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A penúltima cena

por Pedro Quartin Graça, em 23.10.15

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Muitos bem que se esforçaram. Outros, no mínimo, toleraram. Uns, ainda, condescenderam. Mas nem assim. A escassos seis meses de terminar o mandato, Aníbal Cavaco Silva esteve igual a si próprio: assumiu aquilo que sempre foi, um Presidente de facção, que nunca conseguiu unir os Portugueses. Ontem, se dúvidas houvesse, deu a penúltima prova disso ao, desnecessariamente, insultar o milhão de eleitores que, legitimamente, escolheram nas urnas quem bem entenderam eleger como seusrepresentantes. Não era de todo necessário tê-lo feito como fez. Cavaco assim não o entendeu. Segue-se um Governo que, ao que parece, não verá o seu programa aprovado e cairá. Cavaco, de novo igual a si próprio, não deixará de o manter em funções naquele que será um verdadeiro golpe de Estado constitucional. O próximo Presidente que resolva depois o assunto. Cavaco, nessa altura, já estará longe, gozando de uma injustificável mas generosa reforma, para além de outras prebendas, que a falida 3ª República lhe assegurará para todo o sempre. E vamos andando...

publicado às 10:23

Se eu estivesse aboletado em Belém...

por Nuno Castelo-Branco, em 14.10.15

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...no dia 5 de Outubro de 2015 teria de imediato convocado todos os partidos com representação parlamentar. Com toda a paciência  escutaria as suas queixas, remoques e anseios, dispensando-os para perante os factos, tomar uma decisão no mais breve prazo que me fosse possível. Dois dias teriam bastado.

Não deixaria o Sr. Costa à solta numa ostensivamente frenética actividade que não passa de um salvar da sua própria carreira. Consequentemente, daria uma vista de olhos pelo articulado constitucional e de imediato incumbiria o partido vencedor, o PPD, da formação de um governo* que tranquilizasse a opinião pública e os inefáveis credores e mercados. 

Como estaria habituado a não beneficiar de qualquer tipo de contemporização por parte de quem me odeia, ou melhor, de quem me despreza com um esgar de classe, ficaria surdo a todos os comentários, campanhas televisivas e antenas abertas deste e de outro mundo.

Saberia que mesmo disposto a conceder a totalmente imerecida prenda salva-vidas à clara reserva mental do sr. Costa, dali não viria qualquer agradecimento que me deixasse terminar o mandato em paz. Em suma, não compactuaria com este autêntico golpe de Estado constitucional em que uma estrondosa e miserável derrota que o mundo inteiro testemunhou, se travestisse em escandaloso sucesso. Pedro Passos Coelho apresentaria o seu programa no Parlamento e caberia inteiramente às várias camorras a missão de o aprovar por inércia ou por liminarmente o rejeitarem. O ónus respeitaria a quem decidisse inviabilizar um governo minoritário, é certo, mas nem por isso ilegítimo. Se por desgraça fosse obrigado a futuramente apadrinhar o tal executivo contra-natura, exigiria publicamente e por escrito o solene compromisso do PC e do BE, reconhecendo algumas inevitabilidades que a actual situação portuguesa impõe:

1. A adesão à UE.

2. A manutenção de todas as alianças internacionais - militares e outras - em que Portugal se insere.

3. O Euro.

4. O estipulado pelo Tratado Orçamental.

Sem tais condições, nada feito. 

Mas isso sou eu, um monárquico que considera a república como algo que deveria ter sido referendado há 105 anos. 

* É, bem sei que seria impossível indigitar alguém antes da total contagem dos votos, coisa que apenas hoje se conclui. Contudo, ACS desde logo poderia ter dado indicações sem sofismas, impedindo este carnaval a que temos assistido. Isto denota excesso de formalismo, algo bastante insólito, dadas as circunstâncias. O que parece? Indecisão, medo, tibieza e pior ainda, "deixa andar". É isto, a república. Na defesa dos seus, nem o agente 00-Zero Sampaio chegou a este ponto. 

