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Estado Sentido - a autarquia dos Blogs

por John Wolf, em 28.09.17

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Já temos fregueses! Agora queremos a autarquia!  Vote no blog Estado Sentido!

                                                                                                                                                           

 

(insira o boletim ali ao canto ---->)

publicado às 20:46

Lindos serviços do Estado Sentido

por John Wolf, em 04.10.16

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Boa tarde. Bem-vindo! Tem 5 minutinhos que possa dispensar? Muito bem. Deixe que lhe apresente os serviços Estado Sentido. Estamos implantados no mercado há quase uma década e oferecemos uma vasta gama de produtos e soluções. Somos peritos em dissimulações e meias-verdade, mas igualmente competentes a dourar pílulas. O nosso serviço de recolha de informação já foi certificado e apresentado como exemplo por diversas casas de rating. Os nossos técnicos de oportunismo são dos mais credenciados que pode encontrar. Somos igualmente eficazes em start-ups de rumores e na gestão de boatos. O Estado Sentido entende os anseios dos seus clientes e definiu uma estratégia de resposta imediata. Um piquete de intervenção está preparado 24 sobre 24 horas para acomodar o seu pedido mais exigente. Não deixe de consultar a nossa empresa antes de tomar uma decisão. Não se deixe enganar por alternativas mais credíveis. Estamos prontos para inventar a sua próxima história de sucesso. Contacte-nos. Fale connosco. Somos líderes marcados. Obrigado.

 

 

 

publicado às 14:21

Blogs do Ano - Vota Estado Sentido

por Samuel de Paiva Pires, em 19.09.16

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No âmbito dos Prémios Blogs do Ano, iniciativa promovida pela Media Capital, o Estado Sentido é um dos 4 blogs finalistas na categoria de Política, Economia e Negócios. Agora será o público a decidir qual será o blog vencedor em cada uma das categorias. A votação estará aberta até dia 19 de Outubro e pode-se votar uma vez por dia em cada dispositivo de acesso à internet. Assim, apelamos a todos os nossos leitores e amigos que, ao longo destas semanas, votem no nosso blog. Contamos convosco! 

publicado às 11:45

Leitura obrigatória

por Samuel de Paiva Pires, em 29.06.16

Sobre o Brexit e o futuro da União Europeia, ide ler o belíssimo texto do José Meireles Graça.

publicado às 14:54

Sabemos todos muito bem que o político vive do dito por não dito, da euforia das promessas eleitorais, e no lance seguinte, da alteração do curso de acção. Faz parte engalanar o discurso a caminho do promontório, e, uma vez lá chegados, parece que afinal as convicções eram outras, as prioridades distintas. Acontece a todos os candidatos (e repetentes), invariavelmente, e independente do partido de origem, a ideologia de fundo. Os eleitores, hipnotizados pela oratória mais ou menos elaborada dos proponentes, caem que nem patinhos na conversa, no conto do vigário - vezes sem conta. Porém, não são os únicos. Os comentadores e analistas também padecem da mesma condição de volatilidade. Não há nada de artificial nesse comportamento. A natureza humana é feita desse deslizar na régua da opinião. Acontece-me a mim, como a tantos outros. Pouco honesto seria se não admitisse a minha incoerência. O tempo, por onde se estende a agenda dos juízos, acaba por servir para definir a amplitude da mudança, repentina ou não. Ao longo destes últimos anos, e à luz da crise que atormenta vidas desconhecidas ou não, sei que sofro de vulnerabilidade. Sei que o meu espírito foi admoestado pelo sentimento negativo, pelas evidências do descalabro, mas ao mesmo tempo, como se fosse um instinto de sobrevivência, esgotámos a neura e procuramos ver a luz, um lampejo de esperança. Dito isto - de um modo puramente sensorial -, mal de nós seria se nos deixássemos derrotar. Os governos, incumbentes ou aspirantes, lidam e não lidam com o espectro dessa fragilidade de sentimentos, ligam e ignoram a importância dessa força, a substância que funciona como anti-corpo para a sua deficiência congénita. Os governos, são, essencialmente, deficitários. Nunca correspondem aos anseios - comprometem os sonhos. Vivem numa superfície relativista, explicável, mas não necessariamente justificável. Na mudança de turno, despoletada por processos eleitorais, os fundamentos da acção não se alteram - confundem-se. E é precisamente diante dessa panóplia de falsas opções que nos encontramos. O actual governo ainda pode fazer mais, mas não fará menos do que aquele que se segue. Confesso que seria conveniente agarrar-me à instransigência, ao dogma que não concede um palmo à noção de alteração, ao engano. No entanto, se realizasse o exercício confessionário, confirmaria a contradição. O dia que não se segue à aurora - aquilo que fui ontem e que deixei de ser hoje. Nessa modulação de onda onde me encontro (onde nos desencontramos) aceito as minhas insuficiências e respeito as animosidades que provoco nos outros - estou vivo. Faz parte da condição humana estar vivo (muito melhor do que falecer). Trata-se de reflectir de um modo incompleto sobre o modo como vertemos a nossa eterna volatilidade. Se os parodiantes servem o interesse nacional ou afagam o umbigo não me interessa nada. Há coisas mais importantes. Quanto aos governos, não sei o que dizer. Sei o que não devo dizer. E não preciso de ligar a televisão para confrontar fantasmas que afinal não o são. São pálidas sombras da mesma árvore, ressequida - tombada.

