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Um dos mais implacáveis interventores em territórios alheios, decidiu-se hoje a juntar a sua voz, à de antigos camaradas do amanhã que jamais chegou. Putin copia as declarações de Castro e Chávez, chegando ao ponto de se apropriar do ridículo argumento em voga desde os tempos da II Guerra do Golfo e que faz os Cruzados renascerem à hora dos noticiários.
A Rússia é um dos alvos mais apetecidos dos radicais muçulmanos que desde a fronteira ocidental da China e por todo o vasto espaço da antiga Ásia Central soviética, despoletaram situações de completa insegurança no Cáucaso, sul da Rússia e nas próprias duas grandes cidades do país, Moscovo e São Petersburgo. Putin e o seu "Roberto em cena", têm sido expeditos nos métodos para o aplacar de quaisquer veleidades secessionistas e invocam a luta antiterrorista, como uma necessidade da segurança colectiva. O esmagar de quem lhes surja pela frente, não olha a métodos ou à dose de brutalidade, tudo e todos liquidando sem contabilizar vítimas-reféns ou os algozes do momento.
Invocando a luta antiterrorista, é assim que se explicam junto da comunidade internacional, melhor dizendo, de um Ocidente receoso e bastante atento à sua fronteira leste. Grozni - destruída a tiros de canhão -, Baku, a Geórgia, Abecázia Nagorno-Karabak e outros pontos perigosamente próximos da instável zona do Médio Oriente, podem sempre contar com as "cruzadas" à Alexandre Nevski, a executar pelos tanques de Putin e Medvedev. Provavelmente agastado pelo quase certo desaparecer de um importante cliente de armamento Made in Russia, Putin enerva-se e agudiza o som das cordas vocais, copiando os argumentos da dupla Kadhafi senior-Kadhafi junior. Não tardará muito, até começar a fazer o estapafúrdio link entre a Al Qaeda e a NATO.
Bem vistos os factos, todo este arrazoado de futilidades resumir-se-á à justificação de mais uma ajuda ao conglomerado militar-industrial russo, desejoso de fazer pesar ainda mais, a sua omnipotência no regime de Moscovo. Pior ainda, Kadhafi acenou-lhe com miríficas concessões petroleiras, hoje vistas por um canudo. Trata-se de uma questão comercial e tendente a piscar o olho mundo fora, a novos clientes de armamentos que no caso do Médio Oriente e mercê da inabilidade dos usuários, têm a irritante tendência para a aniquilação no terreno, vitimados pela tecnologia ocidental.
Pelos vistos, nada esqueceu dos seus tempos de bisbilhotice de arquivos e dos serviços arranca-unhas que terá prestado na Praça Lubianka.
A decisão de nacionalizar as duas maiores concessionárias de crédito para a habitação, será de molde a modificar de sobremaneira a opinião que a nossa esquerda festiva tem do governo de Bush? Trilhando o caminho do New Deal de Roosevelt, decidiu salvaguardar as economias dos menos ricos, evitar o colapso de duas colossais instituições e dar uma clara indicação ao mercado: o Estado conhece os limites do jogo da livre iniciativa e reserva-se o direito de intervir quando julgar estar em causa o interesse nacional. E agora, que argumentos inventarão para diabolizar ainda mais o safardana do cowboy? Ficamos à espera.
Obama, o candidato do look à CDS, reagiu com desagrado,dizendo que os contribuintes irão pagar a factura. Até nisto ele tem um discurso típico da direita liberal. Será que os nossos compatriotas revolucionários-populares-marxistas-leninistas-trotsquistas-ex estalinistas não conseguem ver aquilo que é evidente para todos?
O homem parece de direita, fala como a direita fala e é mesmo de direita, quer queiram ou não queiram. Bem, talvez pretendam apenas uma desculpa para justificar as viagens de lazer a NYC, em vez de rumarem a paragens mais consentâneas com aquilo que apregoam: ali para os lados do Tropicana ou do Mallecón. Na propriedade privada socialista dos irmãos Castro.