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Pexit - ou uma saída portuguesa

por John Wolf, em 06.06.16

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O congresso do Partido Socialista baseou-se numa falsa premissa. Na ideia de que o mundo tende a regressar ao que era ou sempre foi. Existe um preconceito por detrás desta ilusão. A noção de que a ideologia (socialista, de Esquerda?) detém os elementos inquestionáveis de superioridade moral e material - e que é desejável. Mas sabemos há décadas que essa régua já não serve. Foram eventos que transcendem bitolas políticas que determinaram o curso da história nos últimos tempos em Portugal. Foi o dinheiro, foram os mercados e foi a ganância. Atributos repartidos pelos principais actores. Os socialistas - porque distribuiram aos seus amigos construtores os primeiros dinheiros comunitários. Os social-democratas - porque acreditaram na desregulação e nas virtudes intrínsecas do neo-liberalismo. Os comunistas - porque viveram no domínio da utopia e da irrealização. E mais recentemente o Bloco de Esquerda - por apostar em causas não prioritárias como o orgão sexual, o cão ou o gato. Sim, tudo isto e muito mais que falta elencar, coloca Portugal neste momento preciso e não no saudosismo lírico de um Alegre ou de um Guterres de ocasião. Mas existe algo que poderá determinar com maior intensidade o guião político e económico dos próximos tempos. A França, que está em grandes apuros, aparece agora como a notre dame dos aflitos sugerindo que Portugal seja poupada a sanções. Mas essa reza traz água no bico. Os gauleses estarão em ainda piores condições do que os portugueses. Aquele estado de França vai ruir. O outro evento em que penso tem um pé dentro da caixa e outro fora, e deve ser levado muito a sério. Esse cisne negro tem um nome: Brexit. A saída dos britânicos da União Europeia (UE) acarreta consequências tenebrosas para Portugal. A centena de milhar de trabalhadores portugueses que se encontra nesses territórios será obrigada a pensar na expressão monetária do seu rendimento - a libra inglesa está em queda acentuada. Acresce uma outra dimensão. A haver um Brexit, assistiremos à expressão substancial de uma modalidade distinta de nacionalismo - primeiro os britânicos. Não, não é a Áustria, não é a Húngria. Serão os britânicos a dar azo extremo à insularidade, ao proteccionismo, e em última instância, ao início do processo de desmembramento da UE. António Costa, europeísta convicto quando a música lhe convém, não referiu essa hipótese existencial. A geringonça, espalhada ao comprido por diversas obrigações contratuais, não é capaz de pensar sobre esta terceira via. Para esses, que estão no governo, existem bons e maus, certos e errados, e uma categoria inclassificável: a sua.

publicado às 13:39

Seis meses e uma senha socialista

por John Wolf, em 03.06.16

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O congresso do Partido Socialista (PS) servirá para comemorar as bodas de geringonça. António Costa tem mesmo de realizar este certame para continuar a exultar as virtudes do acordo alcançado à Esquerda. Mais do que uma operação para enfrentar os desafios que se apresentam a Portugal, o secretário-geral do PS irá falar dos que não estão. Aproveitará para cascar no governo anterior e reafirmar as virtudes intocáveis das medidas de governação já tomadas. Mas a verdade é que os portugueses não dobraram a esquina do mal-estar económico e social. E também não é menos verdade que mais tempos difíceis se avizinham. A jogada de ilusão democrática é bem metida, mas não nos engana. O método da senha que permite a qualquer militante dizer de sua justiça no palanque rosa está pejado de artimanhas. Francisco Assis foi preterido, colocado no turno pouco mediático, lá para a meia-noite, quando estiverem todos arrumados. Ou seja, a censura já é uma doutrina interna. Mas mesmo que todos falassem aos mesmo tempo nos termos mais impróprios, em última instância, António Costa detém o golden share, perdão, o rosy share - o privilégio norte-coreano de escolher a dedo oradores favoráveis. Os camaradas-autarcas terão certamente melhores tempos de antena. Em 2017 teremos essas eleições, que podem muito bem servir para desferir um golpe de misericórdia nos intentos monopolistas dos socialistas. O PS, se quiser honrar o templo sagrado da geringonça, vai ter de se mexer para manter o mesmo pacto de regime nas eleições autárquicas. Este congresso de vida semestral da geringonça não é um seminário com a ambição de transformar Portugal. É uma conferência-campanha para validar e eventualmente estender o prazo contratado com o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português. Será que vão distribuir senhas rosas aos amigos mais à Esquerda? Gostava de escutar Octávio Paz, Pato, é Pato, no congresso do PS.