publicado às 14:11

O candidato de Cavaco Silva

por Nuno Castelo-Branco, em 09.03.15

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Cavaco Silva defende que Portugal precisa de órgãos de soberania que actuem coordenada e concertadamente na defesa daqueles que são interesses nacionais e que “só podem ser eficazmente defendidos” por  alguém com experiência em política externa. Cavaco Silva lembra que o seu sucessor é a “porta-voz do país” e que deve estar “acima das divergências de opinião”. “Face à situação de emergência económica e financeira a que Portugal tinha chegado, houve que mobilizar toda a nossa capacidade diplomática (…) para explicar, junto das mais variadas geografias, instituições internacionais e líderes políticos, a execução do programa de assistência financeira, em ordem a suscitar a confiança dos nossos parceiros e investidores, ganhar credibilidade no plano externo e conseguir apoios para as posições portuguesas". Cavaco Silva escreveu ainda que (…) deve “estar preparado” para analisar a conformidade das propostas que lhe são apresentadas pelo Governo e Chefe de Estado Maior das Forças Armadas e para defender as posições portuguesas nos contactos com entidades externas (…) deve ser capaz de dominar as relações bilaterais “em toda a sua complexidade” e abordar “com conhecimento de causa” os assuntos políticos, económicos, sociais, militares, científicos, culturais, ambientais e de política europeia, bem como saber identificar aquelas que são as mensagens relevantes.

Em resumo, Cavaco Silva desejaria ser sucedido pelo Rei D. Carlos I. Não sendo tal hipótese a considerar, resta-nos quem seja completamente apartidário, conheça muito bem Portugal e o mundo lusófono, possua excelentes contactos internacionais e já tenha prestado valiosos serviços diplomáticos ao país. 

publicado às 13:52

Quadrilha republicana

por Nuno Castelo-Branco, em 21.07.13

 

Há uns tempos, o alcoviteiro-mor Sócrates queixou-se de Cavaco Silva, dizendo que Belém inventara escutas perpetradas por "alegados" elementos afectos ao seu mirífico governo. O banzé tomou conta de todos os órgãos de informação. Cavaco foi arrastado pelo lodaçal em que o regime refocila e Sócrates fez uma vez mais de Calimero de serviço. 

 

Parece que o dito partido aprendeu o truque e agora é Seguro que se alarma com indícios de escutas. Parece-nos uma patetice, até porque por estes dias não estão em negociação quaisquer projectos de auto-estradas, terminais de contentores, aeroportos, reciclagem de sucatas, o TGV, obras em liceus, centros comerciais à beira rio, etc. Seguro nada tem a temer, não há móbil para o crime da nefanda bisbilhotice, seja ela através da net, do "telefixo" ou do telemóvel.

 

Acalmem-se, a propaganda segue dentro de momentos.

publicado às 19:28

Quando tocar é estragar...

por Pedro Quartin Graça, em 23.02.13

"… um escalracho (…). Estende-se, enraíza-se, agarra-se, enreda-se, estraga tudo o que toca. Um escalracho tal e qual."


Camilo Castelo Branco, História e Sentimentalismo. vol. II, Porto, 1880, p. 25

publicado às 11:31

Há quem nunca aprenda...

por Pedro Quartin Graça, em 12.10.12

 

1994 - 2012 - A persistência de um comportamento errático...

publicado às 20:36

Importa-se de repetir?

por Pedro Quartin Graça, em 22.09.12

Cavaco considera “ultrapassada” hipótese de crise política

Aníbal Cavaco Silva, presidente da república

publicado às 13:43

Parece que sim... Amanhã recebe o Secretário-geral do PS... A última vez que nos recordamos de algo diferente do habitual "não comento" foi quando manifestou a sua "colaboração vigilante" ao Governo de José Sócrates. Para, meses, depois, e por escrito, dizer que a falta de lealdade deste ficará para a história da democracia... Seguramente que agora, face aos contornos da crise, não deixará de regressar à tradicional postura de que o Presidente da República não faz comentários sobre a actividade de outros órgãos de soberania... Afinal, ele serve mesmo para quê?

publicado às 16:39

A.J. Seguro deve telefonar para Belém e Paris

por Nuno Castelo-Branco, em 27.05.12

Vivemos num país onde cada quilómetro de nova auto-estrada tem direito a impante cerimónia inaugurativa. Já há muitos anos, nos tempos do cavaquismo, um amigo alemão dizia-me que se o Chanceler Kohl fizesse o mesmo na Alemanha, não estaria sequer um minuto no seu gabinete de trabalho. Mas somos assim, o show business da política portuguesa não se compadece com moderações e a inauguração de um CCB, uma Expo, de um Euro do futebol ou de um simples call-center, terá fatalmente a mesma pomposa atenção ministerial.

