Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Acabado de sair da diocese do Porto, ficámos a saber que o novo Patriarca é social democrata à antiga e como nota de rodapé dos tempos que correm, simpatizante da bola. Mais importante ainda, tem a coragem de dizer que é monárquico.
Estamos todos muito satisfeitos por essa reivindicação de barricada, mas então, não se entende o porquê das suas declarações no passado dia 5 de Outubro de 2010. Como clérigo, certamente saberá o que a calamitosa república significou para a igreja católica em Portugal.
O governo concedeu alguns benefícios fiscais à Igreja que pelo que parece, não está assim tão afastada do Estado como os comemoracionistas querem fazer crer. O mais certo, é ter existido algum acordo tácito ou táctico entre as duas instituições, num toma lá-dá cá que não pode ter deixado de ser apercebido por alguns. Há um ano, em voz fininha e melosa, o bispo do Porto tecia loas ao 31 de Janeiro. Já em 2010 e assim que chegou a Portugal, o Papa passou uma esponja de água benta sobre todas as violências e ilegalidades cometidas pela República Portuguesa, quase celebrando um Te Deum aos acontecimentos do 5 de Outubro de há cem anos. O pobre homem não deve andar bem informado, porque se conhecesse o que está em causa, recusar-se-ia a participar num certo petit-commerce de indulgências que se faz à descarada. De facto, o Papa, o Cardeal-Patriarca e os Bispos, deviam mostrar algum respeito por aqueles religiosos que em Portugal se sacrificaram no exercício das suas funções.
Os programas televisivos e as conferências multiplicam-se, pretendendo deixar uma luminosa aguarela das maravilhas do relacionamento entre a Igreja e a 1ª República, num estranho re-arranjo polifónico da História, decerto sob a batuta dos chefes de orquestra Rosas & Rollo. Pretendendo contribuir para este clima de Saúde e Fraternidade, passaremos a divulgar alguma investigação no M.N.E., aqui deixando uma modestíssima contribuição especialmente dedicada à Conferência Episcopal Portuguesa, assim como a Sua Santidade o Papa:
Ao contrário das esganiçadas vozes do costume, a rainha da Jordânia parece dar uma certa razão às palavras proferidas há umas semanas pelo cardeal-patriarca D. José Policarpo. De facto, Rania al-Abdullah diz que o maior problema das mulheres do "mundo árabe", consiste em convencer os homens a mudarem de mentalidade. Percebemos bem o que pretende transmitir.