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Desunham-se em desculpas, umas mais esfarrapadas que outras. Agora, a responsabilidade vai toda para a polícia, "alegadamente alarmada" com uma possível agressão a Cavaco Silva? Como se acreditássemos em tamanho disparate..., ou pensam que andamos todos a dormir e ignoramos a existência de um apertado esquema securitário em redor até do mais mísero secretário de Estado? A não ser assim, as coisas terão mudado e estamos então perante a incompetência à vista de todos.
O caso não é muito importante e apenas surpreende pela insistência de alguns, sendo cada vez mais clara a existência de um esquema que pretende o alijar de C.S., deixando o apetecível e rendoso posto para exclusivo pasto de certas obediências.
Tudo isto devido a uma ameaça de "possível" agressão. O que diriam então se tivessem visto um dos bufões-estudantes com uma carnavalesca pistola de fulminantes? Teríamos Buíça ao nível actual: a pantomima.
Devem ter aparvalhado de vez, sugerindo ser a policia quem deve arcar com as culpas do "meia volta volver".
Tínhamos como vizinha na av. Dr. J. Serrão em Lourenço Marques, uma senhora chique que dava pelo nome de Alcina Cabral*. Amiga de escola da nossa avó Irlanda, era cerimoniosa e conduzia um gigantesco e fabuloso Chevrolet dos anos da II Guerra Mundial, escuro de um azul tinta que ao sol, reflectia tons de petróleo e roxo. Lindo.
Um dia durante as "férias de Inverno" (10 de Junho/15 de Setembro, tempo ideal para a praia), do que nos fomos lembrar? Encontrámos uma garrafa vazia de Sovim - o vinho produzido na terra - e resolvemos fazer ............ lá para dentro, após o que colocámos a rolha no gargalo. Como tantas outras vezes, subimos pelo muro até ao telhado da garagem e lá deixámos o recipiente com o precioso líquido-bomba. Decorridos uns dois meses, recolhemos a coisa e nem sequer nos demos ao trabalho de verificar pelo cheiro, a evolução do processo de putrefacção, pois o sol incandescente era sábio nas ajudas para este tipo de coisas.
Em Moçambique, não havia ninguém que não deixasse as janelas abertas, até porque os assaltos eram muito improváveis. Saía-se de casa com a certeza de no regresso, encontrá-la tal e qual como antes. Erro fatal da dona Alcina, porque eu e o Miguel lá entrámos pela janela da sala e deslocámos um pesado aparador de canto, afastando-o da parede. Desrolhámos a garrafa e de imediato tivemos a certeza do completo sucesso da missão de sabotagem. O cheirete era simplesmente pestilencial, pavoroso! Colocámos a arma de destruição maciça por detrás do móvel e após arrastá~lo novamente para o seu lugar, esgueirámo-nos mortos de riso para fora da casa.
Decidimos ir comer um gelado à Casa de Gelados Italianos na Massano de Amorim e quando regressámos, foi com enorme satisfação que deparámos com um magote de gente diante da casa da vizinha. Até os bombeiros lá foram e os mortais eflúvios que a residência emanava, indicavam a presença de algo morto há bastante tempo, coisa que para a aflitíssima dona Alcina, era impossível:
- Não pode ser, ainda há umas horas estava tudo bem, deve ser um cano de esgoto...
Não era, não!
Quando a nossa mãe chegou do trabalho e nos viu lacrimosos e de cara inchada de tanto gargalhar, percebeu logo que ali havia coisa. Como já se tinha inteirado do "Caso do Morto em Casa da Vizinha", ficou fula da vida e ameaçou-nos severamente. Coisa de pouca dura, porque também desatou a rir, tal a tragédia que se passava apenas a uns metros de distância.
Conclusão da estória: ao fim de desarrumarem a casarona toda, lá deram com a garrafa de Sovim. Coisas da guerra química...
*Digo o nome da senhora, porque já faleceu.