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Vamos lá ver se a gente se entende. A gente?!!! Não. Vamos ver se eles se entendem. Então não era o Bloco de Esquerda, armado em associação de defesa dos interesses da nação, que tinha mandado a Troika àquele lugar. Não tinha sido a Catarina Martins, as irmãs Mortágua e a colega Matias, a mandar o gang (Wolf) do Schäuble ir dar uma volta. O que se passa, Jesus? (resquícios do cartaz, perdoem-me). Queriam um concurso público internacional (repito, estrangeiro) para nomear um novo chefe no Centro Cultural de Belém? Pois. E pois outra vez. Já não percebo nada. Ou se calhar percebo. As moças estão cheias de razão. Não é assim que se faz a coisa. Manda-se um para a lama e encomenda-se um Somaeseguevielle, assim sem mais nem menos? Só não concordo com o seguinte. O BSE (BS...do americano, para rimar com Trump, Bullshit) acha mal um projecto que envolva parceiros privados na zona de intervenção de Belém? Porquê? As construções governativas são para que servir que clientelas? Não serão para servir o público? Ou será que ao passar alguns equipamentos e competências para a esfera privada deixa de haver poleiros para os amigos como aquele do João Soares? Como podem ver, isto não faz muito sentido. Ou pelo menos uma metade não faz. Ah!! Já estou a ver. Mas chegam tarde, muito tarde. Varoufakis já foi contratado por Corbin da Silva. Agora amanhem-se. Pelo menos o director da galeria Berardo tem nome que soa a estrangeiro. Deveria chegar.
Há dias enganei-me no caminho e fui parar aos Dias da Música em Belém. Foi no último Sábado, creio. Estava à pinha, o estádio do CCB. Havia gente a perder de vista. No pátio exterior (aquele que se encontra lá em cima, diante das garrafas vazias de tinto ou branco, sem casta, da tal Vasconcelos...) um palco deu as boas vindas a um "Ensemble de Trompetes" pouco passava das 15h. Salvo erro, eram oito marmanjos gaiteiros e uma garina com a boca no trombone e a mini-saia pelo umbigo. Tinha pernas jeitosas, sim senhor, mas não irei enveredar pelo cliché sexista, nem saxofonista. Limito-me a devolver em surdina o que pude avaliar dadas as minhas limitações culturais. Não sei o suficiente sobre música e gostaria que assim não fosse. E que, dada a pompa dos dias da música, os pudesse aproveitar para somar notas musicais, aprender algo. Devo dizer que fico sempre chocado com eventos realizados às três pancadas, que primam pela ausência de um conceito, um sentido de missão pensado por uma equipa competente de servidores públicos. Como podem ler no artigo celebratório do jornal Público, o que interessa são os números. A quantidade infernal de ingressos, um sem número de utentes que lá foi entreter-se, mas que porventura pouco mais leva para casa. E porque faço estas afirmações. Porque já vi como se faz. Em Graz, Áustria (que tem a única Universidade de Jazz do mundo) ou em Filadélfia, nos EUA (que tem um Mann Center). Porque razão o referido ensemble de trompetes não brindou o público com um apresentador que enquadrasse os temas musicais na sua paisagem? E que explicasse ao público a natureza de instrumentos de sopro? Porque razão o bando de sopradores não elegeu um líder? Um guia para orientar as dinâmicas das pautas? Andaram perdidos, desafinaram e não chegam aos calcanhares de trompetistas de um qualquer licéu da República Checa. A loira? Bem sei que a rapariga com o saiote pelos cotovelos distrai, mas regressámos sempre ao mesmo quando se trata de cultura em Portugal. Um fosso que separa aqueles que poderiam dizer algo, daqueles que nem sequer sabem escutar. Não quero estar a induzir-vos em erro, mas o primeiro tema que apresentaram, julgo ter sido uma composição de John Williams. Sim, o mesmo que compôs a banda sonora do filme o Parque Jurássico. Mas não interessa. O tema até poderia ser da idade da pedra, da idade do mármore picado de Belém.
Obrigado Catarina por me teres tirado de casa para espairecer e pela paciência para aturares a minha parvoíce emocional! E que tarde bem passada no CCB, em concerto da Orquestra Metropolitana de Lisboa dirigida por Augustin Dumay. A não perder, isto é, num próximo concerto.