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Rui Tavares — o deserdado político

por John Wolf, em 20.02.24

Rui Tavares, dentro da tradição falida dos marxistas, avança com uma proposta que equivale a um assalto à mão armada. A "herança social" — designação livre do deserdado político Tavares, é uma afronta à ideia de geração de riqueza e a sua transferência geracional. Os portugueses devem sentir esta ameaça como credível. Quando o estado socialista falha, a solução passa por subtrair a quem árdua e eticamente acumulou um pé de meia. As grandes fortunas que Tavares fantasia não caíram de paraquedas. Foram fruto de vidas intensas, de planos que implicaram sacrifícios, mas sobretudo de uma visão estratégica — algo de que carece Tavares. A medida punitiva proposta traduz-se no confisco alheio, na desconsideração pela inevitabilidade capitalista dos seus camaradas. A loucura do seu plano de roubo tem implicações comportamentais graves. O cidadão, instigado pelo medo da perda, terá mais propensão a gastar tudo no imediato: chapa ganha chapa gasta. Estará mais inclinado a desconsiderar a descendência, a abandoná-la à porta da escola pública ou do centro de saúde que existe num reino de utopia de dinheiros arrestados. Se o Tavares tivesse juízo teria congeminado algo exequível como um plano de promoção para a razoabilidade dos investimentos do Estado. Porque, em última instância, este tipo de pensamento de carteirista é fruto de uma tripla falência: a falência do Estado, a falência do governo e a falência cognitiva de extremistas, de esquerdistas radicais. Tudo isto sugere algo acontecido sob os auspícios de um regime do século passado — o roubo odioso e o saque vil de cidadãos abastados. 

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publicado às 12:47

O capital talvez tenha pátria

por Samuel de Paiva Pires, em 06.10.17

A Alemanha que se recusa a reconhecer que a União Económica e Monetária (UEM) gera desequilíbrios que levam a choques assimétricos, que acredita que os seus excedentes comerciais resultam meramente da boa gestão e não se devem aos desequílibrios estruturais da UEM e à utilização de uma moeda subvalorizada, que insistiu na narrativa dos trabalhadores do norte da Europa vs. os preguiçosos do sul e que empurrou vários países para resgates financeiros que tinham entre os seus principais objectivos a privatização de empresas em sectores económicos estratégicos, vem agora queixar-se da influência que a China tem sobre os países europeus em que investiu. Mais do que irónico, é ilustrativo quanto baste da falta de visão da liderança merkeliana e de todos aqueles que sofrem do que Ulrich Beck denominou por cegueira da economia, que atinge muitos economistas que, segundo Wolfgang Munchau, padecem de analfabetismo político-social.

 

(também publicado aqui.)

publicado às 10:25

Catarina Martins é simplesmente ignorante

por John Wolf, em 15.09.17

 

Catarina Martins nunca produziu o que quer que fosse na sua vida (incluindo ideias originais). Catarina Martins nunca gerou um emprego (a não ser aquele que abarbatou na geringonça e que deve ao Costa). Catarina Martins não estudou economia nem finanças (andou pelo teatro). Catarina Martins não entende o que representa um risco de investimento (nem sabe o que é uma start-up). Catarina Martins não sabe gerar riqueza (e muito menos repartí-la). O que Catarina Martins sabe, e bem, é tirar do bolso dos outros. A afirmação que produz: "Há rendimentos que não são do trabalho, que não são salários nem pensões. São pessoas que têm muitos rendimentos de capital ou de propriedade e que deviam ser obrigadas a englobá-los para pagarem uma taxa proporcional” confirma inequivocamente que a menina não percebe patavina sobre o significado de capital, meios financeiros e muito menos rendimentos. Os rendimentos de capital que refere (acções e títulos financeiros de outra natureza) correspondem à retribuição devida àqueles que se dispuseram a acreditar nas virtudes de uma unidade produtiva. Quando um indivíduo adquire uma posição accionista (seja pequena ou seja grande) de uma empresa, está de facto a financiar a operação, está a conceder um empréstimo e está a correr um risco (a operação produtiva pode correr bem ou não) e, naturalmente, de acordo com o desempenho (se positivo) da empresa em causa, o retorno há-de acontecer, quer na forma de dividendos, quer na expressão de mais-valias. Ora ao penalizar quem empresta à economia de um país, e em particular os privados, o ónus do risco e do investimento recai sobre o Estado de um modo ainda mais intenso. E é aqui que reside grande parte da sua argumentação falida. A missão do Estado não é a geração de riqueza ou a obtenção de mais-valias - esse papel é da responsabilidade do sector privado. Subsiste porém outra contradição infantil no seu enunciado. Como se pode beneficiar a classe média, se é esta mesmo que tem a propensão para investir em veículos financeiros como acções? Ou seja, Catarina Martins propõe uma bastonada na classe média para depois lhe passar a mão de admoestação pelo mesmo coiro. Por outras palavras, não se pode tirar a quem nos dá pão para a boca - a classe média não pode ser simultaneamente castigada e premiada. Eu já disse vezes sem conta: erros de casting pagam-se caro. Mas ignorância deste calibre não tem preço. Não existe mercado para tal. Se deixarem a rapariga se esticar, ela matará o tecido empresarial do país que deixará de se poder financiar em condições e gerar emprego. Catarina Martins é mesmo ignorante. Se ao mesmo tivesse lido Marx, saberia que a teoria do valor (e onde o mesmo reside) é complexa. Mas ela não faz caso disso. Leva tudo pela frente.