publicado às 17:58

O congresso do PS ou como pensar pequeno

por John Wolf, em 01.12.14

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O congresso do Partido Socialista (PS) confirma o que nós já sabíamos, e o que certamente transcende aquela unidade política. Os lideres não estão à altura dos desafios que enfrentamos. Este fim de semana fomos agraciados com prestações de nível intelectual medíocre. O que está em causa é muito maior do que saneamentos internos, escândalos socráticos, viragens à Esquerda, rejeições da alianças ou maiorias absolutas. O que está em causa é areia demais para a camioneta destes protagonistas. Ou seja, a capacidade de pensar um modelo societário profundamente diferente daquele que nos conduziu ao descalabro. António Costa, Ferro Rodrigues, e os outros recrutas, simplesmente não têm a visão e a cultura para repensar a sua condição. O congresso do PS eterniza os mesmos vícios que definem a política. Os arranjos internos são mais importantes do que uma abordagem integrativa de soluções trans-políticas, para além da ideologia. Por outras palavras, a fonte da ideologia já não serve de um modo pertinente para encher as medidas das pessoas carentes de soluções "civis" - respostas económicas e sociais desprovidas de assinatura programática ou ideológica. Pelo que escutamos ontem, podemos afirmar que o PS deseja (mais uma vez) reclamar o estatuto de fundamentalista da verdade política. Os socialistas não conseguem esconder o vazio que permeia o seu espírito. Servem-se da mesma cartilha para enfrentar um mundo radicalmente diferente. São vítimas dos mesmíssimos paternalismos que enfermam os seus processos de pensamento. Definitivamente, a filosofia e a política estão divorciadas. De nada serve o lirismo bacoco de Alegre ou o apelo ao rasgo visceral da violência doméstica. A política, quando é eticamente movida, parte de uma base racional, metódica e autocrítica. Quando as emoções se tornam arma de arremesso sabemos que pouco ou nada resta. A agremiação deste fim de semana foi um mero exercício de austeridade de pensamento, ou simplesmente, um caso de pequenez.

publicado às 09:57

Espremedor de Seguro

por John Wolf, em 29.04.13

 