 

Outro aspecto deste vaudeville, chega-nos diariamente através de declarações dos máximos dirigentes partidários. Ontem, A.J. Seguro manifestava-se contra os alemães que obtêm os juros a menos de 1%, enquanto países como Portugal enfrentam a usura que se conhece. Mas porque estará a suceder tal coisa? Claro que "a culpa é da Alemanha" das fábricas que inundam os mercados, precisamente esse país que mais dinheiro verte nos cofres comunitários, sustenta a agricultura francesa vulgo PAC e cuja complacência permitiu a construção - e o desaparecimento de biliões  de Euros - de toda uma série de imagens de cenário que tão bem serviram os poderes instalados em Lisboa. Em suma, os Eurobonds, a mutualização da dívida, torna-se num objectivo primordial, alegando-se com a União Económica e Monetária. Isto permitiria um salvar da face de todos aqueles que nos trouxeram a uma mais que previsível situação para a qual, aliás, foram sobejamente avisados. Melhor ainda, endossariam a factura a Berlim que como já é habitual desde 1918, "deve pagar". Para não variarem, os alemães fizeram bem o seu trabalho, coisa por cá tão improvável como a existência de homenzinhos verdes em Marte.

 

Seguro parece não ter percebido o porquê da nossa situação. Num país com um mínimo dos mínimos de cento e cinquenta submarinos encalhados sob a forma de PPP, Seguro não entende. Parece, porque na realidade  já há muito tempo percebeu do que se trata. Mas se quer obter algumas respostas, apenas terá de fazer dois telefonemas: um para o Palácio de Belém, outro para Paris. Não, este último não será para o Palácio do Eliseu. 

 

 

publicado às 09:57

Rábulas republicanas

por Nuno Castelo-Branco, em 21.05.12

Afinal, a visita de "solidariedade" foi uma boa desculpa para tentar sacar dinheiro aos timorenses. A figura que ousa sentar-se na cadeira que um dia pertenceu a D. João II, está em  Timor. Num país onde tudo falta, desde casas, estradas, água potável e electricidade, escolas, transportes e hospitais, até aos sapatos, roupas e comida para a população, temos um sugador de dezassete milhões anuais que lá desembarca de olhos em bico no Fundo do Petróleo, o pé de meia timorense. Nem sequer conseguem disfarçar, remetendo estes assuntos para as chancelarias? Uma vergonha a somar a centenas de outras. Os timorenses que tenham a maior da atenção a quem confiam as suas poupanças.

 

Para cúmulo, ainda tem o descaramento de dizer que a compra de títulos da dívida portuguesa não o "choca". Claro que não o choca, como também não o chocam certos eventos e espargatas financeiras em que os seus próximos de anos a fio estão envolvidos até aos cabelos. Chocados estamos nós com este despudor, falta de nível e supina rapacidade de quem não soube - ou talvez tenha sabido? -  administrar "dúzias de frotas da pimenta das Índias e do ouro brasileiro" que aqui chegaram sob a forma de fundos da então CEE. 

 

Não é para isto que serve um Chefe de Estado de Portugal.

 

O comensalão quer convencer Matan Ruak, talvez pensando ser este um dos matarruanos com que habitualmente lida. Ele que pergunte aos generais indonésios e logo ficará informado acerca das credenciais e determinação do Excelentíssimo Senhor Presidente da República de Timor-Leste. Não existe comparação possível.

publicado às 11:42

A 3ª República cai a pique

por Pedro Quartin Graça, em 17.03.12

Não havia memória de tal acontecer, desde que há Presidentes da República eleitos (1976) e desde que há sondagens. Cavaco Silva já fora eleito apenas por uma pequena parcela de Portugueses, mas, agora, até entre esses cai 20% na popularidade. Os números não mentem. A III República afunda-se.

publicado às 07:17






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