publicado às 09:55

O público não quer pagar para ler

por John Wolf, em 26.11.13

Não é apenas o governo que lança novos impostos a cada cinco minutos. Não é apenas o governo que exerce o magistério do controlo. Num momento crítico da história de Portugal, para além de todas as multas e coimas que os portugueses têm de suportar, o jornal Público e o semanário Expresso decidem, ao abrigo da alegada sustentabilidade do seu modelo de negócio, aplicar uma tabela de pagamentos para conteúdos online outrora fornecidos a título gratuíto. Pela parte que me toca - um blogger pro bono -, julgo que deveria haver um regime de excepção para aqueles que realizam a extensão das reflexões produzidas por esses jornais de grande tiragem. Grande parte dos posts produzidos neste e noutros blogs, assentam nessa premissa de acesso à matéria-prima que permite formar uma opinião em forma escrita, um prolongamento dos artigos publicados nesses meios de comunicação social. Acresce a este facto uma outra visão utilitária e recíproca. Por um lado, os links inseridos nos nossos posts remetem para a "fonte", para os jornais em causa, contribuindo desse modo para uma maior afluência de leitores. Dito de outra forma, somos contribuintes líquidos para as operações de outrém. Felizmente para nós (que não somos melhores que os demais leitores online), existem alternativas, fornecedores de conteúdos de imprensa, aquém e além-mar. A austeridade pode servir de desculpa ou pretexto para a tomada de certas decisões de gestão, mas em termos substantivos, trata-se de uma forma de restrição à informação. O cidadão que não tem orçamento para estas extravagâncias acaba de ficar um pouco mais às escuras, dependente de outros juízos e à mercê do conhecimento de alguns. Nessa medida, e quase paradoxalmente, os blogs acabam por reforçar o seu papel, a sua missão, sem estarem presos a noções de mercado ou lucro. Embora existam blogs patrocinados com a cara chapada da publicidade e marcas a decorar a homepage, neste sítio podemos orgulhar-nos de não depender das condições económico-sociais do momento. Aqueles que merecem o nosso maior respeito são os milhares de leitores que nos acompanham numa base diária, porventura ligeiramente baralhados pela amálgama de posições políticas distintas que povoam o blog Estado Sentido. Aqui não há peditórios nem a convicção que temos a última palavra em relação ao que quer que seja. Ao Público e ao Expresso, os meus votos de continuação de bons trabalhos. Bom Natal e boa Popota.

publicado às 19:52

Thank you, Sapo!

por John Wolf, em 09.06.13

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I would like to thank the Frog for placing my article on your front page.

publicado às 20:03

Obrigado, Sapo!...e bom fim de semana

por John Wolf, em 07.06.13

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Mais uma vez agradeço o Sapo! por ter colocado em destaque o meu artigo no seu portal

publicado às 11:09

Obrigado, Sapo!

por John Wolf, em 04.06.13

Obrigado, Sapo! 

