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Na escola, o centro por excelência da instilação das múltiplas (in)verdades históricas oficiais, ensinaram-me desde mui precoce idade a desgostar de D. Miguel I. Nunca entendi o porquê. Mas, hoje, ao ouvir Almeida Santos compreendi, finalmente, a razão do ódio secular que muitas luminárias votaram ao arauto maior do miguelismo. Já nem falo da defesa arrebatada desse génio da lâmpada mais conhecido por Armando Vara. Isso são peanuts. O que me interessa aqui é o papel de bobo regimental amiúde desempenhado por Almeida Santos. Se há algo que podemos agradecer a este emérito socialista é o facto, pouco usual, de reunir em si todos os vícios do regime. Absolutamente todos. Almeida Santos foi e é um dos rostos mais salientes do desastre colectivo actualmente em curso. Beneficiou como poucos das prebendas do regime, sem ter dado rigorosamente nada em troca. E, mesmo sabendo disso, ainda nos tortura com os seus ditirambos a respeito da camarilha de que faz parte. O que tem isto a ver com D. Miguel? Tudo. D. Miguel foi provavelmente um dos poucos portugueses a prescindir da pensão vitalícia a que tinha direito no rescaldo da guerra civil. Perdeu-a voluntariamente, ficando desprovido de quaisquer rendimentos. Um exemplo raro não é? A ética republicana, que alguns socialistas de pacotilha tanto veneram, só serve para as pregações inconsequentes ao povoléu desarmado. Sempre foi assim e sempre será assim. Não há nada de novo debaixo do sol. Por mais que se esforcem, por mais que tentem, estes bobos da corte jamais chegarão aos calcanhares de um D. Miguel. Ética, patriotismo e espírito de serviço não é definitivamente para todos.