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Ao cuidado do Samuel

por Pedro Fontela, em 30.07.08

Samuel, Samuel… se dissesse que não vi este “confronto” a léguas de distância estaria a mentir. Mas cá estamos nós e independentemente das circunstâncias vamos ver se pomos os pontos nos is. Responder a tanta acusação junta torna-se complicado, ainda mais complicado quando se trata de um colega com um trato tão distinto e delicado – que no entanto conseguiu chegar ao ponto que eu nunca cheguei, sem tocar no assunto em questão disparou n acusações ultra pessoais de falhas de carácter, é caso para dizer que quem tem “nível” é outra coisa. Realmente não sei se correspondo ao teu (e de muita gente) ideal da pessoa modesta e sinceramente não quero saber se o faço. Apesar de não ser um especialista na maioria dos temas que abordo não estou na estaca 0 e não tenho razão para me colocar ao nível da completa ignorância ao deixar passar erros (mal intencionados ou honestos) grosseiros.  Depois também estou consciente que o padrão usual da boa educação cá no burgo é algo pelo qual eu felizmente não dependo e com boas razões para tal: se não gosto de alguém torno isso claro em vez de andar com rodeios e hipocrisia; não faço favores a tipos “porreiros” nem a” amigalhaços” e isso irrita muita gente; não defendo erros de outras pessoas por muito próximas que me sejam; não bajulo ninguém só porque estão numa posição de ser úteis em qualquer aspecto e ainda por cima tenho a mania de uma coisa chamada meritocracia, parvoíce minha por certo. Em geral considero o não corresponder ao standard típico da boa educação portuguesa uma grande virtude moral minha (qualquer leitor que sinta o seu nacionalismo ofendido pode amuar num canto escuro sozinho porque eu não quero saber).

 
Sabes porque levo as coisas a sério Samuel? Porque não estou só a matar tempo com o trabalho que desenvolvo no campo político. Isto não é apenas uma conversa sem consequências, especulação para intelectuais aborrecidos e desocupados enquanto bebem uns copos. É algo mais sério, ou pelo menos deveria ser. Trata-se de pensar sobre temas que nos afectam a todos de forma profunda quer se admita ou não e ao contrário da maioria das pessoas não me posso dar ao luxo de ser ignorante e apático. Há sempre um preço a pagar pela preguiça de pensar e de agir e para alguns é mais alto que para outros. Não posso deixar de achar divertido que alguém ligado à direita venha exigir um relativismo moral para defender a dignidade das suas opiniões – se a ironia matasse alguém tinha caído redondo no seu teclado.
 

Por fim agradeço profundamente a preocupação com os meus níveis de energia. Realmente dá um pouco mais de trabalho escrever coisas que as pessoas não querem ler porque vai contra as suas crenças mais profundas mas do que simplesmente pregar um enorme conjunto de lugares comuns socialmente bem aceites mas se quisesse ouvir aplausos de um público trabalharia como actor para ao fim de cada discurso sentir a aprovação da multidão. Além disso não é o mundo que me irrita Samuel, só parte dele. A parte que tende para o conservadorismo autoritário que tanto abomino e que tanto se arroga em vítima.  

 

 

Cumprimentos com a maior falta de educação possível e sem chá absolutamente nenhum,
Pedro Fontela

 

 

publicado às 20:07





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