Pelo destaque dado ao artigo no vosso portal.

publicado às 10:22

Obrigado, Sapo!

por John Wolf, em 28.05.13

Obrigado, Sapo! por terem dado "alojamento" ao meu post - Hotel Helena Roseta nos destaques do vosso portal!

publicado às 14:26

Bravo, Samuel de Paiva Pires!

por John Wolf, em 14.05.13

 

Bravo, Samuel de Paiva Pires, pelo artigo do Estado Sentido publicado na primeira página do Sapo!

publicado às 13:54

Tribunal arbitral de comentários

por John Wolf, em 06.04.13

Irei aproveitar a ressaca da pedrada política nacional para me dedicar a alguns assuntos pendentes. São matérias que dizem respeito ao modo como respondemos a estímulos, como se fossemos pêndulos que balançam entre a reacção a quente e a reflexão pretensamente desprovida de emoção. Torna-se difícil exercer um controlo apertado sobre esse paradoxo, a contradição que reside entre o que sentimos, o que somos incapazes de sentir, e aquilo que nos torna anfitriões de paternalismos - o direito de conceder respostas a perguntas que não foram colocadas. Ao comentarmos diariamente a nossa vida e a vida dos outros, somos regidos por impulsos dominantes que residem ou não dentro da nossa razão. Nos últimos tempos, e fazendo mea culpa dos meo blogs, confesso que tenho sido instigado a verter o que me vai na alma de um modo gustativo, perto da cólera e do ânimo exaltado. Contudo, desgosta-me a raiva racionada em pequenos tomos de explicação. Toldados que estamos pelas ocorrências nefastas, sem o sabermos, somos animados pela adrenalina que colhe presas e predadores, e que extingue a paisagem. Deixamos de comentar de um modo equidistante, e afogamo-nos em sensações cutâneas. No entanto, não julguem por um instante que condeno o comportamento previsível. O ser humano tem limites que não serão aqueles que julga pisar. Nem serão aqueles impostos por outros, pelos tribunos ou parlamentares de causas dispostas à distância dos olhos. Os desígnios que elencam, não são inteiramente queridos, porque resultam do arbítrio tornado refém das nossas lamentações/limitações, um juízo sujeito a miragens e aplausos. Não solicito a vossa integridade no juízo deste desabafo, mas apenas senti o sangue aquecer, subir pela guelra alheia, e agora me faço rogado de uma missão que se encerra no seu despropósito. O estado fogoso que nos incendeia, parece ter relação com a compaixão, mas em última instância quando formos obrigados a escolher, deixaremos cair por terra o lastro, agarraremos o mastro e deslizaremos ao encontro de expectativas caducas. Um bote, um bode de salvação, teimoso, às marradas com a mesma tendência dos curros, uma porta de saída, quiça de entrada na mesma arena de dissabores.

publicado às 15:05

 

 

O Estado Sentido acaba de revelar uma imagem secreta do seu Centro de Operações. Um moderno centro de comando que serve para monitorizar a actividade do Governo. A partir deste local secreto, que ocupa uma das galerias de uma mina desactivada, os agentes secretos do blog escutam infindáveis quantidades de soundbytes, visionam milhares de horas de emissões televisivas e revêem artigos de imprensa na vã expectativa de extrair valor que possa ser convertido em benefício para o cidadão comum. Para aqueles que ignoravam o sentido da nossa missão, apraz-nos partilhar esta singela fotografia.

publicado às 17:59

Antes de avançar, neste que será o post mais importante desta série, quero agradecer à equipa dos Blogs do Sapo por ter colocado o terceiro post desta série em destaque. Quer isto dizer que o meu objectivo principal está a ser alcançado, que é alertar a comunidade blogosférica para esta questão. Dito isto, este post não vai ser muito longo. Vai ser curto e directo. E aqui vai.