Todos conhecem aquela expressão; espremer para ver se sai alguma coisa? Pois acordei hoje com esta atitude positiva, crente no bom que existe na profundidade humana e propus-me a essa mesma tarefa. Torcer o António José Seguro para ver o que dali sai. Fui ao site do PS para tentar perceber de onde veio o secretário-geral e o que o habilita a ser o chefe de um governo nacional. Conforme todos podemos ler, lecciona no ensino superior, mas nem sequer tem um mestrado. Curioso? Pensava eu, que para exercer a docência, o grau de mestre era requerido. Corrijam-me se eu estiver enganado. Ah, já sei. Deve ser a tal coisa de créditos e méritos. Por ter tido um percurso brilhante, dispensa acreditações e diplomas. Peço perdão pelo lapso. Mas adiante, quero perceber os caminhos que os levam à Santa...Maria da Feira. Ok. Está tudo aqui, preto no branco. O António José Seguro tem um percurso invejável dentro do Partido Socialista. Não faltou às aulas em 31 anos e tem as quotas em dia, e recebeu um convite de António Guterres para Secretário de Estado-Adjunto do Primeiro-Ministro. E obra? Que projectos-lei assina? Que edifícios desenhou na sua terra? Que empresas de topo geriu com sucesso e conseguiu internacionalizar? E qual a tése do Mestrado que frequenta? Será que a dissertação se intitula; "Como chegar ao topo com nada"? Francamente!!!! Já espremi ao de leve esta não-laranja e nem um pingo de suor escorre da sua testa. O António José Seguro não tem nada de substantivo para oferecer. Concede alguns pensamentos absurdos que colidem com a dura realidade dos factos, e que servem de matéria-prima para artigos de opinião e blogs. O Seguro soa mesmo a secretário-geral de um estranho livro. Uma obra que tem gramática mas que não encerra mensagens válidas. O país precisa urgentemente de um substituto que saiba conduzir a oposição a apresentar uma alternativa de facto. Eu disso substituto? Ai!!! Corrijo-me, um substituto não!!! Porque seria a mesma coisa, sem utilidade aparente. O António José Seguro, que se diz próximo e entendedor dos anseios dos Portugueses, nunca esteve junto da população, na matança matinal do porco, na apanha da uva, na comunidade que até esquece o que é o poder. O rapaz nunca saiu do conforto da sua fortaleza partidária. Conhece as jogadas das torres da casa, mas isso não é Portugal. Presta a vassalagem devida, mas nunca o vimos dobrar a mola, com uma vassoura empenhada no país real. Este é o homem com rosto mas sem linhas na palma da mão. O candidato para reinvindicar seja o que for? Para rasgar as páginas vermelhas do memorando? Mais valia. Mais valia pegar na lista telefónica, nas brancas esquecidas, nas páginas, tapar os olhos com a venda de burro caro e atirar um dardo envenenado para escolher uma letra, um nome, um apelido, um líder. É este. Este não serve, decididamente. Pode verter lágrimas no auge de um congresso, mas isso espelha bem o que pensa de si. Que nunca imaginava chegar onde chegou, e comoveu com a masturbação política. E se o deixarem, afogar-nos-emos nas lágrimas que serão nossas.

publicado às 11:32

Auto-crítica em pot-pourri congresseiro

por Nuno Castelo-Branco, em 28.04.13

 

"Ter os pés bem assentes na terra" é a "primeira condição" para o PS chegar ao Governo.

1. "O rigor, os sacrifícios e a contenção orçamental não desaparecerão". 

2."Não descartarei coligações, mesmo com maioria absoluta; não desistirei de acordos de incidência parlamentar; tudo farei para procurar contributos das organizações sociais mais significativas". 

3."O Estado de emergência do país não dispensa ninguém". 

4."É necessário arredar os timoratos, os calculistas (...)  que nos conduziram a este impasse irrespirável". 

5."Enquanto não nos apresentarmos como alternativa, enquanto fingirmos que o problema não existe prestamos um péssimo serviço ao país e aos portugueses". 

6."Chega de gente que se esconde numa floresta de palavras que não diz nada; chega de gente que pensa que a política é feita de poses e de luzes. A política hoje é uma ventania ensurdecedora que não abana uma folha". 

7."Quem ambiciona, como nós ambicionamos, governar o nosso país deve começar por honrar todos os compromissos internacionais do Estado português. O PS honrará as dívidas do nosso país e respeitará as obrigações decorrentes de sermos membros da zona euro",


Assim sendo, não existe uma única razão para tirarmos os alhos e lá colocarmos os bugalhos.

8. "O Estado de emergência do país não dispensa ninguém". Precisamente. Por isso mesmo, Seguro deverá deixar-se de rodriguinhos assalta-poleiros e fazer o que lhe compete até às próximas eleições: uma oposição construtiva.

publicado às 17:17

O "Novo Rumo" de Seguro

por Pedro Quartin Graça, em 28.04.13

Terminou o XIX Congresso Nacional do PS. Não o tendo seguido de forma detalhada ao longo dos seus três dias de duração, pude todavia acompanhar atentamente os momentos mais marcantes desta reunião partidária. Neste caso os discursos de abertura e de encerramento do Secretário-Geral do Partido Socialista. E, se de um ponto de vista de forma, António José Seguro se apresentou notoriamente bem, já no que respeita ao conteúdo da sua mensagem a mesma me suscitou, a par de alguns apontamentos positivos, perplexidades várias.

