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É este, o cartaz propagandeado pelos trotsquistas, zelosos defensores dos camaradas maoístas
Há uns meses, cobrimos dia após dia, a aparentemente estranha ocupação da capital tailandesa, tomada refém por uma heteróclita mas bem organizada coligação, liderada por gente sobejamente conotada com a aparentemente extinta guerrilha patrocinada por Pequim. A Tailândia ainda não caiu, pois conta com uma poderosa Monarquia. Ficará para uma próxima oportunidade, talvez quando da sucessão ao trono.
Na louca correria em direcção aos mares quentes do sul e ansiosa por cercar a Índia de rivais perigosos, Pequim apostou forte nos Himalaias, liquidando o reino nepalês. Na zona de segurança do Japão, as provocações tiveram início logo no início da 2010, quase em simultâneo com o ataque a Bangkok e distraiu as atenções das chancelarias ocidentais. Agora, a tensão vai crescendo e a oligárquica família Kim faz suas, as palavras de um desdenhoso Ribbentrop que nas vésperas do 1º de Setembro de 1939, dizia ao contemporizador Ciano: "wir wollen Krieg!"
Começou a campanha de intoxicação da opinião pública ocidental, atribuindo as provocações às rotineiras manobras conjuntas das forças dos EUA e da Coreia do Sul. Desta forma, o odioso da agressão seria mitigado com um fait-divers, perfeita cópia do incidente de Gleiwitz. Um dos aspectos mais evidentes, consiste na perfeita sintonia de todas as "linhas ou tendências" do comunismo, desde os trotsquistas aos estalinistas, maoístas ou brezhnevianos,desde o PCP ao BE e "partidos irmãos". O jogo de ilusionismo, a bem conhecida farsa, desmascara-se quando consultamos os sites de partidos ou "organizações internacionalistas" de todo o mundo. Esquecidos da oportuna retórica "anti-neocapitalismo chinês", afinam todos pelo diapasão da ópera da Cidade Proibida. Sem quebras ou hesitações.
E porque pretenderá o sr. Kim uma guerra a todo o custo? A resposta parece difícil, mas deve ter como única premissa, o prosaico aspecto de poder contar com um aliado precioso que não o deixará cair. Mais longe, em Moscovo, o outro amigo pouco secreto, o regime pessoal do sr. Putin, justificará toda a actividade diplomática que tem exercido em todos os pontos sensíveis do globo. Muito nos admiraremos se dentro de alguns meses, não surgirem generosas "ofertas de assistência com novo equipamento militar" ao governo brasileiro. Esperemos, mas estejamos desde já de sobreaviso, até porque a situação é muito má.
Portugal era, ainda no século XIX a bater à porta do século XX, a grande referência inspiradora nesta vasta região entre a Índia e o Império do Meio. Pena que ninguém disso queira saber na definição da nossa política externa e que sigamos, sempre, infileirados no comboio do europês sem memória e sem experiência do mundo.