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Não o levaram a sério no princípio. Chamavam-lhe tonto, entre outros mimos. Fizeram mal. Continuou a crescer sem qualquer ajuda de quem quer que fosse a não ser do povo. Prescindiu dos media habituais. Nada temeu. Apresentou-se a eleições e não ganhou mas foi como se tivesse ganho tal a votação que recebeu. O Movimento 5 Estrelas foi o partido mais votado na Câmara dos Deputados, com 25,5%, e foi o seu resultado no Senado que impediu a obtenção de qualquer maioria. Ao ponto de o diário Corriere della Sera ter escrito que “Sem Grillo será impossível governar”. Na resposta Grillo afirmou: “Connosco não há inciucio”, usando a expressão que nasce numa onomatopeia e saiu do dialecto napolitano para passar a referir, em Itália, um acordo entre adversários com o fim único de dividir o poder.
“Vão fazer uma grande coligação e conseguirão sobreviver por alguns meses. Estão falidos”, sentenciou o comediante profissional, que promete “mandar os políticos para casa”, pôr “a honestidade na moda” e mudar o país com uma “revolução cultural”.
E eis como, de um dia para o outro, um grilo decide o destino de um país. Que sirva de lição por cá porque já faltou mais para Portugal se libertar de quem, há quase 40 anos, o ilude. Apareça por aí um sapo, uma barata ou outro que tal e a espécie coelho será erradicada. Afinal estes, quando são muitos, podem tornar-se numa praga...
Beppe Grillo arrasa a classe política e acusa os banqueiros italianos. O seu partido, o Five Star Movement, tem já 19% nas intenções de voto sem sequer aparecer na televisão, coisa que Grillo recusa! O seu blog é o mais lido de Itália. Monti e os comissários de Merkel que se cuidem! A revolução pacífica das mentalidades chegou.