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Nem vale a pena comentar esta situação, que acontece no mesmo país onde os responsáveis muito falam da importância do mar português, da Zona Económica Exclusiva, da Plataforma Continental, e de salvaguardar os seus recursos. Os factos falam por si.
Mas isto lembrou-me o sucedido, num certo dia de 1925, com o meu tio-avô António, então comandante do Grupo Independente de Aviação de Bombardeamento (a mais importante unidade da aviação do Exército, sobretudo pela importância decisiva que poderia ter em conflitos internos) quando comunicou (não para pedir autorização mas tão simplesmente para informar) ao Comando da Arma de Aeronáutica dando conta, sucintamente, do seguinte:
- Bombardeiros em condições de voar: zero.
- Stock de peças para os reparar: zero.
- Combustível: zero.
- Verba disponível para peças e combustível: zero.
- Stock de munições: suficiente.
- «Mandei toda a gente para casa atendendo ao moral da unidade e para evitar males maiores.»
Ou seja, era melhor que fossem todos para junto das mulherzinhas antes que começassem a ter ideias e a fazer disparates.
No próximo Domingo, 1 de Julho, comemoram-se 60 anos sobre a fundação da Força Aérea Portuguesa. A FAP resultou da fusão da Aeronáutica Militar (pertencente ao Exército, fundada em 1912) e da Aviação Naval (da Marinha, fundada em 1917), razão pela qual este ano também se assinala um século de aviação militar em Portugal.
Lamentavelmente, e devido à situação financeira, as comemorações serão muito aquém da ocasião e do que inicialmente estava planeado, que incluia um festival aéreo internacional, o Tiger Meet 2012, reunindo esquadrões de forças aéreas de países aliados e amigos (tal como sucedeu em 2002, em Beja).
A comemoração principal terá lugar na Base do Montijo (B.A. nº6), que estará aberta ao público. Outras bases estarão abertas ao público em Julho e Agosto, podendo o programa completo ser consultado no site da FAP.
Parabéns, FAP!
PS. Hoje, 29 de Junho, é o aniversário do Regimento de Comandos, como bem lembra João Gonçalves: fazem meio século. Audaces Fortuna Juvat.
Cartazes de outros tempos. Recordo-me bem das tardes passadas
na varanda do aeroporto, vendo as chegadas e partidas dos aviões comerciais. Os Super Constellation da TAP, os Viscount da Air Malawi, os Fokker Friendship (muito barulhentos e bonitos) da DETA. Claro, a Força Aérea Portuguesa lá estacionava também os Noratlas e os velhos DC 3 Dakota. Quando se noticiou a chegada do primeiro avião a jacto a Lourenço Marques, fui para o terraço da casa da minha bisavó. Era um Boeing 707 que se exibiu no céu da cidade, voando baixo para que todos o vissem. Nos anos 60. Jamais esqueci aquele dia.