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O candidato presidencial Sampaio da Nóvoa é do tipo:
(escolha uma opção apenas)
A candidatura presidencial de António Sampaio da Nóvoa tem o beneplácito de António Costa e dos demais socialistas. E por uma razão muito simples. A tradição política portuguesa assenta na dissonância partidária entre o Governo e a Presidência da República. António Costa sabe que os socialistas não podem ocupar os dois postos em simultâneo, portanto faz todo o sentido promover a candidatura de um perdedor, e que haja apenas uma vitória socialista - um desfecho legislativo favorável. Não está mal pensado, não senhor. Se o candidato presidencial socialista tivesse os pergaminhos e a fama de António Costa a coisa mudava logo de figura. O eleitorado ficaria confuso e começava logo a pensar que talvez o ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa não fosse a pessoa indicada para liderar um governo nacional. Os meses que se seguem vão ser de campanha em crescendo e António Sampaio da Nóvoa vem mesmo a calhar. Tem o perfil indicado. Não ofusca a presença ubíqua de António Costa. É uma espécie de Fernando Nobre do Largo do Rato. Um outsider sem uma carreira de truques e armadilhas, respostas e saídas espertas. Registo aqui, sem grande surpresa, um certo cinismo socialista. Estão a entregar lenha ao benjamin presidencial para que este se queime. E no espesso da névoa que se seguirá, António Costa pensa escapar-se por entre a bruma. Mas nada disto é trigo límpido. Não é líquido que a goleada que os socialistas prometem venha a acontecer. António Costa, se chegar a mandar, vai provavelmente ter de casar com uma noiva de segunda escolha. Uma dama de uma porta ao lado da sua preferência demagógica. Avante Nóvoa. Quero ver.
É bom que os portugueses se começem a habituar. Acho muito bem que apareçam políticos "excêntricos" para abalar as mentes conservadoras dos partidos e daqueles que julgam que detêm o exclusivo das prerrogativas democráticas. Não julguem por um instante que Marinho Pinto preenche as minhas medidas, mas defendo o princípio de que, todo e qualquer cidadão, "desreferenciado e sem cartão de sócio", se possa fazer ao piso da política. A falsa alternativa de mudança será voltar a apostar nos mesmos cavalos de corrida, gastos e cheios de vícios.
Embora seja lobo, consigo farejar uma raposa a milhas. Ora, a não candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa tem muito que se cheire. Com o mal-estar que grassa pelo país em relação ao governo de Passos Coelho, parece-me uma jogada esperta de Marcelo tentar fazer passar a ideia de conflito com o lider do executivo. Se Passos Coelho se declarasse padrinho de Marcelo, este ficava muito mal na fotografia e perderia créditos junto da população. Seria logo associado a tudo de negativo que os eleitores vêem neste governo (Austeridade, austeridade e mais austeridade). Assim, e sem grande surpresa, Marcelo Rebelo de Sousa tem de vir com esta conversa de amuado para salvar uma putativa candidatura à Presidência da República. Não sei se isto foi uma jogada combinada, mas em termos práticos, qualquer nome avançado pelo PSD (entenda-se Governo) carrega a cruz de dois anos de flagelo de governação. Se Passos Coelho assinasse um cheque em branco a Marcelo Rebelo de Sousa, apoiando efusivamente a sua candidatura, estaria a declarar este como aliado dos dois últimos anos de governação. Deste modo, não me surpreenderia algo mais extremo, como uma candidatura independente de Marcelo Rebelo de Sousa - em nome dos portugueses e de Portugal (sim, com um slogan-choradinho deste género). Os danos colaterais, e os efeitos de contágio, apenas assim podem ser afastados - encenando um conflito agudo com o governo e o PSD (tempos houve em que era prestigiante ser do clube). Eu sei que pode parecer uma simplificação excessiva das razões trazidas a lume, mas não acredito na tése do fim da candidatura, ainda antes desta ter sido apresentada. E porque raio Marcelo Rebelo de Sousa diz de sua justiça de um modo leviano, como quem não quer a coisa, num espaço de comentário da TVI? Pelo estilo informal e relax da coisa, começo a pensar que talvez o candidato-pop de Portugal não reúna os requisítos mínimos para ocupar a cadeira tão mal amanhada por Cavaco Silva. Se calhar mais vale ficar sossegadinho. Sinceramente.
Há um professor que nunca fará greve. Existe um professor que prepara cada uma das suas aulas com afinco. Há um docente em particular versado na arte bibliográfica. Existe um professor que sabe sempre tudo. Há um professor que lecciona sempre acompanhado por uma assistente que muitos julgam ser uma vulgar contínua. Há um professor que responde às perguntas colocadas na maior sala de aulas do país. Há um professor que vai a todas, mas que em última instância, não é a paixão pela educação que o move. Contudo, não será a crise a empurrar este professor para fora da escola em busca de melhores condições de vida. Não será o desgaste excessivo e a indignidade a forçar este professor a buscar tratamento. Não haverá um atestado sequer ou uma baixa médica para tratar do esgotamento. Este professor, depois de acabar com o programa de tele-escola, abandonará todos os ciclos para se submeter ao escrutínio nacional. Este professor estará disposto a ser colocado numa freguesia que não fica assim tão longe. Este professor até nem se importa das horas extraordinárias. Pois é. Não me parece que o prof. Marcelo Rebelo de Sousa faça greve quando as inscrições para candidato presidencial forem abertas. O único problema que vejo tem a ver com a assistente. O que faremos com ela?