 

Pode o governo ter um assessor que, estando a tirar uma pós-graduação no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), minha alma mater e de parte da equipa deste blog, onde este é lido por grande parte dos corpos discente e docente, tenha o trabalho de casa tão mal feito a este respeito e seja suficientemente estúpido para, em plena aula, dizer que trabalha no gabinete do governo que tem como função monitorizar a blogosfera, onde são efectuados registos daquilo que cada blogger vigiado pelo governo escreve, tendo citado entre os principais blogs vigiados o Estado Sentido? Pode. E aconteceu há umas semanas.

 

Como já terá ficado evidente pelos posts anteriores, à partida tal gabinete não terá enquadramento legal. E agora, não se sabendo como funciona, que dados são recolhidos, como são tratados e por quem, e já tendo eu, no post anterior, assinalado um exemplo de potencial uso danoso de tais dados que contraria a Constituição, permitam-me ainda salientar alguns números do Art.º 35.º da Constituição, relativo à Utilização da informática (negritos meus):

 

1. Todos os cidadãos têm o direito de acesso aos dados informatizados que lhes digam respeito, podendo exigir a sua rectificação e actualização, e o direito de conhecer a finalidade a que se destinam, nos termos da lei.

2. A lei define o conceito de dados pessoais, bem como as condições aplicáveis ao seu tratamento automatizado, conexão, transmissão e utilização, e garante a sua protecção, designadamente através de entidade administrativa independente.

3. A informática não pode ser utilizada para tratamento de dados referentes a convicções filosóficas ou políticas, filiação partidária ou sindical, fé religiosa, vida privada e origem étnica, salvo mediante consentimento expresso do titular, autorização prevista por lei com garantias de não discriminação ou para processamento de dados estatísticos não individualmente identificáveis.

4. É proibido o acesso a dados pessoais de terceiros, salvo em casos excepcionais previstos na lei.


Como já perceberam, a existência de tal gabinete, para além de não ter enquadramento legal, será muito provavelmente inconstitucional. Assim sendo:

 

- Ao governo e aos directores do gabinete, que a esta hora já estarão fartos de ler os posts desta série, lanço o repto para que enviem um e-mail para estadosentido@gmail.com em que procurem dar resposta às questões que levantei nos vários posts e que me expliquem como posso aceder aos dados a meu respeito;

 

- Aos jornalistas, fica o repto para que investiguem esta situação;

 

- Aos colegas e amigos bloggers, fica o alerta.  


Leitura complementar (posts desta série): UmDoisTrês; Quatro.

publicado às 20:46

Deixando agora de lado a questão sobre a que Ministério se encontrará adstrito tal gabinete meramente hipotético, vou agora debruçar-me sobre o ponto central que pode permitir começar a vislumbrar algumas respostas à primeira questão.

 

Se tal gabinete existir, e não estando as suas funções enquadradas legalmente, e por isso não estando sujeitas à fiscalização democrática, é legítimo conjecturar sobre a forma como o gabinete funcionará. Este gabinete pode realizar funções perfeitamente legítimas, como a leitura de blogs e distribuição por canais do governo de posts considerados relevantes, mas terá também rédea livre para realizar funções que se afiguram como potencialmente perigosas e que não estão sujeitas a escrutínio público. O quê? Recolher e tratar dados relativamente aos bloggers. 