publicado às 15:25

A natureza da extrema esquerda

por Manuel Sousa Dias, em 06.02.15

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Depois da tournée europeia sem resultados  além de um perder da face ao vivo e a cores, qual a saída para a extrema-esquerda anti-capitalista-anti-globalização-anti-mercados-anti-Europa-anti-euro grega? Ser ela própria, claro!!

publicado às 17:42

Onde começa e acaba Lisboa

por John Wolf, em 25.08.14

Ainda não percebi muito bem onde termina a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e onde começam as Juntas de Freguesia.  Dizem que existe uma linha que separa uma coisa e outra. Ou será que é algo diverso? Por exemplo, uma janela de oportunidade para sacudir a água do capote quando a coisa não corre bem: Muito agradecemos a reclamação, mas essa matéria diz respeito à sua Junta de Freguesia.  Ou então o inverso, quando na Casa do Povo houve uma iniciativa bem sucedida e o país inteiro aplaude a “dinâmica da CML” que afinal nada teve a ver com o assunto, mas que não deixa fugir o resultado líquido da publicidade de uma qualquer praia do Torel. Não sei se me faço entender? Esta espécie de “regionalização” da capital lisboeta parece servir para um fim muito preciso: diluir o sentido de competência e de responsabilidade política. O residente da capital acaba por ter duas casas, duas vidas: uma na autarquia e outra na freguesia. Mesmo que a nova divisão administrativa tenha resultado na optimização de recursos e numa mais eficiente utilização de meios, a verdade é que o destinatário final, o residente de Lisboa, não sabe muito bem desenhar o mapa de competências da cidade. Deixou-se confundir pela complicação, pelo novo organograma que não altera de um modo fundamental o modo como se vive na metrópole, mas que distorce o quadro de percepções. É como se desejassem que Lisboa não se desse a conhecer àqueles mais interessados pelas suas causas. De nada serve Lisboa ganhar o concurso de melhor destino europeu do New York Times ou da CNN,  se os que cá vivem é que têm de aguentar a broncaos turistas que descem dos cruzeiros para visitar a cidade não ficam mais do que alguns dias, e não têm de lidar com os problemas que afligem os residentes. Os camones disfrutam do bem-bom e não imaginam os desafios que se apresentam aos lisboetas. Sabemos muito bem que Lisboa tem uma vocação turística assinalável, mas a prioridade deve ser dada aos que vivem definitivamente na cidade. Mas há mais que gostaria de incluir nesta lista de considerações que esgotam as fronteiras da freguesia ou do turista ocidental. Há algo de mais estratégico que faz falta a Lisboa. Uma visão global e prospectiva, assim como algumas ferramentas essenciais. Que tal um conceito de desenvolvimento dedicado apenas a Lisboa?  Algo que poderia ser designado por  “Zona Económica Exclusiva de Lisboa” – uma resenha exaustiva dos atributos económicos e sociais da cidade. Um quadro a cores que identifique as carências e que assinale as valências. Não conheço a App - um interface para medir o biorritmo económico e social do bairro. Se querem aproveitar a arquitectura administrativa da cidade, então que se proceda ao levantamento das necessidades de cada localidade. Qual a taxa de desemprego na freguesia de Santa Isabel? E qual o rácio entre o número de habitantes e os serviços médicos na zona de Alcântara? E qual o PIBf (produto interno bruto de freguesia) de Belém? Um potencial empreendedor ou investidor, que queira avançar para o terreno, nem sequer dispõe de dados que permitam testar o seu modelo de negócio antes do seu próprio arranque. Será que faz falta mais um café na zona do Campo Pequeno? São estes dados estatísticos que devem estar à mão de semear do residente de Lisboa. A economia local apenas se tornará produtiva e inovadora se os destinatários finais puderem participar na sua (re)construção. No meu entender, os habitantes de Lisboa têm vivido há demasiado tempo na sombra, na ignorância dos elementos operativos mais básicos. Trabalha-se em Lisboa como se vive. Com o coração na mão, mas sem a racionalidade que permita fazer a destrinça entre o impulso do momento e a visão de longo prazo, sustentável. Os políticos que gerem os destinos da cidade ainda não perceberam que devem entregar Lisboa a quem de direito, aos seus residentes. A matriz cultural que rege a relação entre o poder político e os seus súbditos tem de mudar. A cidade não largará as docas como um navio de cruzeiro. Fica, deixa-se estar. Eternamente.

publicado às 21:28






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