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Ainda me lembro e bem, de certa e determinada escola privada em Lisboa nos anos 80 e 90, de ensino secundário "à medida", que face à burrice crónica de alguns alunos, e para desespero dos seus pais, servia de alavanca para o menino e para a menina pelo menos terminarem o liceu, ou até poderem ingressar no ensino superior num curso adequado às ambições limitadas dos discentes. A tal escola não era propriamente barata, mas alegadamente facilitava a coisa a troco de um módico. Vem isto a propósito de rankings de escolas melhores e piores, tabelas de honra e Portugal. Como em tudo, mas sobretudo em distintos domínios de gestão, nomeadamente Parques Públicos Escolares e o catano, onde já houve deslizes políticos e borradas intencionais, convinha que estas LigaNos das escolas fossem sujeitas a escrutínio apertado. Gostava de saber, em abstracto e em concreto, quais as ligações políticas dos agrupamentos, das escolas públicas e privadas a decisores que atribuem meios financeiros e de outra ordem (as legislativas estão à porta). Por outras palavras, seria bom saber por onde escorre o giz do negócio e da putativa vantagem. Associado a este paradigma, existe um conjunto de nuances parasitárias que vive à custa do coiro escolar. A saber; editoras de manuais, empresas de fornecimento de equipamento para as salas de aulas, empresas de transporte de crianças. Enfim, se tudo fosse analisado e processado com a objectividade e o rigor exigidos, provavelmente saltar-nos-iam à vista dislates de ordem diversa. Estes rankings caem assim de repente no nosso colo, mas não sabíamos de nada. Nunca soubemos. E provavelmente não fará diferença alguma. A melhor escola nunca constará da lista, da classificação.