 

Por que é que isto pode ser preocupante? Porque qualquer centralização e sistematização de dados é potencialmente perigosa, por aquilo que é possível fazer com os dados recolhidos e tratados. Imaginemos, por exemplo, que um determinado blogger se candidata a uma vaga de emprego, seja no sector público ou no privado. Supondo-se que o tal gabinete exista e que realiza esta recolha e tratamento de dados, será  que podemos estar seguros que o júri do concurso ou o recrutador não recebe um ficheiro sobre o candidato onde são expostas as suas visões ideológicas, políticas e religiosas e as suas filiações partidárias e associativas e que, por isso, venha a prejudicar o candidato por discordar destas visões e filiações, ou a beneficiá-lo injustamente em detrimento de outros candidatos com mais valor caso concorde com aquelas? Não, não podemos. 

 

Todos os regimes autoritários e totalitários dependem em larga medida das polícias políticas e serviços secretos. E isto remete-nos para um dilema entre liberdade e segurança e para a questão dos direitos, liberdades e garantias constitucionais dos cidadãos. Até que ponto é legítimo vigiar uma sociedade num regime democrático extravasando todos os limites no que diz respeito à liberdade individual? Tomemos o exemplo do Reino Unido e alguns resultados práticos de perversões e abusos de poder num regime democrático. Trata-se de um dos países mais vigiados do mundo pelo respectivo governo, com extensas instituições burocráticas que vigiam quer as ruas, quer a internet, onde existe uma absurda Lei dos Insultos e onde uma sociedade caminha rapidamente para a fragmentação, deixando-se capturar pelo multiculturalismo. Ora a liberdade individual inclui o direito a ser estúpido, idiota ou pateta. Mas quem, no Reino Unido, tenha uma atitude genericamente considerada como de um indivíduo estúpido, idiota, ou pateta, corre o risco de ser preso e ver a sua vida desfeita. Foi o que aconteceu neste caso, por exemplo.

 

Felizmente, em Portugal, até ver, não enveredámos por semelhantes loucuras, que obviamente fazem recordar outros tempos e outro regime. Não é por acaso que muitos ainda se gabam de ter tido ficha na PIDE. Como também não é por acaso que os ficheiros da Stasi, provavelmente os serviços mais eficazes de que há memória no que diz respeito a espiar e controlar uma população inteira, começaram a ser destruídos assim que a RDA caiu, o que levou muitos dos vigiados a invadir as instalações da Stasi, quer para ficarem a saber a informação relativa a eles próprios constante dos ficheiros, quer para ficarem a saber quem eram os agentes da Stasi. Estas coisas mexem com o âmago de qualquer ser humano, que naturalmente aspira à liberdade. Não é por acaso que 1984 de George Orwell é um clássico e um dos grandes livros do século XX.

 

Por isso, continuando, importa desde logo questionar por que é que são recolhidos os dados, quem os recolhe, a que tratamento são sujeitos e para que efeitos, onde é que são armazenados, e quem é que tem acesso a eles? Se existir tal gabinete, a sua acção pode tanto ser perfeitamente inocente, como não. É porque o estado tem o potencial quer para praticar o bem, quer para praticar o mal, que os regimes políticos democráticos têm no estado de direito um vector essencial, que permite não só enquadrar o poder do estado por via da lei, como também limitá-lo. Não estando o tal gabinete enquadrado no estado de direito, o céu é o limite quanto ao que se pode fazer com os dados, de que o exemplo acima dado é apenas o menos imaginativo. Pior, este gabinete pode tornar-se uma agência autónoma e perigosa para a liberdade individual e para a democracia. Recorde-se, por exemplo, a importância dos arquivos secretos de J. Edgar Hoover, o poder que lhe conferiram e a forma como actuou perante os seus opositores.

 

Para finalizar este post, ficando-me apenas pelo exemplo dado acima quanto à discriminação no acesso a um emprego, é conveniente salientar o que diz a Constituição relativamente a este tipo de discriminação, no Art.º 13.º, relativo ao Princípio da Igualdade:

 

1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.

2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.

 

Retenham estas ideias, que o próximo post, que será o mais importante desta série, segue dentro de umas horas.