No discurso de sexta-feira foi desde logo possível descortinar duas de monta: a total ausência de referência ao papel atlântico de Portugal e à importância da lusofonia, falhas estas que Seguro teria, querendo, possibilidade de completar mais tarde. Não o fez, todavia, hoje. E propositadamente, presume-se. Seguro preferiu trocar o "Espanha, Espanha, Espanha" do seu antecessor filósofo pelo novo mote que estrategicamente encontrou: o "emprego, emprego, emprego". Sinal dos tempos e das novas prioridades políticas deste conturbado momento. Aqui esteve bem, naturalmente. Mas o mais incompreensível do discurso do Secretário-Geral do PS foi a referência a outro dos três eixos que nortearão o seu "Novo Rumo": a Europa. Aqui Seguro fez uma "fuga em frente". E, contrapondo à inexistente lusofonia no seu discurso, o líder do PS, por duas vezes, deixou claro que quer a "Europa Federal". Mais Europa, em suma. Ora neste ponto Seguro arrisca muito. E, a meu ver, arrisca mal. Não só porque os ventos e o querer actual das populações não vão no sentido que este preconiza, como também porque tal desiderato pode ser o obstáculo q.b. que impedirá Seguro de alcançar o sucesso desejado na propalada Convenção "Novo Rumo" que vai, certeiramente, convocar. Pensa Seguro conseguir convencer humanistas, progressistas e outros democratas com este seu reforçado fervor europeu? Não o cremos. E aqui chegados, das duas uma: ou Seguro rectifica e burila o discurso ou a referida Convenção "sairá furada" porque muitos dos seus potenciais apoiantes naquelas áreas torcerão o nariz a este tipo de proposta fracturante e nada consentânea com a posição tradicional de Portugal: um país europeu, é certo, mas que faz das suas relações atlânticas e com a lusofonia um dos vértices mais importantes da sua política externa mas que é hoje, também, e cada vez mais, interna.

António José Seguro e o triunvirato Assis-Seguro-Costa, que a partir de hoje dirigirão o PS -  têm agora um longo caminho a percorrer até às eleições legislativas de 2015, as tais para as quais Seguro pediu uma maioria aboluta, ainda que com possíveis alianças ou acordos parlamentares. As autárquicas de Outubro, as eleições para o Parlamento Europeu e a referida Convenção "Novo Rumo" são algumas das metas de um percurso sinuoso, tempo este durante o qual terão de convencer os Portugueses da validade das suas propostas e do mérito dos objectivos apontados. Uma tarefa ciclópica esta, que tem, porém, o inegável mérito de os Portugueses poderem desde já saber com quem e com o que não contam no caminho para alcançar tão difícil desiderato: a austeridade continuará mas os seus futuros protagonistas vêm algo mais do que isso para o futuro de Portugal. É pouco, mesmo muito pouco, mas em tempos de grave crise já não é mau para começar.

 

publicado às 14:58

Congresso calimero PS (10): conclusão

por Nuno Castelo-Branco, em 10.04.11

It's an injustice, it iiiiiiiiis...

publicado às 01:55

Congresso calimero PS (9): temos de fazer pela vida

por Nuno Castelo-Branco, em 10.04.11

A frase a reter e que vinda de quem vem, presta-se a todos os equívocos. Aliás, o termo "fazer pela vida", foi colado ao actual presidente do PS nos bons tempos do próspero Moçambique pré-1974, quando ele era um recentíssimo colono da fortuna, apontado a dedo pelos velhos colonos de 5ª geração. Naqueles tempos levados pelos "ventos da história", já era um dos mais categorizados elementos do selecto grupo de arrogantes e snobs ricaços - mesmo que falassem "achim" - conhecidos como "Democratas de Moçambique", excentricidade que o corporativismo da Constituição de 1933  permitia e recebia nas festas do palácio do Governador Geral do Estado de Moçambique. Era eu um garoto de 10 anos - um dos tais da 5ª geração - e já acerca dele escutava inenarráveis feitos lendários, gulosamente comentados nos cafés e conversas de fim de tarde. 

