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Amanhã, pelas 18:30, na Livraria Ferin em Lisboa, no âmbito do ciclo de conferências Política e Pensamento, dirigido pelo deputado José Ribeiro e Castro, o André Azevedo Alves apresentará o livro O Caminho para a Servidão, a célebre obra de F. A. Hayek.
Portugal cumpriu-o em grande nestes últimos 36 anos. Não chegámos a ter um sistema comunista, mas também não tivemos um sistema liberal. Seguimos, portanto, a 3.ª via, sobre a qual Hayek afirmou levar inexoravelmente à servidão. Senão, vejamos: Os portugueses tornaram-se dependentes da banca portuguesa. Esta, por sua vez, tornou-se dependente da banca europeia e mundial. O Estado, ajudando à festa, com os seus interesses pouco transparentes, mascarados pela ideia do Estado Social - que cada vez mais acho que é melhor arquitectado num sistema liberal, que não confunda Estado Social com Estado dos Comensais Interesses Vigentes, que vai alargando competências para dar emprego aos boys e extorquir os contribuintes para os manter - agravou a dependência, inserindo-nos na CEE como forma de consolidação do regime, a troco de praticamente nada, e entregando ainda de bandeja os sectores tradicionais da nossa economia, como as pescas e agricultura. Com o Euro - com o qual estou genericamente de acordo, note-se - perdemos os tradicionais instrumentos de manipulação monetária, que em muito ajudam nas crises económicas, mais uma vez agravando a dependência.
A esmagadora maioria da população está dependente do Estado, e este, por sua vez, está dependente do estrangeiro. A dependência financeira acentua a falta de liberdade. Sem liberdade económica, não há liberdade política. Ou seja, perdemos a soberania e a independência.
O meu sentido agradecimento a todos os irresponsáveis políticos desta não eterna III República: o resultado das vossas acções constitui-se, desde logo, como observação empírica da resposta a uma das questões de partida da minha dissertação de mestrado, subordinada, precisamente, ao pensamento de Friedrich Hayek. Infelizmente, para os portugueses.