argumentos apresentados pela mesma nunca seriam apresentados pela oposição liderada por Seguro. Se o secretário-geral do PS fosse intelectualmente honesto deixava-se do choradinho respeitante ao encolher do estado social e ao desaparecimento da função pública. A situação económica e social obriga os estrategas a congeminar um novo modelo de intervenção, um modo que equilibra a prestação social e a contribuição do sector privado. E esse conceito não entra na cabeça dos socialistas que ainda pensam à moda antiga. Os avaliadores da Troika não se limitam a observar. Propõem soluções e indicam medidas - muito mais do que a triste hoste de socialistas é capaz de fazer. A oposição em Portugal não passa disso. Reage, esperneia, grita e chora, mas não consegue apresentar uma alternativa de jeito. Os socialistas deveriam pedir à Troika para permanecer, e em especial se chegarem ao poder. Porque, se e quando lá chegarem, tiverem de apresentar a segunda edição de austeridade, desse modo sempre podem atribuir a culpa à Troika. Sem Troikas na casa não podem dizer que foram os outros que assaltaram a casa.