 

Esperneie à vontade, mas das narrativas jamais se livrará. 

 

Livra!

publicado às 00:52

Apesar do espírito geral do alijar de responsabilidades e de um apelo à confiança naquilo que não merece confiança, a Sra. Ana Gomes acabou de fazer o melhor discurso do Congresso. A escassez dos aplausos foi perceptível e nem sequer o seu voto de confiança no 1º Ministro, foi de molde a concitar grandes entusiasmos. Sintomático.

 

Oxalá não fique por aqui, esta decência nas palavras. 

publicado às 23:41

Congresso calimero PS (7): o fim do mundo (de aventuras)

por Nuno Castelo-Branco, em 09.04.11

Segundo Santos Silva, a chegada do FMI já não é "o fim do mundo". Era, mas já não é. Pois não, poderá apenas ser, uma certa forma de fim do mundo. Do mundo  de aventuras de muitos deles, sem excepção de partido. Estamos ansiosos por saber a verdade completa. 

publicado às 15:32

Congresso calimero PS (6): notícias suecas

por Nuno Castelo-Branco, em 09.04.11

Sem rodriguinhos beneditinos ou imaginativos  belenenses, o homólogo sueco do Sr. Teixeira dos Santos, explicou aquilo que o Congresso calimero debalde tem tentado esconder:

 

1. O governo português é responsável pela situação de défice que o país enfrenta. Embora os europeus tenham pedido para enfrentar-mos o problema, houve quem fizesse orelhas moucas, com as consequências que hoje são bem visíveis.

 

2. Pelo que parece, os conhecidos métodos do fait accompli, também são transportáveis em Falcon. O governo português aterrou na Cimeira da UE e apresentou o montante desejável, ou seja, na 5ª feira deu um prazo de decisão "para amanhã", 6ª feira. Um montante de "apenas" 80.000 milhões, equivalentes a todo o dinheiro despejado em Portugal desde o desastre de 1985.

 

3. O sueco nada de novo diz: sabe-se bem o que neste país se tem passado desde o ingresso à então CEE. Também se sabe quem são os "pais do desastre", por sinal ainda bastante presentes nas nossas vidinhas.

 

Nota: tendo recebido dois violentos mail manifestando protestos por "atacar indecentemente" o PS, urge esclarecer que o PS, tal como o PSD ou outros partidos, é completamente irrelevante. Por aqui não existe qualquer favoritismo e exige-se precisamente aquilo que os mail apontam: decência. Ora, neste regime isso é coisa tão rara, como gatos com penas.

publicado às 15:13

Congresso calimero PS (5): o sucessor...

por Nuno Castelo-Branco, em 08.04.11

...nítido

publicado às 19:23

Congresso calimero PS (4): queijinhos açorianos

por Nuno Castelo-Branco, em 08.04.11

O Sr. César: ..."a culpa é do PSD".

 

O Sr. Rodrigues dos gravadores: idem...

publicado às 18:44

A Sra. Edite Estrela foi peremptória: "..."se a Europa tivesse tomado as medidas necessárias contra os ataques ao Euro, não estaríamos nesta situação. A oposição também foi muito irresponsável".

 

O Sr. Francisco Assis: ..."se o PEC não tivesse sido chumbado, (patati-patatá) e se apresentarmos com clareza a situação, podemos ganhar as eleições" .

publicado às 18:26

Congresso calimero PS (2): "se"

por Nuno Castelo-Branco, em 08.04.11

"Se a oposição não tivesse sido irresponsável, a situação seria completamente diferente", ministra do trabalho dixit (não me recordo do nome da senhora).

 

Será este o mote da propaganda, agora adaptada ao (nacional) socialismo. 

