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Água é vida? - perguntou Adão. Sim - confirmou Eva. E desde então não deixou de chover no molhado. Fomos levados na corrente de uma sagração da Primavera, na arca de Noé, directamente para um promontório de vistas largas, e eis que nos encontramos aqui - orfãos da torneira, escravos da liquidez bancária, algo tributário segundo alguns, parca homenagem. A austeridade é uma palavra que soa a deserto, dita boca sêca, admoestada por um outro silêncio. É uma nova religião, a conversão à doutrina de um novo baptismo. A torneira fecha-se no mesmo instante de uma porta entreaberta. São seiscentas e cinquenta mil lágrimas que correm no volte-face de um remorso. É o início de uma noite áspera, diáspora duradoura certamente, inaugurada no desligamento húmido para bolorar, fossilizar os elementos naturais que ainda restam, como o rasto da água que deixou de escorrer. A terra não se mexe - assiste impávida e serena. O ar consumado na chama de uma labareda vizinha. O ar que respiramos pisado por palmas, sete palmos abaixo da dignidade. Um dia o litro será readmitido na barragem de mágoas límpidas.
Já opinei, façam o mesmo Conselheiros e Amigos da Blogosfera!