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Carlos Costa ainda é governador do Banco de Portugal?

por Samuel de Paiva Pires, em 04.03.17

Carlos Costa BdP.jpg

Acabo de assistir à Grande Reportagem da SIC, transmitida em três episódios, desde Quarta-feira, sobre a queda do BES. Já se sabia que Ricardo Salgado e companhia não são propriamente pessoas recomendáveis, e embora as trapaças na alta finança não surpreendam, a falta de escrúpulos revelada pelo deliberado defraudar daqueles pequenos aforradores que são conhecidos como "Lesados do BES" é particularmente repugnante - e ver o padre de Ricardo Salgado a asseverar que o sofrimento destas pessoas é o que mais custa ao ex-Dono Disto Tudo é realmente a cereja no topo do bolo.

 

O que não se sabia é que o Banco de Portugal tinha conhecimento, desde 2004, de deficiências graves ao nível da gestão de várias sucursais e filiais do grupo, que Fernando Ulrich fez chegar ao governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, em Janeiro de 2013, um relatório elaborado por técnicos do BPI que demonstrava que o GES estava falido, pelo menos, desde 2009, e que uma nota informativa interna da autoria de vários técnicos do Banco de Portugal, datada de Novembro de 2013, colocava em causa a idoneidade e a continuidade de Ricardo Salgado, Amílcar Morais Pires, José Maria Ricciardi e Paulo José Lameiras Martins enquanto administradores do BES, chegando mesmo a sugerir o afastamento imediato de Ricardo Salgado. Isto, portanto, vários meses antes da queda do BES, que ocorreu em meados de 2014. Recorde-se que Carlos Costa insistiu em vários momentos na tese de que nada pôde fazer antecipadamente e na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do GES chegou mesmo a afirmar que não tinha elementos para abrir um processo de reavaliação da idoneidade dos referidos administradores. 

 

A reportagem da SIC, que recomendo vivamente, deixa à vista graves falhas na supervisão bancária em Portugal, sendo difícil não concluir por uma certa conivência ou submissão do governador do Banco de Portugal a Ricardo Salgado. O mais surpreendente, todavia, continua a ser o facto de Carlos Costa ainda permanecer à frente da instituição. Ninguém lhe pede que cometa seppuku, mas apenas que tenha um módico de vergonha.

publicado às 00:40

Ainda o amuo do deputado João Galamba

por Samuel de Paiva Pires, em 02.12.11

Jacinto Bettencourt sai em defesa de João Galamba no Facebook do Professor José Adelino Maltez, afirmando que aquele foi o segundo melhor aluno do seu curso. Parece-me que, entre a deselegância de Carlos Costa e o atrevimento de João Galamba, o problema são os nervos à flor da pele de quem já vai tendo pouca paciência para aturar a falta de verticalidade e a infinita capacidade de dobrar a espinha de certos deputados que mais parecem andar a brincar à política e a fazer dos outros parvos. Se, como refere Jacinto Bettencourt, João Galamba foi o segundo melhor aluno do seu curso, nem quero imaginar os outros. Espero que não andem pelo parlamento português.

 

Nota, em réplica ao Jacinto Bettencourt: quando falo em falta de verticalidade não é minha intenção entrar em questões de honra, longe disso. Apenas que, sendo o João Galamba um economista com credenciais que aparentemente o deveriam qualificar, deverá com certeza saber que muita da sua argumentação se baseia em mitos e falácias, pelo que ao incorrer nestes é intelectualmente desonesto, especialmente atendendo à sua função de deputado que, idealmente (mas eu já deixei de ser ingénuo), deverá ter uma componente de esclarecimento do debate público e dos eleitores. O mesmo acontece com Francisco Louçã, por exemplo.

publicado às 23:42

O amuo do deputado João Galamba

por Samuel de Paiva Pires, em 02.12.11

Ou de como se coloca no lugar um daqueles socráticos "cainesianos" que padece do mal nacional que é a infinita capacidade de dobrar a espinha e o intelecto:

 

«O Governador do Banco de Portugal qualificou de «ignorância» o facto do deputado do PS João Galamba não saber o significado do conceito económico «crowding out» durante uma audição nas comissões parlamentares de Orçamento e FInanças e de Economia e Obras Pùblicas. O deputado sentiu-se ofendido e pediu mesmo um «pedido de desculpas». Mas foi ignorado.

«Desculpe, deixa-me acabar porque isso é uma ignorância total. Quando o senhor tem um montante total de crédito distribui-se por três sectores, público, privado, empresarial e o sector das famílias. Se o senhor tira de um lado o outro necessariamente sofre. Isto chama-se «crowding out» em teoria. Se não sabe o que é «crowding out», vá apreender! Peço desculpa, isto ultrapassa os limites do bom senso», disse o governador do Banco de Portugal.

Ainda para João Galamba, afirmou: «É a realidade em que chegamos em Abril, se não quiserem reconhecer a realidade, não a reconheçam, batam com a cabeça na parede, porque a realidade é sempre mais resistente do que a cabeça», disse, acusando o deputado de «má fé intelectual».
»

publicado às 22:49






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