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O coração de um candidato presidencial, que se afirma "independente", não pode bater nem à esquerda nem à direita. E afirmar que se trata de uma candidatura nacional e patriótica significa, forçosamente, que é simultaneamente de esquerda e de direita. Ou seja, António Sampaio da Nóvoa integra o elenco político nacional com grande naturalidade - contradiz-se. Faz o que outros que o antecederam já fizeram e com mais arte. Apresenta pseudo-argumentos e meias-razões, e não enjeita a possibilidade de tudo ou nada. Diz que não pertence a partido algum, mas refere que o apoio do Partido Socialista "seria importante mas não "essencial". Por outras palavras, assim que chegar a Belém o seu coração passará a bater por inteiro. O misticismo de Sampaio da Nóvoa, na minha opinião, não serve o momento político de Portugal. Não entendo porque alguém que supostamente não precisa de grande coisa, não aproveita a ocasião para afirmar a ruptura em relação ao sistema de castas políticas de Portugal. Virar as costas aos partidos é que seria de homem presidencial. O único acordo lógico e eticamente aceitável seria aquele selado com os cidadãos de Portugal. Ao proclamar a aorta esquerdina da sua corrente de sangue política, discrimina potenciais apoiantes, possíveis eleitores. O magno reitor declara deste modo a sua doutrina de acomodação ideológica. Na esquerda e apenas na esquerda é que se está bem, mas para chegar a Belém terei de encarnar outro personagem. São joguetes desta natureza que nos desiludem mandato após mandato. Se os socialistas não são assim tão importantes, por que razão Sampaio da Nóvoa perde tempo com o atraso no calendário de candidatura de Maria de Belém? Há qualquer coisa que não bate certo aqui. E já sabemos isso desde o dia D.