por Samuel de Paiva Pires, em 29.08.12
Sobre as interpretações pseudo-intelectuais do caricato restauro protagonizado por Cecilia Gimenez, recomendo a leitura deste post do Nuno Resende, de que aqui deixo os parágrafos finais:
«Os tais
teóricos, uma maioria barulhenta que, aposto, nunca põe ou pôs os pés numa igreja, considera o novo Ecce Homo a 8.ª maravilha do mundo, mesmo apesar das advertências da D. Cecília. Volto a repetir o que disse há poucos dias sobre o caso pussy riot:
o mundo aplaude tudo o que faça ruído e tenha cor. Neste caso, aplaudiu o feio, o esquizófrenico, o tétrico.
Basta olhar para o restauro incompleto e para a reprodução ad nauseam que dele se tem feito para compreender parte deste fenómeno que os sociólogos, esses cartomantes da ciências, já estudam: não interessa o valor original, estético, simbólico, artístico e iconográfico daquele Ecce Homo. Tudo isso é suplantado pela vulgaridade de um engano, de uma nódoa. O mundo que tem acesso às redes sociais e à televisão adora cumular-se de vulgaridade. Não poderia ser de outra forma. Dificilmente entende ideias mais complexas do que a de um pitoresco borrão saído da paleta de uma velhinha beata.»