 

Leitura complementar (posts desta série): UmDois; Três.

publicado às 19:33

No dia 27 de Abril de 2008, às 22h, o Nuno publicou um post sobre um infeliz acidente de automóvel que teve, onde agradeceu a competência e amabilidade dos elementos da PSP e do INEM que o assistiram. No dia seguinte, pelas 13h31m, o INEM, por intermédio de um perfil no Blogger, e num comentário assinado pelo Gabinete de Comunicação e Imagem, deixava uma simpática mensagem em resposta ao post do Nuno.

 

É bastante fácil e barato, hoje em dia, recorrer a serviços, como por exemplo os Alertas do Google, que nos alertam para determinadas palavras ou expressões quando aparecem na net. Parece-me pacífico que existam gabinetes de comunicação e imagem de diversas instituições públicas que a este tipo de serviços recorram, e que interajam nos blogs ou redes sociais com os cidadãos. Até ver, estou em crer que não se tratará de uma recolha e tratamento de quaisquer tipo de dados relativos aos indivíduos, mas sim de percepcionar opiniões sobre os serviços prestados pela instituição a que o gabinete pertença, concentrando-se este apenas na área de actividade daquela. Parece-me, aliás, que isto é saudável para uma aproximação entre os cidadãos e o estado.

 

Mas aquilo a que me refiro nesta série, é a algo de outra natureza. Recordo-me que durante o consulado Sócrates, grande parte da blogosfera se insurgia contra a existência de uma chamada "central de bloggers", na qual trabalhavam assessores pagos pelo erário público, que alegadamente não só monitorizava e recolhia dados, como alimentava o socretino Câmara Corporativa.  

 

Vamos supor, portanto, que este gabinete ou algo género continua a existir, ao serviço do actual governo. É certo que não existe na blogosfera algo como um Câmara Corporativa ao serviço de Passos Coelho. Diga-se de passagem que muitos dos bloggers de direita, aliás, são assessores deste governo. Mas se existir um gabinete que se dedica apenas a monitorizar os blogs, que mais do que ler blogs, recolhe e trata dados destes, ou melhor, dos indíviduos que escrevem nestes, então isto tem que ter um enquadramento legal. Porque num estado de direito, não se pode simplesmente criar gabinetes e atribuir-lhes funções contrárias a preceitos constitucionais e legais e deixá-los à margem da possibilidade de fiscalização democrática das suas actividades pelo parlamento e cidadãos. Um estado de direito implica, por definição, que todas as actividades do estado têm que ter um enquadramento legal.

 

Mesmo os serviços de informações e serviços secretos de um estado têm que ter um enquadramento legal - embora, por vezes, operem numa ténue linha entre a legalidade e ilegalidade. Mas não me parece que os serviços de informações tenham um gabinete deste género, embora seja certo que lêem blogs - o Google Analytics revela-o facilmente. Aquilo que me parece mais provável, se a hipótese que tenho vindo a colocar for verdadeira, é que tal gabinete se encontre sob a tutela do Ministro dos Assuntos Parlamentares, que no actual governo é Miguel Relvas, e, por sua vez, na dependência do Secretário de Estado Adjunto para a Comunicação Social, Feliciano Barreiras Duarte, que é quem tem a tutela do Gabinete para os Meios de Comunicação Social. Posso estar enganado, mas é o que me parece mais provável, ainda que, como salientei no post anterior, os blogs não sejam órgãos de comunicação social.

 

Eu fui à procura, no Portal do Governo, de algo que me pudesse esclarecer a este respeito, em especial sobre o que faz o Gabinete para os Meios de Comunicação Social, para que eu possa verificar se a hipótese que titula esta série pode ser, desde já, confirmada. Acontece que o Portal do Governo foi completamente remodelado pelo actual Governo, tendo-se tornado um site com pouca informação e mal organizado - não sei se não será de propósito -, que se foca mais em pessoas que em informação institucional relevante, dando mais a ideia de ser um site de campanha de um partido que outra coisa. É que, o Gabinete para os Meios de Comunicação Social (GMCS) tem um site próprio, embora este não se encontre referido nem linkado no Portal do Governo.

