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Morreu o Miguel Gaspar.
Inesperei, não fazia ideia. Era um apóstata sob o meu ponto de vista, mas era um relator fiel, um escriba que sabia quanto custava pertencer à guilda.
Descansa, que o Mundo trará matéria quanto baste.
Até sempre.
Que grandessíssima filha da putice!
RAMAL DE CÁCERES
RIP
"Encerrado por sua Excelência Dr. Passos Coelho"
Inaugurado em 08-10-1881
Encerrado em 15-08-2012
Esta é uma cruz, pesada e triste, que pode ser imputada a Pedro Passos Coelho e ao seu Governo: a de continuar a desastrosa obra do seu antecessor, actual presidente da república, Aníbal Cavaco Silva. Na verdade, ambos parecem ter uma fixação relativamente à ferrovia. O anterior primeiro-ministro foi o que se sabe. O actual parece dar mostras de que os combóios também não fizeram parte da sua meninice e, quiçá, são a causa dos elevados gastos dos transportes em Portugal...
Portugal, de novo, mais pobre...
800 km de linhas de comboio desmanteladas por Cavaco durante o seu mandato.
Seguramente era por se tratar de ligações ferroviárias "lentas"... Agora as rápidas é outra coisa...
Recordando um artigo por mim publicado em 11 de Maio de 2010 no Corta-Fitas:
"
Já que querem gastar dinheiro, ao menos façam as coisas bem feitas. São só mais uns quilometrozinhos, Engºs Mendonça e Sócrates até ao Pinhal Novo. Custa tanto a perceber o que se ganha com isso, poupando dinheiro e tempo às pessoas? Tudo isto para daqui a alguns meses nos virem dar razão como sucedeu com a OTA...
A estação do Pinhal Novo está a menos de meia hora de carro ou de comboio do centro de Lisboa. Para passageiros com destino à parte ocidental de Lisboa, à costa Sul ou ao Algarve, esta solução será muito mais vantajosa. Basta trazer o TGV do Poceirão ao Pinhal Novo para se poupar 2 mil milhões de Euros da ligação a Lisboa. São mais 14 quilómetros de linha de TGV que, no máximo, custarão apenas 40 a 45 milhões de euros. As duas localidades já estão ligadas por uma linha férrea tradicional, quase em linha recta, de tal maneira que do Pinhal Novo se podem ver os silos do Poceirão. Também aqui há largura de canal para construir as duas linhas linhas do TGV sem grandes expropriações.
A obra é quarenta e cinco vezes mais barata do que a Ponte sobre o Tejo. Assim, um passageiro que venha de Madrid demorará 2h45 minutos a chegar a Lisboa, se o comboio for directo, e apenas 2h33 a chegar ao Pinhal Novo. Menos 12 minutos. Para chegar à estação de Entrecampos, no centro de Lisboa, um passageiro que desembarque no Oriente demorará 22 minutos, 10 minutos do percurso Oriente / Entrecampos mais os 12 minutos que já vimos gastar a mais entre o Pinhal Novo e o Oriente. Ora a ligação directa da Fertagus entre o Pinhal Novo e Entrecampos faz-se em 30 minutos. São só oito minutos de diferença, mas custam 2 mil milhões de euros. Se o Pinhal Novo for utilizado como terminal do TGV ganha toda a zona Sul do País e em particular ganha o turismo do Algarve, que não tem ligações directas a Madrid.
Num projecto tão cheio de "especialistas", é assim tão difícil de entender? Arre..."
"O Governo foi rápido a anunciar: após o abandono do projecto do TGV segue-se a construção, com início já em 2014, de uma linha em bitola europeia entre Sines e Badajoz, a fim de facilitar as exportações portuguesas para a Europa. Desta forma, o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, pretende integrar a rede ferroviária portuguesa na da Europa além-Pirenéus, onde os comboios circulam sobre linhas com bitola de 1,435 metros, que é 23 centímetros mais curta que a bitola ibérica, cuja distância entre carris é de 1,668 metros.", diz o Público. Ou seja, o nosso comboio pára no vazio de linhas. O trabalho de casa, de novo, mal feito. Ou, então, apenas a tentativa de disfarçar as coisas para o "dito cujo" que aí vem na mesma, travestido, é certo... Este Álvaro anda a aprender...
Álvaro, Álvaro...
800 Km´s de linha de comboio desmanteladas, tudo em nome do "progresso" que, supostamente, a rodovia traria. Os resultados estão à vista. O responsável? Toda a gente sabe quem foi.
Ainda me posso dar por feliz por ter conhecido a linha do Corgo, mesmo que amputada da sua metade até Chaves. Tinha planos para conhecer as do Tâmega e do Tua, mas infelizmente essas esperanças goram-se agora. Já não poderei conhecer essas velhas composições, as paisagens únicas que atravessam, nem os rostos das pessoas traídas pelos seus governantes, para quem não passam de pormenores do seu feudo de "progresso" e inimputabilidade.
(Publicado em simultâneo n ´ A Ágora)