 

Deve estar cheia de razão, até porque Portugal pairava no melhor dos mundos. Nem no Nirvana estaríamos mais tranquilos.

publicado às 18:00

Congresso calimero PS (1): poder moral

por Nuno Castelo-Branco, em 08.04.11

No Congresso do PS, o Sr. Almeida Santos acaba de declarar ao sorriso parvo da babosa Sra. Judite de Sousa:

 

-"Não tenho qualquer poder como presidente do PS. Tenho apenas um poder moral".

 

Comentário: o Sr. Kadhafi diz o mesmo.

publicado às 17:26

Retórica democrática de algibeira

por Samuel de Paiva Pires, em 01.03.09

 

(fotografia por Pedro Azevedo picada daqui)

 

Esta fotografia que no ABC do PPM tinha como título "Não é Alegre", tem uma outra característica a meu ver bem mais interessante: a citação de Jorge Sampaio. Diz o ex-Presidente da República que "A Democracia e o PS são indissociáveis. Até os nossos adversários o sabem mesmo quando pretendem esquecê-lo".

 

Isto é de uma perigosidade atroz. Claro que todos temos conhecimento do importantíssimo papel desempenhado pelo Partido Socialista na transição democrática em Portugal. Mas tomemos em particular atenção os últimos 14, quase 15 anos de governação em Portugal. Como aponta Nuno Gouveia, Desde 1995 o PS apenas não esteve no poder durante três anos. Mas ainda querem que os portugueses acreditem que o PS é a força da mudança.

 

Ora se assim poderemos retirar uma conclusão lógica considerando o passado recente: O PS é indissociável da má qualidade e degenerescência cada vez mais visível da democracia portuguesa. Ainda assim, parece haver um enorme autismo (nunca me canso de repetir isto, desculpem lá bater no ceguinho) entre os dirigentes socialistas. Tenho no entanto dúvidas se esse autismo será verdadeiramente patológico ou intencional, mas o que é certo é que José Sócrates tem vindo a clamar pelo alegado resgate da democracia portuguesa, enquanto é genericamente sabido que a retórica de legitimação do PS passa muito pelo velhinho argumento da luta anti-fascista e pelo papel na transição democrática.

 

Dizia eu que isto é de uma perigosidade atroz porque a democracia não pode ser de ninguém e tem de ser de todos. Não pode ser apenas de um partido, e talvez seja por isso que os adversários do PS tentam esquecer esse argumento que é, diga-se de passagem, cada vez mais revelador de um certo mau gosto da retórica socialista.

 

Este argumento tem permitido gigantescas operações de engenharia social, já para não falar de fenómenos como o aumento da corrupção e o descrédito acentuado no sistema de justiça que não têm solução à vista. Tudo porque o PS é o "dono" da democracia em Portugal, e por isso tudo pode fazer porque é sempre em nome da democracia, mesmo que na prática a sua governação seja responsável precisamente pela degenerescência dessa e representativa de uma certa intromisão na esfera privada dos cidadãos e repressão de pensamentos divergentes nas esferas pública, política e partidária, elementos que correspondem à liberdade de expressão, característica central de qualquer democracia que se possa orgulhar de ser portadora do epíteto de liberal.

 

Estamos cada vez mais reféns dos que se dizem "democratas" quando na prática o são muito menos do que muitos daqueles que acusam de ser "fássistas", "comunas" (sim porque a maior parte dos que se dizem comunistas nem sequer leram qualquer dos seus alegados "ídolos" e só têm uma visão distorcida da história, não sabendo por isso que a prática real do comunismo é incompatível com o conceito de democracia), "neo-liberais" ou outros quejandos epítetos. Isto é demasiado perigoso, é o que tem permitido que a democracia electiva, iliberal e/ou de cariz autoritário tenha vindo a conquistar diversos países, veja-se o caso da democracia populista venezuelana.