 

No site do GMCS, este sim bastante informativo, como o site de uma entidade pública deve ser, encontramos a legislação relativa às suas atribuições e o seu organograma. Em parte alguma se referem blogs, pelo que, fazendo fé na informação prestada, a existir um gabinete para a monitorização da blogosfera, não se encontra aqui. Mas então, encontrar-se-á onde e quais serão as suas competências? Algum dos leitores quer amavelmente despender um pouco do seu tempo a auxiliar-me nesta pesquisa e/ou a dar-me sugestões?

 

Leitura complementar (posts desta série): Um; Dois.

publicado às 14:54

A questão que eu levantei no primeiro post desta série, que é a mais importante, é se devem ser utilizados recursos públicos para monitorizar os blogs? Não quero ainda dar uma resposta definitiva, e não sei se estarei sequer, mesmo no fim desta série, em condições de a dar. Mas mais que respostas, pretendo levantar diversas questões. 


É certo que as instituições de regimes democráticos, a começar pelo parlamento, têm como uma das funções principais a de informação. E sabendo-se que um regime democrático tem que ter várias fontes e órgãos de comunicação social alternativos, é apenas normal que se desenvolva uma dinâmica de interacção entre os órgãos políticos e a comunicação social. Mas uma coisa é a comunicação social tradicional e institucional e a relação que obviamente tem que existir entre o governo e esta, através da interacção, menos pública, entre os gabinetes de comunicação e a comunicação social, e a interacção, mais visível, entre os agentes políticos e a comunicação social.


Mas os blogs não são um veículo de comunicação institucional - pelo menos a esmagadora maioria - e muito menos de comunicação social. Supondo que tal gabinete exista, qual é o enquadramento legal e institucional desse gabinete? Estará discriminado na orgânica do governo? Estará sob a tutela de que Ministério? E terá um enquadramento institucional público ou secreto? Quais são as suas atribuições e que métodos são empregues? É recolhida informação, e se sim, de que tipo e para que fins? Será algo transparente e passível de prestar contas aos eleitores? E será fiscalizado de alguma forma?

 

Por ora, deixo as questões ao cuidado dos leitores. Nos próximos posts irei avançar com vários cenários hipotéticos e explorar as consequências destes. Espero que os leitores me acompanhem e que utilizem a caixa de comentários para debatermos estas questões.

 

Leitura complementar: Vamos supor que o governo tem um gabinete só para monitorizar os blogs.

publicado às 09:30

Pode tê-lo? Pode. Não é nada de novo, contudo, já no tempo de José Sócrates existia. Deve? Isso já levanta outras questões. A primeira, desde logo, é se deve o governo utilizar recursos públicos para monitorizar os blogs? Não pretendo dar uma resposta, pelo menos por agora. Deixo-a ao critério dos leitores.

publicado às 23:30

Sugestões de leitura

por Samuel de Paiva Pires, em 05.12.12

A casa arde e Assaltar a casa enquanto arde, Carlos Guimarães Pinto, no A Montanha de Sísifo.

 

O abraço improvável, José Meireles Graça, no Forte Apache.

 

Portugal 2015Apesar de te sentires tratado como um peru na engorda, é importante saberes que não há razões para isso, Rui Rocha, no Delito de Opinião.

 

Seguro deve escutar González, Pedro Correia, no Delito de Opinião.

 

Je suis marxiste, tendance Groucho, Filipe Nunes Vicente, no Declínio e Queda.

 

Food for thought, Ricardo Arroja, n'O Insurgente.

 

Postais blasfemos para dar e vender, Rui Carmo, n'O Insurgente.

publicado às 14:32

Obrigado Sapo!

por Pedro Quartin Graça, em 13.05.12

O post "Não há nada como mudar de vida..." está hoje em grande destaque no Portal dos Blogs do SAPO: Obrigado SAPO!

publicado às 14:16






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