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Tenho autoridade para produzir o seguinte statement. Disponho de um estatuto especial. Embora não seja um nativo na acepção pura da palavra, Portugal diz-me respeito. Não sou um turista badameco, de sovaco à mostra e farfalheira à vista, que aprecia o território pelo tempo "sempre" quente e a cerveja fresquinha (e barata). Vivo neste país, bato-me por ele e não me vou embora ao fim de 3 noites bêbadas. Acabo de regressar a casa do tourist spot Chiado e as perspectivas são aterradoras. Os rebanhos de turistas são da estirpe mais brejeira possível. São mesmo low-cost. Não sei se vêm de Besançon, de Liverpool ou Munster, mas estes vão dar cabo do país. Contudo, não são os únicos responsáveis. Os agentes turísticos portugueses baixaram a fasquia consideravelmente. Entusiasmaram-se com os números e o caudal avassalador. Agora aguentem o desfalque, a delapidação gradual mas certeira do legado histórico e patrimonial de Portugal. Os guias que andam ali a contar histórias da tanga junto à Brasileira provêm de que escola de certificação? E há mais tristezas. Não são portugueses que vão ao Rio Maravilha ou ao Topo no Martim Moniz sorver um gin tónico - 12 euros é muita fruta por aqueles baldes de gelo. E confirmamos o seguinte. A ideia da galinha de ovos de ouro continua válida. É aproveitar enquanto durar. Espremer o bicho até à medula e esperar que venham mais da mesma patente. Estes turistas querem lá saber do país. Regressam a uma subúrbia infestada de hooligans, frequentam o seu pub e respondem: It were luvely. Da beer wa cheep and it wa always sunny...Poortagal wa great.