 

E sendo assim, concluo apenas com uma frase do Henrique Burnay:

 

Falar em nome da defesa da Democracia porque dá jeito é o que põe em causa a Democracia. Mas, claro, nada disto é para levar a sério.

publicado às 17:25

Resumindo e baralhando

por Samuel de Paiva Pires, em 28.02.09

Excelente a súmula de Ana Sá Lopes no ABC do PPM (o negrito é meu):

 

Até agora, o Congresso do PS não serviu para mais nada do que para dar energia à máquina que está obrigada a ganhar as três eleições do ano, uma delas com maioria absoluta. José Sócrates, autoproclamada vítima da maldição justiceira dos media e dos órgãos de investigação criminal que dão crédito a cartas anónimas, alvo inocente de "um qualquer director de jornal" [a taça é disputada entre José António Saraiva e José Manuel Fernandes], de uma televisão (TVI) vai junto do povo - que é quem efectivamente "manda" -para uma operação de resgate de imagem, mas não só. A operação PS 2009 apresenta-se ao eleitorado para resgatar a própria "democracia". Não é pouco o que o secretário-geral colocou agora em jogo para 2009: já não se trata de prosaicamente escolher, nas legislativas, o mais capaz para formar governo. Trata-se de vencer os tais "poderes ocultos" e um delegado apresentou mesmo sugestões para resolver o assunto: alterar as regras na justiça e na comunicação social. A dramatização da "calúnia" e a vitimização do "caluniado" já estão na rua e ameaçam transformar-se no principal eixo da campanha da reeleição.
Ah, Ana Gomes sugeriu que o combate à "campanha negra" passasse então por actuações concretas - assumir o combate ao enriquecimento ilícito proposto por João Cravinho - mas ninguém lhe ligou nenhuma.

publicado às 22:46

Breaking News!!!

por Samuel de Paiva Pires, em 28.02.09

O cabeça de lista do PS às eleições europeias é Vital Moreira, acaba de ser anunciado por Sócrates. Porreiro pá, é da maneira que ocupará o seu tempo com outras coisas e nos poupa às suas análises e comentários tão característicos...

publicado às 20:08

Blá blá blá

por Samuel de Paiva Pires, em 28.02.09

É mais ou menos isso que me importa e que retive do discurso do grande líder Kim-Il..perdão, José Sócrates. "Sou uma vítima, é só calúnias, difamações, campanhas negras blá blá blá...", com uma demagogia moralista que enjoa qualquer um.

 

Pelo meio aparece um senhor, salvo erro, Arons de Carvalho (não sei bem se é assim que se escreve o seu nome), a dizer que os jornalistas e especialmente a TVI são uma dessas tais "forças ocultas". Eu não aprecio particularmente a TVI, mas há que reconhecer mérito a quem se assume contra a ditadura do pensamento único vigente, como se o PS e Sócrates fossem os donos absolutos do país. E é a isso que se chama democracia, que tem numa das suas principais forças aquilo que se denomina por oposição.

 

Também acho interessante notar que quando Pacheco Pereira ou Manuela Ferreira Leite criticam os critérios de selecção editorial dos jornalistas aparecem várias vozes a clamar pela liberdade de expressão, no entanto, quando o PS que, enquanto governo, controla uma televisão, o faz, muitas das tais vozes não se fazem ouvir. Por mim continuo a achar que nos devíamos deixar do alegado dogma parco de autenticidade da "imparcialidade jornalística", e agir como nos Estados Unidos, ou seja, cada meio de comunicação social apoia os políticos que pretende e declaradamente alinha-se com quem bem pretende no espectro político-partidário. Dessa forma todos saberíamos sempre com o que contar quando lemos ou ouvimos determinados meios de comunicação social, e esses deixariam de ser alvos do tipo de críticas que acima indiquei. Mas como Portugal é um daqueles países onde o politicamente correcto faz escola, mesmo que a realidade substancial não corresponda à forma, lá vamos tendo que aturar certas demagogias.

 

Já agora, é interessante notar as crescentes vozes dissonantes dentro do PS. Quando deixarem de ser governo provavelmente assistiremos a uma série de cisões internas.

publicado às 14:05






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