Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Infografias da Rádio Renascença
O triste espectáculo em que se tornou Portugal, deve-se, em grande parte, ao facto dos políticos defenderem com unhas e dentes as regalias e privilégios que coleccionáram ao longo de décadas. Não interessa quem está, quem esteve ou quem não está no poder. Não faz diferença se são comunistas, socialistas, social-democratas ou simplesmente verdes. Andam às voltas para cortar aqui e acolá para salvar o orçamento aos olhos da Troika, mas em última instância, as palavras proibídas não são proferidas. E a coragem política não existe para virarem o feitiço contra si mesmos. Deixem-se de tretas e apliquem os golpes onde realmente doem. Harakiri. Se querem raspar o tacho, têm de o fazer sem pudor. Viaturas de alta-cilindrada do governo e parlamento. ACABOU. Subsídios para isto e para aquilo ACABOU. Pensões ao fim de meia dúzia de anos. ACABOU. Imunidade parlamentar. ACABOU. Transições do sector público para o privado. ACABOU. Mandatos e mais mandatos. ACABOU. Protecção especial e salvamento de instituições financeiras. ACABOU. Parcerias público-privadas de fachada. ACABOU. E acabar com isto tudo e muito mais. Porquê? Para RECOMEÇAR com a mensagem certa. Os políticos são cidadãos comuns. Os parlamentares ou o governo representam os cidadãos comuns. Se querem ser especiais e merecer o respeito dos eleitores, devem praticar a religião que vai pelo nome de abnegação. O dia chegará quando a Troika partirá em definitivo. E depois? Começa o mesmo bailarico? A mesma pouca-vergonha que humilha os desgraçados que nada têm. Que já estão ACABADOS ainda antes de COMEÇAR. Quando vejo um idoso, como ontem vi, que sofreu um AVC, a realizar trabalhos de limpeza, sei que uma parte da dignidade humana morreu. Já não falámos de entidades abstractas. Tenho a minha lista de desmoronamentos, de dramas pessoais e desgraças inteiras para contar e corroborar esta tragédia. Tudo isto tem de ACABAR. O problema é que os políticos querem CONTINUAR.
Paulo Morais, no Correio da Manhã:
"Com uma atitude determinada, o governo poderá mesmo obter uma poupança estimada em mais de dois mil milhões de euros por ano.
É este o tipo de cortes na despesa do Estado que se impõe, que afectem, de forma drástica, os beneficiários dessa verdadeira extorsão ao povo que são as PPP. Não é admissível que, na hora de poupar, sejam sacrificados os mais humildes, enquanto os grupos económicos que mais têm vivido da manjedoura do Estado parecem ficar impunes."