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A respeito do lamentável sucedido com milhares de cidadãos portadores do cartão de cidadão, que encontraram dificuldades em votar nas eleições presidenciais, Sócrates, que do filósofo grego só tem mesmo o nome, veio dizer que "Não devia ter acontecido", (...), "mas só erra quem age".
Ora, meu caro José Sócrates, é elementar que não só a acção pode incorrer em erro, como também a omissão ou inacção.
E se o mesmo diz que os cidadãos deveriam ter sido “notificados” sobre as respectivas alterações do local de voto e deveria ter sido “montado um sistema para informar os cidadãos no próprio dia das eleições”, então deverá ter em consideração aquilo que já há dias veio a público: Seguindo o exemplo do que a DGAI e a Secretaria de Estado da Modernização Administrativa fizeram em 2009, que enviaram avisos individuais aos novos portadores do cartão, Jorge Miguéis propôs no Verão ao director-geral da Administração Interna que se voltasse a fazer o mesmo. Paulo Machado encaminhou a proposta para a secretária de Estado da Administração Interna, Dalila Araújo, que a despachou favoravelmente, como contou anteontem no Parlamento. Mas nada mais se terá feito.
É por isto que, mais do que uma questão técnica, esta é uma questão política. Se os Directores-Gerais e a Secretária de Estado despacharam favoravelmente a proposta, e nada foi feito, só há uma pessoa hierarquicamente superior a estes, no mesmo ministério, que é, em primeira e última análise, o responsável máximo pelo ministério: Rui Pereira. A sua demissão é mais que óbvia. Infelizmente, como muito oportunamente afirmou Miguel Macedo,"na Europa isto levaria à demissão do ministro responsável, num país em vias de desenvolvimento teria sido demitido, em Portugal pedimos desculpa e abrimos um inquérito".