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Os tempos que vivemos, obscuros e funestíssimos, prestam-se a alarvidades dificilmente explicáveis. Vem isto a propósito de uma notícia que indica que Bento XVI afirmou que não havia burro nem vaca no presépio de Belém. O Papa, figura incontornável no firmamento religioso mundial, publicou um livro, respeitável como todos os que tem publicado, a respeito da vida de Jesus, e a única coisa que a imprensa releva é a opinião do mesmo a propósito da existência ou não do burro e da vaca no presépio. Ridículo? Talvez. Sintomático? Indubitavelmente. A superficialidade desta gente não se resume apenas ao pôr no poleiro a desqualificação embusteira dos Baptistas da Silva que por aí andam. A mediocridade afectada chega já ao ponto de fazer sobressair apenas o secundário. No fundo, o jornalismo destes tempos de decadência é o triunfo do secundário superficializado. Nem mais nem menos. O triunfo do não-pensamento começa nas coisas comezinhas. Sem vírgulas nem aspas.